O que é o Bitcoin?

in bitcoinportugal •  4 years ago  (edited)

O-que-e-o-bitcoin.jpg

Mas afinal de contas o que é o Bitcoin? É dinheiro digital? É um sinal de mudança e uma nova ordem económica mundial? É um protocolo que permite criar confiança onde esta não existe? O Bitcoin é tudo isto e muito mais. Aquilo que começou por ser um movimento de resistência ao controlo financeiro exercido por bancos e pelo governo, acabou por se tornar na principal referência de uma tecnologia que está a redesenhar o futuro da economia.

Para perceber o Bitcoin é importante entender que o mesmo tem dois componentes principais. O primeiro, é a moeda digital que permite efectuar pagamentos, entre outras coisas. O segundo, é o protocolo onde o Bitcoin foi construído, que funciona como uma rede de distribuição que guarda todos os saldos da moeda digital.

A moeda digital, em essência, é dinheiro. Um novo tipo de dinheiro eletrónico — sem equivalente físico — que permite que pagamentos entre utilizadores sejam feitos de maneira direta e em qualquer parte do mundo.

O Bitcoin opera numa rede descentralizada peer-to-peer, o que significa que nenhuma autoridade central (governo, instituições financeiras, etc…) pode controlar a utilização e circulação da moeda. E, ao contrário das divisas tradicionais como o euro ou o dólar, o Bitcoin não pode ser impresso, ele é gerado e produzido globalmente por uma comunidade de milhares de pessoas utilizando apenas equipamentos informáticos.

Quem criou o Bitcoin?

O Bitcoin foi apresentado pela primeira vez em 2008, por um ou vários programadores de software com o pseudónimo de Satoshi Nakamoto, como pagamento eletrónico com segurança criptográfica. A ideia era criar um instrumento de troca, sem controlo de uma autoridade central ou intermediários, que pudesse ser transferido de uma maneira segura, verificável e imutável.

O-criador-do-bitcoin.jpg

O secretismo à volta do criador do Bitcoin gerou imensa curiosidade de toda a comunidade, mas até hoje ninguém sabe se Satoshi Nakamoto é uma pessoa, um grupo de pessoas ou uma entidade. No entanto, estima-se que possua cerca de um milhão de Bitcoins, que à data de hoje, Janeiro de 2020, valem cerca de oito mil milhões de euros…

Diferenças entre o Bitcoin e o dinheiro tradicional

O Bitcoin, como o dinheiro tradicional, também pode ser usado no pagamento de bens e serviços. Nesse sentido é exactamente igual à utilização do euro ou da libra que também podem ser usados digitalmente. No entanto, é devido às diferenças e não às semelhanças, que o Bitcoin e a tecnologia que o suporta prometem revolucionar os mercados financeiros.

Em seguida analisamos as principais diferenças do Bitcoin:

Descentralização - A descentralização é a característica mais importante do Bitcoin, e o que permite a eliminação de intermediários nas transações. A rede descentralizada é mantida por um grupo de codificadores voluntários que são recompensados por cada decodificação efectuada. Tudo isto acontece numa rede aberta de computadores espalhados pelo mundo inteiro.

Circulação limitada - O dinheiro tradicional (euro, dólar, libra…) não tem limite de produção, se for necessário os bancos centrais podem imprimir as quantidades que desejarem para fazerem face a despesas ou em tempos de crise. Essas práticas levam à inflação de bens e serviços, que por sua vez criam a necessidade de imprimir mais dinheiro, gerando então um ciclo viciante onde a saída é a falência de empresas, o desemprego e a crise generalizada.

Com o Bitcoin, por outro lado, o fornecimento é controlado rigidamente por um algoritmo. Um pequeno número de novos Bitcoins são libertados a cada hora, e assim continuará a acontecer até que o máximo de 21 milhões seja atingido. É isto que torna o Bitcoin tão atraente como um ativo, pois se a sua procura aumentar e a oferta continuar a mesma, o seu valor também aumentará.

Semi-anonimato - As transações tradicionais que fazemos todos os dias através de bancos e outras instituições financeiras, estão identificadas e vinculadas a um nome, a uma pessoa e a um endereço. Com o Bitcoin as transações funcionam de maneira semi-anônima. Como não existe um validador central, as transações são efectuadas sem que exista a necessidade de identificação. O protocolo verifica apenas se a pessoa que envia o Bitcoin possui o saldo necessário e se tem autoridade para o pagamento.

Na prática, cada utilizador é identificado pelo endereço de uma carteira digital em vez de um nome e uma morada. As transações, no entanto, poderão ser rastreadas — daí o semi-anonimato — até um endereço IP ou uma conta de utilizador de uma plataforma de trading.

É importante mencionar também que a maioria das plataformas de trading de Bitcoins, são obrigadas por lei a fazerem verificações de identidade aos seus usuários, isto se quiserem continuar a operar em determinados mercados financeiros. Este processo de identificação é chamado de KYC (Know Your Customer), e apesar de não ser muito popular entre a comunidade crypto tem-se tornado vital no combate à fraude e a criminalidade, mas também na proteção de fundos e carteiras digitais.

Imutabilidade - Ao contrário do que acontece com bancos e outras instituições financeiras, as transações efectuadas na rede Bitcoin não podem ser revertidas. Isto acontece porque não existe nenhuma autoridade ou validador central que possa dizer “agora não, devolvam o dinheiro”. Sempre que passar uma hora após o registo de uma transação, a mesma torna-se impossível de ser modificada.

Divisibilidade - Também em termos de divisibilidade o Bitcoin sai a ganhar. Enquanto que o euro é divisível por cem unidades, chamadas de cêntimo, a menor unidade de um Bitcoin é chamada de satoshi e corresponde a um centésimo de milionésimo de um bitcoin (0,00000001). Isto poderá permitir que um dia micro-pagamentos sejam efetuados. Isto, claro, se o preço do Bitcoin continuar a subir. “Sr. João, sai um café e tome lá dois satoshis.” — Este cenário poderá tornar-se numa realidade num futuro próximo.

Independentemente do que possa vir a acontecer com o Bitcoin, o impacto por ele causado jamais será revertido. As ideias liberais que alimentam o espírito dos revolucionários e dos amantes de tecnologia, ecoarão para sempre no tecido da nossa sociedade. O Bitcoin deu origem a uma nova maneira de ver o mundo. Uma maneira mais independente e descentralizada. Uma maneira onde melhor é possível. Uma maneira onde todos podem ser intervenientes. Esse é o legado do bitcoin. O legado de uma moeda digital que nasceu de um sonho. De um sonho de alguém que queria mudar o mundo. Bem vindo ao mundo crypto.

Authors get paid when people like you upvote their post.
If you enjoyed what you read here, create your account today and start earning FREE STEEM!