Uma expressão acadêmica que alguns investidores talvez tenham ouvido ultimamente: "revisão por pares". O conceito não é complexo, simplesmente significa que, em uma pesquisa, o conhecimento, que muitas vezes é resultado de testes ou de pesquisas, não se estabelece após o trabalho de um pesquisador ser realizado. Em outras palavras: não existe aquele "momento eureka" em que uma 'verdade' é estabelecida.
Ou... quase. A descoberta, é claro, pode trazer seus louros, mas imediatamente o que recai sobre ela é uma revisão. Se houve um experimento, ele deve ser repetido até tornar-se estatisticamente relevante, ou distinguível de formas diversas segundo especificidades (diferentes geografias podem implicar em diferentes resultados), ou mesmo corrigido, o que não é vergonhoso - apenas significa que os louros serão divididos. Uma pesquisa deve ser exaustivamente revisada.
Parece algo simples, mas nem tanto - não é qualquer um que pode participar; um engenheiro mecânico, por exemplo, não está apto a realizar uma pesquisa de cunho histórico, ou de cunho médico. Um historiador não pode traduzir um livro. Cada ramo do conhecimento tem seus profissionais, e seus saberes e técnicas devem ser respeitados (ou seja: um historiador, um médico e um tradutor realizariam as tarefas que citei).
(um bom exemplo é o daqueles que ignoram a revisão por pares e tentam mudar... a História!)
Assim, ao nos depararmos com um artigo científico, por exemplo, é preciso observar sua relevância - se representa o 'estado da arte' (em poucas palavras, se é ultrapassado ou atual), e em que ponto se encontra em meio a toda a produção científica daquela área específica. É comum ver pessoas jogando PDFs como referências argumentativas sem saberem o que estão fazendo. Como se diz na academia: "qualquer um publica um artigo". Confiabilidade advém, exatamente, da comunidade. Uma opção para escolha de fontes confiáveis é o site "Scholarpedia", cujo diferencial é exatamente ser... revisado por pares!
www.scholarpedia.org
Hoje é preciso muito cuidado com a confiabilidade da informação que nos chega - há diversos casos de jornalistas invadindo o ramo dos historiadores, mesmo publicando livros e prejudicando o trabalho sério já realizado, que é ou obscurecido pela "concorrência", ou mesmo confrontado.
(exemplo de método que ignora a revisão por pares - o que pode expor os resultados como falaciosos)
O resumo é: a revisão é realizada por pares, ou seja: um historiador pesquisa, outros historiadores revisarão e julgarão sua produção. Um biólogo pesquisa, não será um psicólogo que revisará seu trabalho. Claro que há interseções: um estatístico pode revisar uma fração de uma pesquisa realizada por um psicólogo, por exemplo.
Enfim - a revisão por pares é requisito necessário para que se leve a sério a produção intelectual, e resulta em confiabilidade ao separar o joio do trigo. Não à toa, até mesmo no mundo das blockchain há uma proposta para que seja utilizada (há mais de uma moeda com essa proposta)... o que nos leva à questão central: a confiabilidade vem da escolha dos pares! Saber quem são, se há interesses envolvidos e se a revisão em si é confiável (e viável) é, também, essencial. O processo precisa ter transparência para ser válido.
(a comunidade acadêmica é, portanto, apenas uma forma de organizar e dar confiabilidade às produções da humanidade)
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