Sobre a Síndrome do Aninhamento

in pt •  7 years ago 
Logo quando engravidei da Clarice, um casal de amigos nossos me emprestou aquele clássico dos clássicos da maternidade: o livro O que esperar quando se está esperando, de Arlene Eisenberg. É um clássico porque ficou bem famoso porque trata-se de um calhamaço com tudo o que é necessário uma grávida saber mesmo antes de conceber os rebentinhos, ele traz um acompanhamento mensal do desenvolvimento gestacional, sobre as características de cada fase, doenças, parto etc. Enfim, é um livro muito conhecido nos clubinhos maternos.

Li todo ele em poucos dias, o que me ajudou bastante em todo o processo da gravidez, já que na época morávamos num sítio e não tínhamos Internet e não tinha muito com quem conversar sobre meus anseios de primeira viagem...

Lembro que no decorrer da leitura, um trecho me chamou a atenção pois falava sobre o "instinto de aninhar" da futura mãe principalmente na reta final da gravidez. O ato de "aninhar" não refere-se apenas ao alento, ao amor, à amamentação quando o bebê nasce mas, literalmente, ao "preparar o ninho" para a chegada do filhote. Este instinto está presente em praticamente todas as fêmeas do mundo animal e claro, como somos autênticas mamíferas, está presente em nós também.

Quando era criança, lembro de que quando uma vaca do sítio ia parir, eram dias ansiosos e cada movimento do animal era motivo de curiosidade para saber se tinha chegado a hora ou não. Lembro que antes de dar a luz, elas ficavam impacientes, inquietas e procurando algo pelo campo até chegar em um lugar e ali fazer o que a Natureza havia lhes renomado.

Nascimentos são sempre uma chance de recomeçar.

Quando estava de 38 semanas e 5 dias de gravidez (já nos nove meses), precisamente, lembro de levantar de manhã cedo com uma energia sem igual, eu estava alegre, leve e com um sentimento maravilhoso. Era uma ansiedade boa, que rendia aqueles calafrios de bem-estar quando estamos diante de um acontecimento maravilhoso.

Eu não havia terminado de arrumar todas as coisas para receber minha filha, o que me fez ir correndo para terminar de organizar, lavar as roupinhas, passar, arrumar a mala da maternidade, enfim... Preparar meu ninho. Lembro que fiz tudo o que não seria recomendado para uma grávida com aquele barrigão fazer: erguer peso, arrastar sofá, guarda-roupa, berço, erguer balaio com lenha (eu secava as roupinhas dela no fogão a lenha), ia para lá e para cá numa pressa instintiva, sentia algo diferente.

Então, no final daquela tarde, a bolsa rompeu e eu entendi que tudo aquilo fazia parte daquele instinto maravilhoso: Eu estava preparando meu ninho, eu estava procurando meu lugar para, finalmente, me entregar ao destino que a mãe Natureza me proveu e fazer desta tarefa o sentido da minha vida. <3

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Fonte

Obrigada pela leitura. Abraços, Carol! <3

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@caroline.muller, Parabéns! O teu post foi votado e resteem pelo Projeto Camões!

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Ainda não vivi essa experiência mais deve ser uma coisa maravilhosa ;) Felicidade pra você @caroline.muller. Obrigada por compartilhar <3

Muito obrigada pela leitura e comentário, @lisamalletart! Acredito que qualquer experiência da maternidade é válida! Abraços! <3

Que lindo texto, Carol! Fiquei emocionada, mesmo não tendo passado pela experiência de ser mãe.
Obrigada por compartilhar! :)

Eu que lhe agradeço pela leitura e comentário, querida @renata.fernandes! Abraços!

Ahhhh que post lindo! Me fez lembrar da semana que meu filho nasceu. Exatamente como vc descreveu... fiz tudo o que não deveria, mas arrumei meu ninho❤️

Muito obrigada pela leitura, Dani! Fico feliz que tenha reconhecido o sentimento... Cada fase que passamos na nossa vida materna traz surpresas! <3 Beijos.

É interessante essa necessidade de ter tudo pronto na reta final! Lembro-me que comigo também foi mais ou menos na mesma altura que me deu uma ansiedade boa de limpar o quarto e ter todos os têxteis prontos. Foi também quando pedi à família que viesse ajudar a limpar a casa toda, tipo limpeza geral de primavera! :D Naquela altura tinha ouvido falar do nesting mas não associei, só depois de conversar com outras mães e comparar ao que eu senti é que percebi :) Acho que associei mais ao facto de ter que estar completamente disponível para a minha filha e tudo o resto ter que ficar para segundo plano... Ah! A minha Margarida foi o oposto da sua Clarice, resolveu esperar até perto das 42 semanas para nascer!

Oi @helgapn! Interessante você compartilhar sua experiência também... Quando vamos falando vão aparecendo outras mamães que passaram por isso também, algumas dão atenção, outras nem tanto hehe. De fato, depois que nasce nossos instintos afloram mais ainda e os cuidados com o recém-nascidos exigem de nós um completo comprometimento!

Lindo o nome da sua filha, amei! <3

Parabéns, seu post foi votado e compartilhado pelo projeto Brazilian Power, cuja meta é incentivar a criação de mais conteúdo de qualidade, conectando a comunidade brasileira e melhorando as recompensas no Steemit. Obrigado!

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Que engraçado esse post Carol! rsrsrs
Minha mãe me contou que no dia que eu nasci ela decidiu lavar todas as minhas roupas e meu pai tocou na barrigona dela e disse - bebê, só não nasce hoje tá?! Quando chegou no final da tarde que as roupas estava quase secas, minha mãe começou a ter contrações e eu nasci...
É realmente muito interessante o instinto que as mamães carregam! Tudo de bom! Abraços =D

Que massa, Carol! Adoro essas histórias de nascimentos! Acredita que não deu tempo de secar algumas roupas da Clarice também? Foi um apuro total hahahah!

Muito obrigada pela leitura, abraços! <3

Bagus sekali.

Em partes me sinto identificado, que bom post é uma ótima história.

: )

Que lindo Carol !