Livro “Eu Sou o Mensageiro” revela missão repleta de altruísmo e autoconhecimento

Publicado em 2002, “Eu Sou o Mensageiro” é o quarto livro escrito pelo australiano Markus Zusak, também autor do sucesso de “A Menina que Roubava Livros”. A narrativa acompanha os desdobramentos da vida do taxista Ed Kennedy, um jovem de 19 anos, que leva uma vida medíocre e sem muita esperança de futuro em um bairro humilde.

Facilmente, ele faz um balanço da sua história de derrota com algumas comparações com outras pessoas que tiveram reconhecimento na mesma idade que a dele, entre as menções Bob Dylan, Salvador Dalí e Joana D´Arc.

Todas as condições à sua volta são desfavoráveis. A convivência próxima com a mãe ranzinza serve para deprimi-lo cada vez mais, graças às constantes comparações com a vida de seus irmãos que vivem por outras redondezas onde já garantiram mais sucesso do que ele.

O pai falecido recentemente é outro ponto fraco para o momento em que vive. Fora isso, Ed vive na companhia de um cachorro fedorento que ama muito e amigos unidos, porém tão fracassados quanto ele. Tudo isso começa a mudar depois de um assalto em que estava presente dentro de um banco. Depois disso, ele começa a receber algumas cartas anônimas que pedem ajuda para pessoas desconhecidas.

Ele terá que desvendar o mistério de todos esses textos. Aos poucos, se vê envolvido em situações inimagináveis, as suas escolhas são determinantes para mudar o sentimento de derrota que o aterroriza.

Com isso, o livro acaba sendo uma verdadeira mensagem de altruísmo, como uma lição de vida para abrir os nossos olhos para o próximo, mesmo que desconhecido, pode ser tão fácil de ajudar com um pouco de atenção e boa vontade. O entendimento é que pequenas ações ajudam muito mais o espectador do que o suposto beneficiário.

A leitura é fluida e fácil, porém, por vezes, acaba perdendo a excelência de uma escrita expressiva e madura. Isso acaba sendo uma característica do autor e da obra, já que muitos dos seus livros são classificados como literatura jovem.

O ponto negativo de toda a narrativa é a história se alongar no fim deixando a sensação de uma falta de nexo, as respostas parecem vagas e sem muito sentido depois do leitor finalizar uma jornada tão enigmática e interessante.

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