A exatos 501 anos atrás, um monge agostiniano chamado Martinho Lutero pregava na porta da igreja da pequena cidade de Wittenberg na Alemanha suas propostas de reforma para a Igreja.

A intenção de Lutero não era confrontar a Igreja, mas apenas por em debate as suas teses. Mas para nós hoje em dia isso não importa mais, pois o que aconteceu a partir daquele gesto alterou completamente os destinos da civilização ocidental.

Suas ideias rapidamente conquistaram popularidade tanto em sua terra natal, a Alemanha, mas também se espalhou por todo o norte da Europa, como Dinamarca, Escandinávia, Balcãs, Inglaterra.

Hoje suas ideias estão espalhadas pelos quatro cantos da terra, e o número de seguidores rivaliza com o da própria Igreja Católica. Estima-se que existam hoje 1,2 bilhão de católicos e 900 milhões de protestantes mundo afora.

A propriedade e coerência das suas ideias são motivo de fortes debates até hoje. E como sempre acontece quando ideias são baseadas em dogmas, nunca se chegará a uma resposta final definitiva de quem “está certo”.

Mas uma coisa é inegável. O mundo ocidental que conhecemos hoje seria irreconhecível sem as contribuições diretas ou indiretas da Reforma Protestante, como a popularização da leitura da Bíblia, consolidação e padronização das línguas nacionais, fortalecimento da burguesia, enfraquecimento político da Igreja, separação estre Igreja e Estado, o Iluminismo, a liberdade religiosa, e por aí vai. Sem dúvida o nosso mundo ocidental não seria o que é hoje não fossem todos esses valores conquistados.

E é por tudo isso que se torna praticamente impossível não sermos gratos a ele, independente de nossas crenças e de concordarmos ou não com suas teses.

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