Sou sempre suspeito quando o assunto é Física. Quando tem a ver com o IFGW - Instituto de Física "Gleb Wataghin" da Unicamp - Universidade Estadual de Campinas, onde estudei e trabalhei com pesquisa, muito mais! Mas duvido que alguém discorde do fato de que a Física é uma ciência fundamental ao permitir ao homem alcançar inúmeros avanços tecnológicos, em sua maioria para o bem da humanidade.
A pesquisa básica em Física nos permite avançar no conhecimento sobre a natureza e seus fenômenos, além de nos fornecer a base para o desenvolvimento de produtos e tecnologias a serviço do ser humano.
Todo dia surgem novos materiais e tecnologias aplicadas nas mais diversas áreas. E a Física, quase sempre, está por trás de tudo, influenciando diretamente a indústria, o meio ambiente, a agricultura e a medicina, dentre outros.
Nessa linha de raciocínio, o IFGW promoverá no próximo dia 16 de junho, sábado, a XXXIX Oficina de Física “César Lattes”. O tema desta edição é “O impacto da pesquisa básica em nossas vidas".
Coleciono inúmeros certificados de participação em Oficinas de Física do IFGW. E estou tentando me organizar para ir nesta próxima também. Recomendo-as sem medo de errar! São sempre eventos muito bem organizados, com palestras de alto nível e que sempre nos brindam com importante atualização de conhecimento.
Podem participar da Oficina os professores de ensino médio, alunos de graduação e pós-graduação, bem como qualquer pessoa, de qualquer área, interessada no tema.
O investimento é simbólico: R$ 35,00 para alunos de escola/Universidade pública/particular, R$ 40,00 para professores de escola pública/particular/funcionário público, bolsistas de pós-graduação e pós-doutorado, e R$ 56,00 para profissionais liberais e outros interessados.
Fica a dica! Quem sabe não nos encontramos por lá?
O programa das palestras, link para inscrições e outras informações você encontra em Oficinas de Física do IFGW
Quem foi Cesar Lattes?
Professor Cesar Lattes lecionando, algo que adorava fazer
Fonte da imagem
As oficinas de Física do IFGW recebem o nome do prof. Cesar Lattes em justa homenagem póstuma. Lattes é o físico brasileiro que "quase" ganhou o Nobel de Física. E o "quase" ficou por conta de uma tremenda injustiça. Levou o Nobel de Física de 1950 Cecil Frank Powell, chefe americano da equipe de pesquisa da qual Lattes fazia parte. Mas todo mundo que conhece a história sabe que, sem a participação do prof. Lattes, a coisa teria sido diferente. A detecção dos mésons pi¹, também chamados de píons, só aconteceu por conta do prof. Lattes e o método por ele aperfeiçoado.
Em uma entrevista para o Jornal da Unicamp, indagado sobre a injustiça do Nobel, prof. Lattes disse:
"Sabe por que eu não ganhei o prêmio Nobel? Em Chacaltaya, quando descobrimos o méson-pi, se publicou: Lattes, Occhialini e Powell. E o Powell, malandro, pegou o prêmio Nobel para ele. Occhialini e eu entramos pelo cano. Ele era mais conhecido, tinha o trabalho da produção de pósitrons em 1933. Depois fui para a Universidade da Califórnia, onde foi inaugurado o sincrociclotron em 1946. Já era 1948 e estava produzindo mésons desde que entrou em funcionamento em 1946, tinha energia mais que suficiente. Então, detectamos, Eugene Garden e eu, o méson artificial, alimentando a presunção de retirar do empirismo todas as pesquisas que se relacionassem com a libertação da energia nuclear. Sabe por que não nos deram o Nobel? Garden estava com beriliose, por ter trabalhado na bomba atômica durante a Guerra, e o berílio tira a elasticidade dos pulmões. Morreu pouco depois, e não se dá o prêmio Nobel para morto. Me tungaram duas vezes".
Tive o prazer de ter aulas de Teoria da Relatividade com o prof. Lattes. Privilégio que guardo para sempre em minha memória afetiva. Ter aulas com ele, inteligentíssimo, e uma figura reconhecida mundialmente, era quase como ter aula com Einstein ou qualquer outro figurão da Física!
Divertido, e sempre com vontade de dar boas aulas, prof. Lattes — sobre não ter ganho o prêmio mais cobiçado da ciência — também costumava dizer algo mais ou menos assim: "Foi melhor não ter ganho o Nobel. Um laureado com o Nobel vira celebridade e passa o resto da vida dando palestras sobre o que fez e não faz mais nada. Nem dá mais aulas".
¹ Mésons pi são partículas subatômicas formadas por um quark e um antiquark. Foram propostas teoricamente pelo físico japonês Hideki Yukawa como mediadoras da força que liga os prótons e os nêutrons no núcleo atômico, conferindo a coesão nuclear. Os mésons pi ou píons foram detectados pela primeira vez por Cesar Lattes estudando os raios cósmicos na atmosfera rarefeita no alto do Monte Chacaltaya, na Bolívia, usando emulsões fotográficas por ele calibradas com Bórax (Tetraborato de Sódio), substância que fez toda a diferença e conferiu às emulsões a sensibilidade necessária para os registros históricos dos mésons pi.
Muito bom professor! Vou pesquisar mais sobre a história do Lattes. Achei bem interessante e espero que dê tudo certo nessa oficina. Valeu!
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Boa! A vida do prof. Lattes vale um bom aprofundamento!
Lembrei-me de um documentário que fala sobre a vida do prof. Latttes e também do prof. Leite Lopes. Vale a pena. Confira o próximo post.
Abraço. E Física na veia!
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