Preso desde 2015, o empresário Adir Assad revelou, pela primeira vez, como funcionava o esquema de corrupção envolvendo obras públicas.
"É tudo uma questão de dinheiro. Para se eleger um deputado federal custa R$ 30 milhões, para eleger um deputado estadual, custa R$ 20 milhões. Tanto é que eu forneci para todas as empreiteiras. (...) Porque a gente tinha a facilidade para esse crime", explicou.
Acusado de participar do desvio de recursos da empreiteira Delta, Assad recebeu R$ 1 bilhão de 134 empresas entre 2006 e 2013, a maioria do ramo da construção.
"Duas vezes por semana, [funcionárias da Delta] iam buscar o dinheiro. Não colocava mais do que 150 mil ou 170 mil reais por mala. (..) Elas faziam como lasanha, vai. Uma camada de roupa outra de dinheiro."
Através do controle de uma série de empresas de engenharia e de terraplanagem de fachada, o empresário recolhia o dinheiro que seria distribuído em propinas para funcionários públicos e caixa dois de partidos e políticos.