Por Gerson Mazer
Tudo que é novo é polêmico. Se for novo e de grande potencial então nem se fala...
Essa é a realidade para todas as brilhantes e promissoras inovações tecnológicas. Sempre existirá no início uma polarização entre os haters e os lovers. O fato é que tudo que é novo nasce sem um entendimento da sociedade e muito menos com regulação específica. Enquanto isso brechas são utilizadas por gente do mal. Notem que não é a inovação que promove, incentiva ou inicia a vida de ilicitudes. Apenas gente do mal que se aproveita de maravilhas para seguir com as suas perversidades já realizadas anteriormente de formas alternativas.
O processo de entendimento e amadurecimento é lento e pode levar muitos anos... o que não torna as invenções tecnológicas um perigo para a sociedade. Muito pelo contrário, estas inovações são muito mais positivas do que negativas e são em parte o motor da sociedade moderna. Mas é importante que as autoridades entendam isso e participem desse processo para termos transparência e segurança, ficando com a parte boa das inovações.
O mais engraçado é que normalmente os haters mais fervorosos de hoje são os lovers mais fiéis do futuro para uma mesma tecnologia.
Como primeiro exemplo vou citar o surgimento da internet. No início, a internet não tinha todas as capacidades que tem hoje (eu sou usuário da internet desde a década de 90). Mas o potencial revolucionário era tremendo (nos tempos atuais já temos uma pequena amostra desta evolução e aplicações deste potencial). Nem por isso os haters deixaram de existir.
Internet era coisa de nerd, anarquista e bandido (na visão de muitos haters). O marco civil da internet (Lei N° 12.965/14, lei que regula o uso da Internet no Brasil) levou anos... mais especificamente, o projeto surgiu em 2009 e a lei foi aprovada em 2014. E mesmo antes da Lei N° 12.965/14 já tínhamos os antigos haters vidrados na internet seja por seus computadores ou smartphones. Imaginem se os haters tivessem vencido a batalha e matado a internet lá no início!
Mas o que me levou a escrever este artigo não foi a internet. Foi a impressora 3D. Uma outra maravilha que mesmo novata já vem contribuindo de diversas maneiras (por exemplo na fabricação de próteses customizadas). O potencial desta tecnologia é gigante, podendo impactar no sistema logístico, construção e indústrias em geral... Mas assisti uma reportagem onde haters questionavam esta inovação devido a um pequeno grupo de marginais que estavam imprimindo armas de fogo para práticas ilícitas... São os mesmos haters da internet? Que em um futuro próximo serão lovers com suas impressoras 3D portáteis?
E o Bitcoin e a tecnologia/conceito que surgiu com ele? O blockchain, o Bitcoin e outras Criptomoedas tem um potencial revolucionário equiparado ao da internet segundo muitos especialistas. Mas sempre teremos os haters que acham que é modinha ou veículo para a bandidagem... Se você é um hater do Bitcoin hoje, acredito fortemente que se tornará um lover fervoroso em questão de tempo.
Bitcoin não é coisa de bandido. Bitcoin não é causa de terrorismo ou lavagem de dinheiro. Bitcoin nem sequer é meio relevante para lavagem de dinheiro (sim, o dólar é o meio principal para lavagem de dinheiro). Regulação virá, pois, o Bitcoin veio para ficar.
Se informe. Se eu fosse você não ficaria de fora desta revolução.
Obs: Este artigo é uma réplica da Newsletter da HashInvest disponibilizada a seus clientes semanalmente, disponibilizada aqui com algumas semanas de defasagem. Quer receber a Newsletter na íntegra e sem defasagem? Cadastre-se no site da HashInvest. Também publicado em nossa comunidade Investimento Alternativo