— Argh! — Dave abre os olhos lentamente, evitando que a luz piore a latejante dor que emana por trás da testa, a sua visão embaçada procura uma pista do estava a acontecer, por que diabos estava caído ali? Estava num beco vazio, atrás de conteiners cheios de lixo. Dave apoia as mãos no chão na tentativa de se colocar de pé, percebe a sua roupa suja com sangue, estava seco, mas o cheiro era forte… Dave se levanta, ainda meio tonto consegue ganhar alguns metros em direção a rua, precisava se localizar. A sua mão tremula vasculha os bolsos a procura do seu smartphone, ligaria para o seu pai pedindo socorro… — Droga! — reclama o rapaz quando percebe que havia perdido o seu celular. — Calma, pense bem, onde fui ontem a noite? — pensa o jovem com ele mesmo - o seu questionamento é interrompido por seu estômago, que reclama como um animal raivoso; ao mesmo tempo, uma dor avassaladora ataca-lhe, — teria comido algo estragado? Porra! Que confusão.
Suas memórias confusas conseguem trazer flashes de acontecimentos apenas, lembrara que tinha saido a noite após uma briga com seus pais, Dave estava indeciso de seu futuro e muitas de suas atitudes incomodavam a família. Drogas, bebidas, coisas comuns para ele, uma briga feia teria sido a gota d'água, saira a noite com o objetivo de não voltar mais, era isso, tinha decidido fugir e se livrar dos pais. Mais confuso ainda era o fato de que após a breve amnésia, Dave parecia estar arrependido de todas as horriveis coisas que dissera aos pais. Era um adolescente problemático, e por mais dificil que fosse a convivência com os pais, sabia que boa parte era sua culpa; não atoa, seu primeiro reflexo era tentar chamar por seu pai, que sempre estava pronto para socorre-lo.
Algum tempo passou enquanto Dave alternava entre se contorcer com a dor repentina e andar lentamente reclamando consigo mesmo daquela fome inexplicável. As poucas pessoas na rua aquela tarde, ao verem o jovem, se afastavam ou nem sequer notavam-no, mesmo que estivesse num situação atípica e até chamativa. Dave andava como um zumbi e quando a dor lhe visitava, andava mais curvado ainda, como se fosse ao chão a qualquer momento. Seus trajes também estavam precários, estava como um morador de rua, mas com o sangue seco em sua camisa branca, era ainda mais estranho.
Ao passar a primeira quadra, apesar de a notória falta de memória naquele momento, reconhecera a sua casa. O portão abre facilmente, não estava trancado. Lentamente em direção a porta a fim de entrar a casa, o silencio incomodava-lhe um pouco, o portão aberto, a ausência do seu cão de guarda, um pastor alemão chamado Cimba. A visão do interior da casa causara-lhe pânico, suas pernas desistem de manter-se de pé; de joelhos, Dave encontra os pais, amarrados cada um a uma cadeira, sangrando aos montes, o sangramento vinha do pescoço de forma intensa. Extasiados pela degustação da bebida escarlate estavam duas criaturas, que embora lembrassem um ser humano, certamente aquela aura bestial não era de uma pessoa. O jovem sentiu tamanho medo que não fizera um ruído sequer, claro que tinham notado-o ali, mas não parecia fazer diferença, estavam se alimentando, estavam a sugar a vida dos pais de Dave aos poucos. Num súbito momento de coragem, Dave se ergue a seguir com um grito angustiado, chamando a atenção dos monstros invasores. — Larguem eles! O que fazem aqui? Porque estão fazendo isso? — Uma das criaturas interrompe o seu banquete, ao retirar a boca do pescoço da mulher, estanca o sangue com a mão, como se não quisesse que a sua deliciosa bebida fosse desperdiçada indo ao chão. — vê se não fode moleque, trato é trato, agora senta e chora — dissera a criatura voz perturbadora. — A outra criatura também se pronuncia - o seu está ali, ficará com o cão, ainda é muito novo pra tomar sangue humano, vai acostumar-te com o tempo.
Dave esbugalha os olhos, sente a sua respiração difícil e pesada ante a situação, pasmo com o que disse a dupla de monstros, vê Cimba no chão, ferido e quase desmaiado, deixando vazar um filete de sangue pela ferida no pescoço. O cheiro, aquele aroma forte que sentira, sangue. Seu estômago grita pelo líquido vermelho que impregnara a sala de estar.
Sede.
Por um instante esqueceu da terrível situação, os seus pais estavam ali morrendo e ele com sede, novamente a sua mente fica confusa. Uma lágrima desce no rosto do jovem, enquanto a sua memória se refresca, revelando o pior… — Por favor, me diz que isso não é real — suplica Dave àos vampiros a sua frente — É real sim jovem, e é tudo sua culpa; não gostava dos seus pais, não é? Então, fizemos a nossa parte no trato, em troca do convite a sua casa, tu és um de nós agora, e os teus pais serão nosso rebanho por um tempo. Pega o teu cão e alimenta-te, que em pouco tempo o sol será seu algoz mais implacável, e a noite será tão perigosa quanto emocionante, ao mesmo tempo, angustiante. — Diz o homem alto, de cabelos curtos e castanhos. — vai se acostumar, e olha, você merece, traindo assim a tua família, nada melhor que uma eternidade de maldição como carma certo? — conclui a mulher de pele negra e olhos claros. — Este eram os monstros, o casal de vampiros que negociaram com Dave, onde este, negociou a vida dos seus pais em troca da vida eterna, bom… maldição eterna. Em meio aos prantos, gritos de choro e jorradas de sangue, Dave se alimenta. Ali, bebendo do sangue do seu antigo amigo, despede-se da sua humanidade. Arrependido de forma tão profunda, mas sem forças para reagir, apenas perdendo o controle para uma besta em seu interior, e aos instintos animalescos e primitivos.
Muito bom cara parabéns. Aconselho adicionar imagens da internet mesmo apenas para ilustrar e coloca a descrição. Ou créditos da foto. Mas e bom add imagnes fica mais chamativo. Parabéns cara belo trabalho goste resteem
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Utilize tags em inglês tags em br não tera muita visibilidade da pra alterar a tag e republicar tipo pt story horror essas coisas
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