Discurso deliberativo

Em A Arte da Retórica, Aristóteles define três gêneros de retórica:
Deliberativo futuro – delibera aconselhando ou desaconselhando para uma ação futura;
Judiciário passado – acusação ou defesa incide sobre fatos já ocorridos; – passado – acusação ou defesa incide sobre fatos já ocorridos;
Demonstrativo presente – para elogiar ou censurar se toma sempre por base a atualidade

Discurso deliberativo ; Exórdio, narração, provas e peroração.

Exórdio

É o início do texto.
Pode ser uma indicação do assunto, um conselho, um elogio, uma censura, conforme o gênero do trabalho a ser desenvolvido.
Essa fase deve assegurar a fidelidade do ouvinte/leitor.
É o que aproximaríamos da introdução.
Deve chamar a atenção para o que se pretende dizer – “nos induz a fazer uma coisa ou dela nos afasta”

Narração

É o assunto propriamente dito, onde os fatos são arrolados.
Parte do discurso em que se mencionam os fatos conhecidos, sem prolixidade,é o desenvolvimento do assunto
Aqui não deve existir rapidez, tampouco concisão, mas sim a justa medida.
"Ora, a justa medida consiste em se dizer tudo quanto ilustra o assunto, ou prove que o fato se deu, que constituiu um dano ou uma injustiça, numa palavra, que ele teve a importância que lhe atribuímos".
Este é o núcleo da argumentação.

Provas

Se o discurso deseja convencer, é preciso mostrar as evidências, comprovar o que se diz.
Para se obter este efeito, é comum nos textos argumentativos usar-se números, tabelas, depoimentos de especialistas no assunto, citações de pesquisas.
Estas entram no núcleo da argumentação.

Peroração

É a parte final, o epílogo.
Compõe-se de quatro partes ou etapas:
A primeira é aquela em que trazemos o ouvinte para o nosso lado,
A segunda é aquela em que ampliamos ou atenuamos o que foi dito,
A terceira é o momento em que mexemos com as paixões do ouvinte e
A quarta e última é aquela na qual fazemos uma recapitulação, uma retomada da idéia principal
Um lugar no texto que se revela extremamente importante por ser a última oportunidade para se convencer o leitor/ouvinte acerca de alguma tese.

Podemos estabelecer então uma estrutura similar para o texto publicitário:
Título - corresponde ao exórdio e tem como função chamar o leitor para o anúncio, levá-lo a ler todo o anúncio;
Desenvolvimento – corresponde a narração e as provas, desenvolve a idéia do anúncio;
Fechamento – corresponde a peroração, fecha,conclui a ideia expressa no anúncio, chama para a ação e retoma o apresentado no título.

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CITELLI, Adilson. Linguagem e Persuasão. São Paulo, Ática, 1985.