O desenvolvimento do modo de produção capitalista. – Parte 02. #Filosofia-Política

in pt •  5 years ago 

Este texto é continuação da série que estou escrevendo, o primeiro texto pode ser lido no seguinte link: O desenvolvimento do modo de produção capitalista – Parte 01.


capitalismo.jpg
 
Source


01.png
 

O capitalismo como conhecemos atualmente, foi iniciado na Revolução Industrial no século XVIII, sendo desenhado durante todo o século XIX até as décadas de 20 e 30 do século XX. Esse modelo era denominado de modelo liberal, pois sua orientação econômica era o livre mercado. Podemos então começar a desenhar uma tabela que servirá como base.
 

CronologiaRev. Indust. até déc. de 20/30 séc. XX
ModeloLiberal
OrientaçãoLivre Mercado
Fund. TeóricaAdam Smith

 
Existiram diversas fundamentações teóricas, mas o teórico mais importante foi o filósofo e economista Adam Smith, considerado o pai da economia clássica e também pai do liberalismo, pois ele sistematizou toda essa corrente de pensamento. Não podemos confundir John Locke e Immanuel Kant, pois esses dois eram liberalistas políticos, Adam Smith era liberalista econômico.
 
Os liberalistas econômicos da época, enxergavam a economia como um organismo vivo, ou seja, ela se “autorregularia”, da mesma forma que nosso corpo combate as doenças e se regula para o nosso bem-estar.
 
Esse equilíbrio se daria através da liberdade entre as partes envolvidas, ou seja, criando um ambiente de livre mercado. Nesse ambiente, as relações estabeleceriam esse equilíbrio de forma espontânea sem a necessidade da intervenção do Estado.
 
Vou exemplificar para deixar mais claro. Imaginemos que por algum motivo 10 milhões de pessoas resolvem comprar pendrives, mas no mercado só existem 1 milhão de unidades disponíveis. Em um primeiro momento os preços subiriam, pois há maior procura do que oferta.
 
Mas, com a falta do produto e uma grande demanda a ser sanada, comerciantes buscariam pelos seus fornecedores que buscariam por importadores ou fabricantes para sanar essa demanda. Em poucas semanas chegam diversos pendrives no mercado que abastece a demanda dos 9 milhões de clientes que faltavam para comprar seu produto, dessa forma o preço voltaria ao normal pois o mercado se autorregularia.
 
Segundo essa teoria, isso traria a felicidade para todos, os clientes teriam o produto do desejo, os comerciantes e fornecedores lucrariam com as vendas, os trabalhadores teriam empregos e poderiam consumir, dessa forma a economia caminharia sozinha sem necessidade de uma regulação do Estado que ainda arrecadaria impostos provenientes dessas relações.
 
De acordo com Smith, se deixassem o mercado livre, não necessitaria da “mão forte” do Estado, a “mão invisível” do mercado é o que gerará crescimento econômico e distribuirá esse crescimento entre todos.
 
A teoria é linda, tudo perfeito e maravilhoso, mas a prática era diferente, a mão invisível que Adam Smith citava era tão invisível que nem existia. Pois bem, esse liberalismo foi o que levou a economia mundial a diversas crises.
 
Nos picos de crescimento econômico, tudo bem, pois esse crescimento geraria empregos transformando trabalhadores em consumidores que aquecem o comércio que compra da indústria e ambos também contratam mais trabalhadores, ou seja, um ciclo de crescimento econômico.
 
Mas em um determinado momento, todas as necessidades da sociedade serão sanadas, a indústria começará a demitir, dessa forma alguns trabalhadores deixarão de consumir afetando diretamente o comércio que por sua vez também demitirá, até o ponto da recessão econômica. Por todo o século XIX e início do XX, em períodos de 10 e 20 anos aproximadamente, houve vários momentos que demonstraram isso, crescimento e recessão.
 
Mas vale lembrar que, essa observação é válida apenas para a maioria dos países do Hemisfério Norte, basicamente na América do Norte, boa parte da Europa e claro, onde nasce o capitalismo industrial, Inglaterra. O Hemisfério Sul era constituído por economias em desenvolvimento, portanto essas regras ou modelo melhor dizendo, ainda não se aplicava. O Brasil por exemplo, no século XVIII ainda era uma economia totalmente baseada na agricultura escravagista.
 
Continuando, o problema que o livre mercado trazia consigo era que as crises econômicas não vinham sozinhas, mas acompanhadas de crises sociais, pois como o trabalhador não possuía mais poder de consumo, tudo lhe faltava, de itens supérfluos a itens básicos.
 
Como este texto já está ficando grande trarei a continuação dele amanhã.


01.png


Todos os meus posts estão agrupados no Steem Center. Acompanhe: Link.


01.png

Posted using Partiko Android

Authors get paid when people like you upvote their post.
If you enjoyed what you read here, create your account today and start earning FREE STEEM!
Sort Order:  

This post was upvoted by SteeveBot!

SteeveBot regularly upvotes stories that are appreciated by the community around Steeve, an AI-powered Steem interface.

Boa, @demokratos! Sabia a história por cima, mas fazia tempo que não lia a respeito, vou acompanhar a tua série, obrigado por compartilhar ;)

Posted using Steeve, an AI-powered Steem interface

Isso na verdade é matéria de curso de economia mas estudei isso em filosofia política, apesar de já conhecer partes dessa cronologia nunca tinha olhado como um todo, neste caso o professor fez a diferença, tive um excelente professor de filosofia política.

Posted using Steeve, an AI-powered Steem interface

Parabéns, seu post foi selecionado pelo projeto Brazilian Power, cuja meta é incentivar a criação de mais conteúdo de qualidade, conectando a comunidade brasileira e melhorando as recompensas no Steemit. Obrigado!

footer-comentarios-2.jpg

Obrigado pelo apoio e por compartilhar @brazilians.

Posted using Steeve, an AI-powered Steem interface