Uma imagem vinha surgindo a partir dos poucos e ruidosos dados trazidos do futuro pelas "partículas" que emergem de alguns dos experimentos realizados nos laboratórios citados.
Vinha se tentado entender a imagem da tecnologia do futuro revelada em inúmeros experimentos.
Tudo inicialmente levava a acreditar num portal interdimensional ou temporal.
Ele devia flutuar em alguma região do espaço.
Nele, os humanos pareciam literalmente mergulhar para viajarem para outros locais, dimensões e épocas.
Mas havia algo bastante inesperado:
Os portais pareciam ser representados como elementos sagrados: cheios de cores vivas e formas não convencionais. Além disso, os humanos pareciam estar sempre despidos e rigorosamente limpos ao mergulharem neles.
Demorou muito tempo para alguém resolver o mistério. Não eram portais. Pelo menos literalmente não eram portais. Eram escâneres medicinais. Na verdade, o que se observara era a logomarca de uma empresa projetada no "hiperespaço". Eram como propaganda em outdoors.
Agora, sabemos que aqueles dispositivos representados de forma estilizada não são literalmente portais. São o resultado do avanço tecnológico na medicina.
No futuro, anualmente, passa-se bem rápido e quase que flutuando pelo dispositivo. Sendo escaneado simultaneamente com o uso de múltiplas técnicas seguras e acuradíssimas. Posteriormente, os dados são analisados por supercomputadores com programas inteligentes capazes de - com sucesso quase absoluto - detectar e determinar soluções para quase todos os problemas que o corpo humano pode ter.
Mas, ainda pode-se dizer que não estávamos enganados. De alguma forma, estamos, sim, diante de portais para uma outra dimensão. Pode-se dizer que, depois de passar por aquele portal, materializa-se num mundo onde não é mais preciso se preocupar com doenças. Não se precisa mais falar ou pensar nelas. Nesse futuro, as doenças são problemas para os algoritmos inteligentes rodando em supercomputadores quânticos. Não há nada que os humanos tenham a ver com isso agora. Basta apenas passarem pelo escaneamento uma vez por ano, e seguirem algumas regras nada restritivas, pois quase tudo pode ser produzido de forma personalizada.
Assim, num futuro não muito distante, pode-se viajar anualmente para uma dimensão de tranquilidade e felicidade, como num mergulho no portal interdimensional dos filmes de fantasia cientifica.