Dar a outra face

Eu estive pensando sobre essas matanças recentes ocorridas contra inocentes nos EUA. Dizem que isso acontece não por conta da existência das armas, mas por conta da existência de pessoas malucas.

Mas será que existem mais pessoas malucas onde existem mais armas? Ou as armas proporcionam e potencializam a maluquice nas pessoas? Porque malucos existem em todos os cantos do Planeta Terra. A única diferença é que apenas em alguns lugares eles podem comprar armas de guerra.

Já falei várias vezes aqui que não sou contra o instituto da autodefesa. E por isso mesmo sou a favor de que as pessoas possam possuir e portar armas de defesa. Mas estamos aqui falando de armas de guerra, capazes de disparar sei lá quantas balas por segundo. Que mundo é esse que você “precisa” ter uma arma de guerra pra se defender no dia a dia?

Dizem que para quem possui um martelo em mãos tudo vira prego. Pra o médico tudo é doença, pra o psicólogo tudo é loucura, pra o matemático tudo são equações. E pra quem tem armas de guerra para se defender todos viram potenciais assassinos? Talvez.

Eu não sou nem um pouco religioso, pois tenho uma mente muito científica que não me deixa acreditar em especulações sobrenaturais como sendo “verdades absolutas”. No máximo considero essas especulações sobrenaturais como meras hipóteses.

Mas apesar disso existem alguns ensinamentos muito importantes em muitos dos livros ditos “sagrados”. E uma delas me vem à mente quando penso nessa paranoia de possuir armas “pra se defender”. É a frase que diz: "dê a outra face".

Essa frase é muito forte, mas se formos pensar nela com mais carinho ela tem um potencial transformador em nós. Imagina se as pessoas em vez de querer possuir armas pensassem: “prefiro morrer do que viver em um mundo onde eu tenha que matar pra ficar vivo”. É tipo um “dar a outra face”, difícil de cumprir, mas por isso mesmo que estamos muito longe de onde poderíamos estar se tivéssemos mais fé em vez de fogo.

Na base do olho por olho, dente por dente terminaremos todos cegos e banguelos. Alguém tem que cortar essa corrente do mal carregando a sua cruz. Não passe a cruz adiante, multiplicando-a mundo afora. Seja você um receptáculo de todo mal existente no mundo. Talvez essa seja a mensagem filosófica deixada na cruz.

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