G44 Brasil: a pirâmide que contava fábulas

Uma característica que todos os marginais têm em comum: negam sua culpa até as últimas consequências. Dessa vez, parece que foram longe demais. Através de acusação caluniosa, os mandantes da G44 Altcoins Exchange (agora G44 Brasil) afirmam que o Guia do Bitcoin retribuiu às ameaças com a mesma moeda.

Antes de continuar, que fique claro: sou apenas colaborador de conteúdo do Guia do Bitcoin, desenvolvendo análises técnicas periódicas e, vez ou outra, algum artigo de maior relevância. O conteúdo disponível na blacklist do portal não é atualizado por mim, mas por tantos outros colaboradores cujos nomes jamais serão citados.

Recentemente, a G44 anunciou em seu site um arquivo de texto de direito de resposta (acesse aqui), o qual informa, sem apresentar prova nenhuma, sua isenção de culpa no que se refere às acusações registradas contra a empresa na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), bem como acusa pessoa anônima, autointitulada “Satoshi Nakamoto”, de cobrar em nome do portal pela remoção do nome da G44 da blacklist. 

 Segue trecho do texto:

 A G44 Brasil não oferece, em nenhuma hipótese, investimentos em criptomoedas ou em qualquer outra modalidade existente dentro do mercado financeiro regulado pela Lei nº. 6385/76, tão pouco exerce atividades voltadas ao Marketing Multi Nível. 

A informação contida no site, obviamente, não condiz com a realidade, conforme evidências extraídas de sua própria página oficial:

Em suma: a empresa afirma não operar com investimentos em criptomoedas, mas, de acordo com seu próprio site, há menção direta ao serviço prestado de investimentos financeiros, bem como explica ao alto de que se trata o Bitcoin, criptomoeda pioneira no mercado descentralizado. Não há menção a qualquer outro tipo de moeda fiat governamental que os exclua da obviedade do serviço ilegal que oferecem. 

Esperava que houvessem tido o mínimo de bom senso de retirar as palavras “investimento” e “bitcoin” de sua página oficial ao lançar a nota. Parece, no entanto, que eles não têm o menor cuidado de limpar seus próprios rastros de incongruência ao longo do caminho. 

A única mudança que fizeram em sua página: mudaram a logomarca de G44 Altcoins Exchange para G44 Brasil. Mas obtivemos print anterior à mudança e o mesmo está contido no topo deste artigo. 

Dizer que não opera com investimentos em criptomoedas, mencioná-las em sua página oficial e nascer sob o nome G44 Altcoins Exchange? É uma ofensa muito grande à inteligência. 

 Como se não bastasse, a página alega que alguém, de pseudônimo “Satoshi Nakamoto”, representando o Guia do Bitcoin, realizou cobrança em troca da remoção da G44 da blacklist: 

Curiosamente, não há nenhuma prova real de que tais mensagens teriam vindo de algum administrador ou colaborador do Guia do Bitcoin. Tudo ocorreu dentro de um ambiente 100% controlado pela própria empresa, o que sugere (para dizer o mínimo) manipulação textual e, acima de tudo, acusação caluniosa. 

Ao contrário da G44 Altcoins Exchange, todas as vítimas das calúnias proferidas por esta empresa têm seus registros gravados tanto em celular como por e-mail. Grande parte desses registros podem ser encontrados em minha última postagem sobre o embuste: G44 Altcoins Exchange: a empresa patética que se enfureceu com a verdade. 

Ainda segundo o texto da empresa: 

Sendo assim, não há a necessidade de realização de registros junto a Comissão de Valores Mobiliários — CVM, uma vez que não exerce atividades ou presta serviços regulamentados pela referida lei, ou seja, análise, consultoria ou distribuição de valores mobiliários.

Quem decide a necessidade ou não de registros perante a CVM não são vocês, e sim pessoas que se sintam lesadas pelo serviço ou mesmo cidadãos preocupados com o crescimento vertiginoso de golpes envolvendo criptomoedas em mercado brasileiro.

O texto segue:

Neste sentido, a G44 Brasil protocolou no dia 05 de março de 2018, pedido de direito de resposta com base no art. 2º, da Lei 13.188 de 11 de novembro de 2015, com o intuito de ver esclarecidos todos os pontos levantados nas respectivas matérias, oportunidade essa que teremos de saber qual o verdadeiro compromisso que seus veiculadores têm com a verdade dos fatos.

Quando foram incluídos na blacklist do Guia do Bitcoin como possível empresa fraudulenta, ao invés de operarem com transparência e apresentar provas cabíveis, irrefutáveis para a remoção da G44 da lista de suspeitos, preferiram agir de má fé e violência moral, criando perfis falsos com o único objetivo de atacar a moral tanto de colaboradores e administradores do portal como de tantas outras pessoas que não possuíam o menor vínculo com a página.Para finalizar, um último trecho:

A G44 Brasil em respeito a todas aquelas pessoas interessadas em criptomoedas, detentora do dever de manter informados todos os nossos cliente e sócios, vem a público reiterar seu compromisso com a ética empresarial e com a transparência das informações.

Ué. Vocês não acabaram de dizer que não operam investimentos em criptomoedas?! E aquele monte de artigos sobre Ethereum, Bitcoin que encontrei no Google? Fiquei confuso…Outra dica: revisem o português, pelo amor de Deus. Está péssimo. Parece o contrato da Minerworld e seus “incargos”.Até vocês provarem, sem sombra de dúvidas, a licitude de seu negócio, através de um modelo verdadeiramente profissional e transparente, conforme o mercado descentralizado exige, podem ter certeza absoluta de que as denúncias não vão cessar.