[ARTIGO] Um papo sobre caridade e liberdade econômica (Portguês)

in portuguese •  7 years ago  (edited)

                 Um papo sobre caridade e liberdade econômica


Há um mito extremamente difundido que diz que sem o estado, ou seja, sem uma agência coerciva que obriga as pessoas a pagarem impostos, que serão utilizados em prol da sociedade e dos mais necessitados, os pobres seriam abandonados à sua própria sorte.

Nada mais falacioso que essa afirmação. Há uma frase que diz o seguinte: Quanto maior o estado, menor o cidadão, e a lógica, juntamente com os fatos empíricos, confirmam exatamente isso.

O tema é caridade, e caridade caminha lado a lado com direitos humanos e participação popular, já que fazer o certo e o bem para nossos semelhantes dentro da sociedade é papel da própria sociedade, ou seja, através da participação ativa da população dentro dela mesma.

Uma das maneiras de medir a solidariedade espontânea é analisar o tempo e o dinheiro dedicados pelas pessoas ao voluntariado, isto é, que exerceram alguma atividade com impacto positivo sobre terceiros, sem receber alguma compensação material em troca.

Usamos estatísticas do Wolrd Giving Index, que todo ano apresenta números referentes ao voluntariados no mundo, e que mede a percentagem de pessoas que praticaram caridade. Os critérios são: doações em dinheiro e/ou tempo a uma organização e ajuda a um necessitado.


Este é um mapa de 2014, os países em vermelho são os mais caridosos, seguidos pelos amarelos em em seguida os azuis. Em primeiro lugar ficam países como EUA, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido, Holanda.

Em segundo, Finlândia, Suécia, Eslovênia, alguns do Oriente Médio, Chile e assim por diante.

Os menos caridosos, destacam-se o Brasil, Venezuela, Equador, Argentina, Rússia, China, Paraguai e assim por diante.

Agora vamos comprar com o mapa de 2014 de liberdade econômica da Heritage Foundation e do Wall Street Jornal, ou seja, o mapa que mede o “tamanho do estado” por assim dizer.


Aqui os países em verde são os mais economicamente livres, destacam-se EUA, Canadá, Chile, Reino Unido, Suíça e assim por diante. Os amarelos são os relativamente livres, como México, Peru, Uruguai, Portugal, África do Sul, Itália. Os em vermelho e laranja são os menos livre, como o nosso Brasil, Venezuela, Argentina, quase todos da África, e o bloco que vai da Rússia à Índia.

Vejamos agora os dois mapas em conjunto:


Como é possível ver, há uma relação muito forte entre a liberdade e a caridade... Agora vamos à parte teórica: Porque essa relação?

Em uma sociedade livre, o grau de responsabilidade individual tem de ser elevado. O corolário da liberdade é a responsabilidade, sem essa última, teríamos apenas uma licenciosidade.

Quando há liberdade e responsabilidade, as pessoas necessitam de prudência para se salvaguardarem para o futuro, já que esse é de sua inteira responsabilidade, sem o "papai Estado" para tomar conta. Elas são então mais incentivadas a, por exemplo, pouparem dinheiro ou fazer seguro de vida. (Veja este artigo sobre poupança)

Isso, por si só, estimula um comportamento mais soberbo e austero, estimulando atitudes que não visem só o presente imediato.

Juntamente a isso, a maior parte dos indivíduos tem arraigados em si, um altruísmo natural, e dado que a pressão social tende a desprezar egoístas primários, em uma sociedade livre as pessoas sentem uma maior necessidade de ajudar o próximo. Quando se tem liberdade, as pessoas tendem a tomar consciência de que se não fizerem nada pelos necessitados, estes serão abandonados à própria sorte, o que choca seu altruísmo natural e sua educação.

Em segundo lugar, como muitas dessas pessoas altruístas já passaram por condições difíceis, e nessa ocasião, alguém certamente as ajudou de alguma forma, elas se sentiriam em certa obrigação moral de retribuir o favor.

Em terceiro lugar, os próprios necessitados sabem que recebem ajuda voluntária, o que os impede, de certa forma, de abusar desse auxílio, pois sabem que podem parar de recebê-lo. Uma coisa é ter ajudas pontuais para se reerguer, outra é ficar completamente encostado sem se esforçar.

E por último, quem ajuda, tendo consciência de que os necessitados não abusarão de sua boa vontade, e, se o fizerem, perderão os benefícios, se sentirão mais estimulados a ajudarem uma vez que sabem, que em caso de abuso, sempre poderão se retirar.

Pôde-se ver que, tanto na teoria quanto na prática, caridade e voluntariado andam lado a lado com liberdade econômica.

Uma sociedade livre tem seus próprios meios naturais de solidariedade, e estes são pouco visíveis agora, para nós, principalmente porque um estado gigante já monopolizou quase a totalidade da assistência social, absorvendo recursos e dinheiro da sociedade para esses fins.

Um sistema coercivo gerenciado por um estado que promete cuidados do berço ao túmulo incentiva mais o egoísmo e diminui o altruísmo.

"Quando o estado aumenta, todas as outras coisas começam a desaparecer, liberdade, individualidade, benevolência e a moral".


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Olá @thomassmmaker
Encantounos teu artigo, polo que foi incluido post de hoxe O mais leido do Steemit en Portugues o 2/Agosto
Ademais coincidimos contigo en que a maior presión do estado... peor para todos. (Entre outras pq o estado gasta recursos en alimentar a súa propia estrutura, restando-os polo tanto da ajuda ás xentes)
Parabéns e obrigadas polas túas aportacións..
Percuramos curadoras de contidos. Qué facer??

Muito obrigado, @gazetagaleguia ! Seria um prazer ajudar, com toda certeza!

Que belo post! Nunca tinha visto nem analisado esta perspetiva, embora a tivesse intuído no sentido de que, nos estados mais desenvolvidos, os cidadão, de alguma forma, têm mais arreigado o sentido da cidadania e, por terem os seus direitos mais básicos assegurados (vd pirâmide de maslow), têm um sentido de responsabilidade social mais apurado. Gostei muito, voto e sigo-te!

Olá, Nolasco! Que bom que gostou, fico feliz em ouvir isso! :) Em breve postarei alguns sobre educação e assuntos similares.
Seguindo de volta! :D

Seguirei os seus posts sim :). Obrigada!

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