A Jornada de Libertação de uma ex-feminista.

in feminista •  5 years ago 

Os relatos de uma jovem que aos poucos abandonou uma seita:

Ela começou comentando o print de um twitte:


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Eu já fui leitora do blog dessa Lola, até a seguia no twitter. Mas parei qnd notei que ela retuitava todos os comentários que a elogiavam em alguma controvérsia. Minha TL ficava inundada por tweets dela durante dias. Era um saco e olha que na época eu ainda tinha alguma simpatia

Eli Vieira respondeu:

Eu parei de ler quando eu vi que ela só recomendava livros de biologia que negassem o dimorfismo sexual humano no cérebro e comportamento. As suspeitas de sempre: Fausto-Sterling, Cordelia Fine, Gina Rippon, etc. Nunca Melissa Hines ou Simon Baron-Cohen.

Então a jovem deu seu relato detalhado:

Eu concordava quando Lola e companhia defendiam o relativismo, que tudo era social. Só que com o tempo, eu passei a organizar melhor meu discurso sobre o feminismo, no intuito de definir precisamente o que eu achava certo.

E foi aí que passei a notar as contradições no discurso, pq elas defendem ao mesmo tempo linhas de raciocínio que não podem coexistir. Se tudo é social, então por que existem transexuais? Isso não tem sentido, eu pensava.

"Afinal de contas, mulher exibindo o corpo é hipersexualização ou um ato de libertação? O que eu deveria defender? Pq não reclamamos da sexualização dos homens? Mas tem gente que gosta dessa exposição, então pq eu deveria criticar?"

Isso tudo se passava pela minha cabeça. A resposta pode ser óbvia p mim hoje, mas para alguém que acreditava 100% em patriarcado e defendia a cartilha não era um caminho tão simples. Foi nessa época q vi os textos da AJS, inclusive, através de uma turma pedindo p denunciar

No começo fiquei escandalizada, mas como já tinha várias dúvidas a respeito da militância, deixei o preconceito de lado e fui ler. Foi um processo de descontaminação q levou uns 2 anos, acho.

Hj penso que foi uma experiência pessoal bem curiosa, pq me ajudou a entender mais como o fundamentalismo funciona, que era algo q eu não conseguia entender qnd me considerava de esquerda. Até agradeço pelo DA do meu curso ter me tratado como uma traíra qnd me afastei deles rsrsr

Pq foi aí que eu notei o comportamento que eu criticava nos evangélicos, de ver com negatividade quem abandona a igreja, e isso me encorajou a questionar a minha "religião", pq eu não me considerava tão radical quanto eles e então decidi definir o meu próprio discurso.

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Não deu pra entender se ela deixou de ser feminista mesmo ou se só entendeu o que é feminismo e agora sim é feminista...