Elas parecem mãe e filha em muitos sentidos. Biotipo, trejeitos, gostos em comum. Não há nada que as faça passar um dia sequer distantes uma da outra.
Elas parecem mãe e filha, mas quando se conheceram eram sogra e nora. Se apegaram tanto uma à outra que mesmo após o fim do namoro continuaram morando juntas.
Elas se consideram mãe e filha, e isso basta.
Basta que nunca antes tenham tido a oportunidade de viver esse tipo de amor. Basta que suas histórias de vida tenham sido tão amargas e cheias de perdas. Perda dos pais, perda dos filhos, perda do amor próprio e da vontade e viver.
Basta que agora tenham uma à outra para se amar, se cuidar, se proteger e se ajudar.
Consideram-se enfim felizes, e isso basta a elas.
Bastante por sinal.
Esse post é de uma série de crônicas que decidi escrever, baseadas em fatos da vida real, os quais foram extraídos do meu cotidiano e da minha experiência com famílias em situação de vulnerabilidade social e violações de direitos.