O cérebro não é um computador

Na filosofia da mente, o computacionalismo estabelece a relação do cérebro com a mente,
sendo o primeiro como um computador, e o segundo com sendo uma espécie de software,
um programa que serve de conteúdo para a máquina, o cérebro computacional. O
computador, é essencialmente uma máquina manipuladora de símbolos, interpretando-os e
organizando-os de acordo com o que foi programada. Sendo os símbolos algo não natural,
ou seja, sendo fruto da atribuição de valor que parte do observador, do indivíduo que insere
os símbolos através de sua observação e julgamento da realidade a sua volta, logo, fica
notório que qualquer material pode desempenhar a atividade de manipulação de símbolos,
desde que o observador assim o queira, criando símbolos e identificando o instrumento que
interagir com esses símbolos, desempenhando certa função pré-determinada. A ideia de
computador, portanto, vem da função que ele realiza e não do material ou da forma que ele
possui, bastando que se atribua símbolos a certas partes do sistema, e isso já é suficiente
para se ter um computador desempenhando um certo programa. A atividade de
computação, portanto, é fruto de atribuição, interpretação, do indivíduo. Portanto, a
atividade do cérebro de processar informações, pode ser atribuída como computacional
pelo observador, mas não será de forma alguma intrinsecamente computacional, pois
nenhum objeto ou coisa é naturalmente, intrinsecamente, um computador. A explicação da
mente, portanto, que se traduz na atividade do observador, não pode ser feita pela computação, pois
é o observador que atribui a ideia de computação para as coisas, como interpretação
particular.