Hoje me sentia angustiado e aparentemente com razão...
Andando pela Praça, pensando na vida, deparei-me com uma linda borboleta solitária cortejando uma flor que acabara de desabrochar. Era muito cedo ainda e suas pétalas continham gotas de orvalho da noite passada.
Suas asas faziam gestos meigos de carinho transparecendo as cores azul e preta, com lampejos do verde da natureza.
Não hesitei em ficar observando e acabei esquecendo as aflições que me atormentavam.
Na minha consciência com resquício recente da tormenta, invejava a solidão da borboleta.
Porque era tão formosa, asas grandes quase abrigando a flor, secando com seu abanar delicado as gotinhas d água iminentes a pingarem ao chão.
Ah, se pudesse abraçar as duas criaturinhas de Deus que me mostravam como devem ser meus sentimentos!
Lições de Vida transmitidas para nunca mais esquecer, aprender e ensinar!
Não é necessário procurar vários amigos para não se sentir só. Vá de encontro daquele no qual deposita mais confiança e que sempre lhe deu a mão.
A borboleta não procurou o borboletário, mas uma flor que sempre, na primavera, estava ali para recebê-la mesmo que um pouco tolhida na sua beleza, ora ofuscada pelo frio da noite.
Se a borboleta se sentia solitária, atormentada por falta de companhia e encontrou a flor para desabafar; eu não sei. Eu fiz do cenário um conto de fada iluminado, que me aliviou a dor.
Tudo, em certo momento, pode nos levar ao abrandamento da solidão desde o apreciar de uma simples borboleta acariciando a flor até que, numa reflexão repentina, me dei conta de que nosso amigo mais fiel estava ali; comigo, com a borboleta e a flor, Jesus Cristo Nosso Senhor!
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