O "tranquilo" Sol nascente registrado por mim ao longo de um ano em solstícios e equinócios consecutivos. (Saiba mais sobre estas imagens aqui.)
Visto daqui da Terra, a olho nu, o Sol, nossa estrela, transmite sempre uma sensação de tranquilidade, especialmente ao nascer — como nas imagens acima — , ou quando se põe. Mas o Sol, como qualquer outra estrela, não tem nada de calmo e tranquilo. Entender a complexa dinâmica solar é um desafio científico gigantesco que mobiliza muitos pesquisadores no Brasil e no mundo.
Se você frequenta o Física na Veia! aqui no Steemit, percebeu que nesta semana, inspirado pelo lançamento da sonda Parker no domingo passado, 12 de agosto, todos os meus posts estão ligados ao Sol e aos principais instrumentos que na atualidade monitoram e estudam a nossa estrela em detalhes.
Ontem falei sobre o STEREO - Solar TErrestrial RElations Observatory, um incrível projeto para ver o Sol em 3D observando-o por dois satélites que, como se fossem dois olhos humanos, garantem a visão binocular. Também já havia falado por aqui do SDO - Solar Dynamics Observatory que possui vários instrumentos para registrar o Sol em seus mínimos detalhes. Logo na primeira semana de estreia do Física na veia! aqui no Steemit escrevi O que os olhos não vêem mas os astrônomos enxergam que já trazia registros do Sol feitos pelo SDO em vários comprimentos de onda para estudar diversos fenômenos específicos que acontecem na nossa estrela.
Hoje trago o SOHO - Solar and Heliospheric Observatory, projeto de colaboração internacional da NASA - Agência Espacial Americana e da ESA - Agência Espacial Europeia para estudar o Sol desde o seu núcleo profundo até a coroa externa e o vento solar.
SOHO
A sonda SOHO (Fonte)
Lançada em 2 de dezembro de 1995, a sonda SOHO foi construída na Europa por uma equipe da indústria liderada pelo contratado principal Matra Marconi Space (agora EADS Astrium) sob comando geral da ESA.
A missão principal foi inicialmente planejada para três anos. Mas está ativa, incrivelmente, até hoje, quase 23 anos depois!
A órbita da sonda é solar e posicionada no Primeiro Ponto Lagrangeano¹ (L1) onde a gravidade combinada da Terra e do Sol garante estabilidade e visão ininterrupta da nossa estrela. O L1 está a aproximadamente 1,5 milhão de quilômetros da Terra, cerca de quatro vezes a distância Terra-Lua.
A sonda carrega ao todo doze instrumentos europeus e americanos. Confira-os aqui. Abaixo você tem registros feitos por alguns destes instrumentos de bordo da sonda.
Registros feitos por alguns dos instrumentos de bordo do SOHO. (Fonte)
A NASA foi responsável pelo lançamento e também opera a missão. Grandes rádios ao redor do mundo, que formam a Deep Space Network da NASA, são usados para downlink de dados e comandos operacionais. O controle da missão é baseado no Goddard Space Flight Center, em Maryland.
No site oficial da missão, na seção classroom voltada para estudantes, professores e curiosos em geral, há informação interessantes em textos e infográficos, como o "How big is the Sun?" que reproduzo abaixo e que, tomando uma bola de basquete para servir de escala para o tamanho do Sol, compara-o a outros astros do Sistema Solar, incluindo a Terra que, nesta escala, tem 2,2 mm.
Infográfico da seção "Classroom". (Fonte)
Dados técnicos da sonda:
Abraço do prof. Dulcidio. E Física na veia!
Confira todos os meus posts desta semana sobre o Sol:
¹ O matemático Giuseppe Luigi Lagrangia (1736-1813) é italiano de nascimento. Mas, naturalizado francês, ficou conhecido como Joseph-Louis Lagrange. Lagrange descobriu cinco pontos especiais ao redor de dois corpos massivos (como a Terra e o Sol, por exemplo) nos quais existe uma maior estabilidade gravitacional para um terceiro corpo de massa desprezível em relação à massa dos dois primeiros. Os pontos de Lagrange do sistema Terra-Sol, em geral designados por L1, L2, L3, L4 e L5, mantém posições fixas em relação aos dois corpos mais massivos e por isso são propícios para a colocação de satélites com missões bem específicas. O L2, em particular, é excelente para um satélite de observação solar porque desde L2 sempre é possível "ver" o Sol. Confira abaixo uma ilustração com os pontos de Lagrange do sistema Sol-Terra.
Pontos de Lagrange do sistema Sol-Terra. (Fonte)
O Telescópio Espacial James Webb, sucessor do Telescópio Hubble, será colocado no L2, excelente para observar o Universo exterior.
Parabéns, seu post foi selecionado pelo projeto Brazilian Power, cuja meta é incentivar a criação de mais conteúdo de qualidade, conectando a comunidade brasileira e melhorando as recompensas no Steemit. Obrigado!
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#TamoJunto
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Adorei a postagem e as fotos! Em especial saber sobre os cinco pontos especiais e um pouco sobre o matemático. Um abraço!
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Obrigado pela leitura e comentário @guifaquetti!
Muito pouco se fala sobre os curiosos pontos de Lagrange. Escreverei em breve sobre eles, aprofundando o tema.
Abraço. E Física na veia!
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