Quem é Fábio Miranda, por Fábio Miranda

Estamos em 2018, escrevo no mês de março. Sério, uma das coisas que mais me incomoda é a seguinte frase: “Quem se descreve, se limita!”. Essa frase ou algumas variações dela são muito usadas em descrições de perfis em redes sociais. Mas, me irrita por quê? Pare pra pensar nessa frase, veja o quão limitadora é essa ideia, de não se descrever, de não ter consciência de quem você realmente é. Se descrever, além de um excelente exercício cognitivo é um ótimo exercício de autoconhecimento, e é extremamente complicado(Já tentou falar sobre você numa entrevista de emprego?). Vou tentar cumprir essa difícil tarefa, deixando a oportunidade para quem quiser saber o que eu realmente sou, saber por mim e não por outros. Eu prometo que vou ser sincero.

Eu simplesmente decidi fazer uma lista com meus defeitos, e como um deles é uma falta de atenção absurda, eu fechei tudo, larguei o celular, e cronometrei 15 minutos para pensar e escrever sobre meus defeitos. Quando eu acabei a lista, havia 20 itens! Sim, 20 coisas que eu considero claramente defeitos, sejam de personalidade ou atitude. Engraçado que eu finalizei a lista com a seguinte pergunta: “Listar tantos defeitos é bom ou ruim?”. Refletindo durante dois dias, cheguei a conclusão que é ótimo, e inclusive está me fazendo escrever este texto.

Finalmente, quem é o Fábio Miranda? Fábio é apenas um ser humano, entre sete bilhões. Isso pode fazer parecer que não há nada de especial em mim ou em qualquer outra pessoa, mas a verdade é que mesmo com tantos indivíduos, somos tão únicos que não seria encontrada outra pessoa como a mim ou como você em lugar algum, talvez até mesmo em nenhum lugar do tempo. Esse tipo de assunto é uma parte de mim, a Filosofia e a Ciência em conjunto, formando minhas opiniões e meus discursos diários. Perguntas simples, para mim podem se transformar em discursos de muitos minutos(ou se o tempo permite, mais de horas). Na minha visão a ciência é extremamente importante, a ponto de eu gargalhar(ou ficar extremamente incomodado) quando vejo coisas pseudocientíficas como Ufologia, Acupuntura, Astrologia(signos), Tratamentos com ímãs e coisas desse tipo. Sim, eu sou chato, critico a Astrologia, pois é uma das que mais me incomoda, porque além de tentar estar relacionada com minha ciência preferida(Astronomia), causa um mal que as pessoas nem percebem, que é gerar um preconceito(você crê que conhece o suficiente da pessoa por ela pertencer a um grupo) de pessoas sem nem conhecê-las de verdade. Lógico tem outros males, que ainda vou fazer um texto sobre.

Eu não tenho vergonha de admitir que não sei alguma coisa, mas é fato que eu não gosto da sensação de não saber algo, até por isso eu já li tanto, sobre tantos assuntos. Muitas pessoas me veem como arrogante, como uma pessoa sem humildade pelo fato de que eu falo o que eu SEI com convicção e mesmo que tenham 20 pessoas discordando, se eu tenho certeza do que estou falando, eu vou continuar argumentando. Eu gasto horas estudando um assunto, muitas vezes eu já estudei o assunto por diversas visões diferentes, sei muito bem os pontos de vista sobre o assunto, então eu simplesmente argumento todo meu conhecimento sobre o assunto, mas infelizmente isso é visto como uma tentativa de ganhar debate e não como uma oportunidade de conhecimento para as partes envolvidas, então as pessoas partem pra agressão pessoal e largam o assunto de lado, ou simplesmente se calam e passam a me enxergar como arrogante, orgulhoso, polêmico(seja o que for), mas sou apenas um pessoa com determinados conhecimentos.

Eu sou inteligente? Talvez, depende dá ótica. Eu não considero a inteligência algo que nasce com a pessoa e determina o quanto ela terá de conhecimento na vida. Eu não me vejo como uma pessoa que nasceu inteligente e nem acredito que exista pessoas assim, sempre há várias causas determinantes para aflorar inteligencia em pessoas, desde a força de vontade, a curiosidade infantil, meio em que vive e etc(estou considerando pessoas que tiveram a oportunidade de se alimentar sem subnutrição na fase infantil). Eu me considero inteligente, pois diferente da média nacional que é de 1.06 livros lidos inteiros por ano, eu leio no mínimo 10 vezes mais que isso, sem contar revistas, artigos e outros, o que me permite ter um certo nível de conhecimento nas mais variadas área do conhecimento. Como eu disse anteriormente, quando eu sei algo, é porque eu estudei e conheço mesmo. Porém, se você considera inteligente a pessoa que tira as melhores notas, não é meu caso, odeio provas e a situação que são aplicadas comprometem o meu conhecimento.

Já que eu não sou arrogante ou orgulhoso, eu sou humilde? De novo uma ambiguidade, depende. Eu me considero humilde, mas sou humilde na maioria das vezes, não em TODOS os casos. Eu tenho uma certa dificuldade com essa área da humildade, pois eu tenho que lutar contra a inclinação de me sentir superior a grupos de pessoas que não possuem um conhecimento. Não é que eu me sinta superior, mas a inclinação a essa sensação é grande, e se só por sentir isso já te faz me considerar pretensioso, então sou. Mas, se você considera a humildade como eu, que acho(acho tendo base, eu poderia até usar a palavra “sei”) que a humildade é a consciência das próprias limitações, sem precisar ficar se diminuindo no que sabe, fingindo que não é bom em algo que você é especialista, que admitir que é humilde não te descaracteriza como humilde, aí sim, sou humilde(Saber meus defeitos e admiti-los já me torna humilde).

Minha forma de falar é um defeito meu, que me incomoda muito, que é tão inerente a mim, que é complicado demais eu mudar, mas é um desejo forte mudar. Eu falo com autoridade, mas de uma forma que transparece que me acho superior, que eu considero o receptor ou receptores menos capazes do que eu. Isso é péssimo, não é proposital, não penso dessa forma, simplesmente é o natural de mim. Evidentemente não é uma desculpa, eu vou mudar isso com esforço, mas vou mudar. Eu gosto muito do Carl Sagan, que foi um dos maiores cientistas do século XX e falava de uma maneira, que era tão respeitosa que ele sempre era ouvido, passava o que ele entendia do assunto, as pessoas não se ofendiam por mais que o assunto fosse polêmico e até crianças entendiam o que ele falava. Tenho certeza que posso melhorar até ter um nível parecido com essa maneira de falar.

Eu sou muito desfocado, minha atenção é próxima ao zero. Eu tenho que lutar constantemente com isso em todas as situações. Pra trabalhar, é um esforço grande. Pra estudar é um esforço mental muito grande, tanto que quando eu aprendo, eu realmente aprendo, pois é sempre difícil focar até aprender. Até para ler é complicado, é bem difícil. Eu não costumo observar bem o ambiente a minha volta, não vejo coisas jogadas no chão, não vejo mudanças significativas no ambiente as vezes. Eu também me esqueço das coisas, enquanto estou fazendo alguma coisa. Eu já consegui a proeza de fazer café e esquecer de botar a jarra na cafeteira(Sujou tudo e desperdiçou café ). Mas, eu não posso usar isso como desculpa, de uma forma ou outra, eu consigo ter foco o suficiente para fazer cada coisa e algumas técnicas melhoram minha atenção.

Sou preguiçoso e muito bagunceiro, admito isso. E sério, não me esforço muito pra mudar isso não… Não tenho nem o que dizer nesse parágrafo. Próximo!

Eu vejo também alguns erros que me incomodam, principalmente com relação as crianças. Nós mentimos pra elas, não respondemos suas perguntas, as tratamos como se fossem inferiores,dizemos que não podem ser as 30 coisas diferentes que elas querem e outros. Para mim, as crianças tem que ser estimuladas a buscas o conhecimento e ser tratadas como pequenos adultos, que tem a capacidade de pensar em soluções e são capazes de entender as coisas, por mais que achemos que elas não vão entender. Entenda por criança aqui, crianças de 3 a 7 anos.

Eu também, tenho uma visão um pouco diferente de felicidade. Eu acho que há algo de muito errado, quando uma pessoa fica feliz porque a sexta-feira está chegando, que fica triste por saber que está chegando a segunda-feira, que fica feliz porque vai ter um feriado longo e vai dormir esse tempo todo. Se a pessoa tem esse tipo de pensamento, é porque ela tá esperando a felicidade chegar, ela odeia o que ela faz, faz apenas pelo dinheiro, dorme muito quando tem tempo livre porque não há Hobbies e nem nada que ela queira ter mais conhecimento e isso é triste. Esperar a felicidade como se ela fosse algo a alcançar no futuro é triste na minha visão. Pra mim a felicidade tem que ser todo dia, tem que ser sempre. Eu acordo e vou trabalhar no que eu gosto, eu gosto das pessoas que eu trabalho, eu fico feliz a semana inteira, fico feliz no final de semana pois vou estar com outras pessoas que amo, tô sempre sentindo sensações de felicidade. É claro, tem gente que não tem escolha, não tem como mudar de área, não tem como mudar os colegas de trabalho ou outras variantes, mas será que vai permitir ficar nessa situação pra sempre? Bem, é assim que eu vejo a felicidade. No fim do dia, eu sempre anoto 3 coisas que me fizeram bem nesse dia, hoje com certeza vai estar escrever esse texto, mas nessas coisas tem coisas que aconteceram no trabalho, coisas que minha mãe fez por mim, momentos que eu vivo com minha namorada, coisas que eu fiz, coisas que eu pensei.. Todo dia vai haver pelo menos 3 coisas que nos fizeram bem.

Uma coisa sobre mim que é engraçada, é meu jeito pessoalmente. Eu não consigo ficar quieto. Eu bato nas coisas, eu me mexo, pareço impaciente, balanço muito a cabeça. Porém, estou completamente tranquilo, é apenas meu jeito, eu sou assim e isso é algo que eu não vou ter muito o que fazer. É engraçado porque as pessoas não entendem, e pensam que estou ansioso, incomodado ou coisas do tipo, enquanto eu tô tranquilo(por dentro). E eu falo, falo, falo. Eu não consigo parar de falar, falo sozinho, falo com as pessoas perto, senão tiver nada pra falar eu canto. Ainda nesse mérito de coisas que eu não tenho muito controle, eu sorrio, sorrio muito. Eu vivo sorrindo, pareço um retardado, meu rosto é extremamente infantil e cordial devido a estar sempre sorrindo. Eu não curto muito parecer tão extrovertido e contente, pois sempre passou a impressão de irresponsabilidade e imaturidade, acho que extroversão e conhecimento são duas maldições de certa forma.

Fugindo completamente desse tom, sim eu faço isso constantemente, mudo os assuntos e espero que as pessoas acompanhem, o que quase nunca acontece, afinal as pessoas não estão na minha cabeça(essa é a forma que eu confirmo que o mundo não é uma ilusão gerada pela minha mente hahaha), né? Eu curto muito a música nacional, mais especificamente o Samba/Pagode e Sertanejo. Eu não teria como não gostar, pois outra coisa sobre mim, é que eu amo História, e conheço a História do lugar que eu vivo, e acho que entender como a sociedade de hoje se formou baseado nos acontecimentos que passaram, me faz admirar o que temos hoje e sentir um sentimento de agradecimento pelo que tenho hoje. Como não gostar do Samba, sabendo das origens dele com os escravos, descendentes de escravos, que ou não sabiam ler mas tinham profundos sentimentos para compartilhar por meio da música, e os que sabiam ler, muitos que aprenderam porque os filhos ensinaram, faziam tão bem as rimas usando todo o recurso do nosso português? Bem, isso é um dos motivos, e não vou abordar profundamente isso, mas aconselho firmemente a conhecerem a construção histórica do local em que você vive, vai ter fazer sentir uma conexão com o lugar de sua origem, e pra mim, a história do Rio de Janeiro é incrível e muito rica, se você é daqui, vale a pena estudar sobre. Aqui deu pra entender que eu gosto de História, gosto de entender profundamente os locais, gosto de música nacional? Espero que sim.

E a paixão pelo Flamengo? Ah, já sei. Está achando que é uma paixão irracional, que eu tenho porque fui condicionado a tê-la. É, eu sei que o esporte é meio irracional muitas vezes, que é visto apenas como uma diversão. Porém, como eu disse, eu amo história :D . Eu gosto muito da história do Rio de Janeiro, e o Flamengo está repleto dela, o Flamengo é uma entidade poliesportiva da qual eu tenho muita paixão e muito orgulho de torcer e conhecer essa história. Flamengo que começou com jovens que queriam apenas praticar bem o remo e mal sabiam que estavam criando um gigante, que depois passou a ter uma divisão de esportes terrestres porque jogadores se impuseram em não aceitar ordens sem motivos claros, que teve um início vitorioso no Futebol Amador, que se tornou uma casa de craques dos anos 50 aos 90, que desde os anos 30 se tornou poliesportivo e um dos maiores clubes do Brasil em modalidades olímpicas até Hoje! Flamengo é indissolúvel da história do Rio, e é tão grande, que falar da história do Flamengo é falar da História do próprio Brasil. Provavelmente eu farei um texto sobre essa instituição apaixonante. É por esses e outros motivos que eu sou Flamengo, e por mais que você não torça para o Flamengo, há de reconhecer, assim como fez o fanático tricolor Nelson Rodrigues com essas palavras: “A alegria rubro-negra não se parece com nenhuma outra. Não sei se é mais funda ou mais dilacerada, ou mais santa, só sei que é diferente.”

Eu vou finalizar, pois senão eu escreveria por uma semana inteira, e por último vou falar sobre algo que eu penso sobre as pessoas. Eu não sou o tipo de pessoa que anda pelo centro da cidade, vê mendigos, vê pessoas largadas, que vê noticiários ruins, que vê pessoas sofrendo e encara como algo comum. Eu fico muito incomodado, eu realmente fico triste por ter pessoas nesse tipo de situação. Espero nunca perder essa sensibilidade, pois pretendo usá-la para planos futuros.

Se eu pudesse deixar 3 conselhos:

Busque todo o conhecimento que você puder, é libertador.

Aproveite para ser feliz sempre, sempre que possível. Não fique esperando.

Ame alguém e se dedique em mudar positivamente a vida dessa pessoa.

Pra quem foi guerreiro e chegou aqui, obrigado por ler e me conhecer um pouco mais. Quer saber mais ainda? Só me chamar pra bater um papo hahahaha.

PS: Eu amo sol, calor. Dias chuvosos me deixam pra baixo. Eu amo olhar o céu e ver as estrelas e planetas.

PS: Eu não gosto de dormir, dispensaria fácil isso.Mas faço porque tem que fazer.