Por que até a direita européia é contra Bolsonaro?

in pt •  6 years ago  (edited)

No site do El Pais foi publicado no último dia 08 de outubro deste ano, um artigo sob o título Por que votamos em Hitler? E com o subtítulo, Por que a Alemanha, o país com um dos melhores sistemas de educação pública e a maior concentração de doutores do mundo na época, sucumbiu a um charlatão fascista?

Quem escreve a reportagem é o alemão Oliver Stuenkel, um professor e pesquisador de relações internacionais. Tem sua graduação pela Universidade de Valência, na Espanha, mestrado em Políticas Públicas pela Kennedy School of Government da Universidade de Harvard e doutorado em Ciência Política pela Universidade de Duisburg-Essen, na Alemanha.

Oliver lista sete motivos principais que motivaram a Sociedade Alemã da década de 1930 a colocar democraticamente Adolf Hitler no poder. Listo abaixo de forma resumida cada ponto, mas você pode ler a reportagem completa em língua portuguesa clicando aqui.

(1) ...os alemães tinham perdido a fé no sistema político da época.

(2) ...Hitler sabia como usar a mídia para seus propósitos.

(3) ...muitos alemães sentiram que seu país sofria com uma crise moral, e Hitler prometeu uma restauração.

(4) ...apesar de Hitler fazer declarações ultrajantes – como a de que judeus e gays deveriam ser mortos -, muitos pensavam que ele só queria chocar as pessoas.

(5) ...Hitler ofereceu soluções simplistas que, à primeira vista, faziam sentido para todos. (...) Tudo foi embalado em slogans fáceis de lembrar: "Alemanha acima de tudo", "Renascimento da Alemanha", "Um povo, uma nação, um líder."

(6) ...as elites logo aderiram a Hitler porque ele prometeu -- e implementou -- um atraente regime clientelista, cleptocrata, que beneficiava grupos de interesses especiais.

(7) ...mesmo antes da eleição de 1932, falar contra Hitler tornou-se cada vez mais perigoso.


...muitos alemães que votaram em Hitler disseram a si mesmos que não tinham ideia de que ele traria tanta miséria ao mundo. “Se soubesse que ele mataria pessoas ou invadiria outros países, eu nunca teria votado nele”, contou-me um amigo da minha família. “Mas como você pode dizer isso, considerando que Hitler falou publicamente de enforcar criminosos judeus durante a campanha?”, perguntei. “Eu achava que ele era pouco mais que um palhaço, um trapaceiro”, minha avó, cujo irmão morreu na guerra, responderia.

Não precisa nem mesmo juntar 1+1 para que consigamos perceber as semelhanças, não é mesmo? Não está difícil de perceber que Bolsonaro está reproduzindo praticamente a mesma trajetória de Adolf Hitler.

Diferentemente do que se ouve hoje em dia, Hitler não era um gênio. Não passava de um charlatão oportunista que identificou e explorou uma profunda insegurança na sociedade alemã.


Adaptando o que disse uma professora e grande amiga... Eu sou historiador, minha profissão é estudar e analisar a história e a sociedade, isso aqui não é minha opinião, uma análise ainda que simples, mas bem pontual, que eu concordo como historiador, sobre o drama coletivo que estamos passando neste momento histórico.

Se você ainda acha que os maiores estúdios, pesquisadores e intelectuais brasileiros estão errados quanto a ele. Somados aos jornais de maior circulação NO MUNDO, também estejam errados?

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É o futuro do Brasil que está em jogo


Agradeço sua dedicação na leitura.
Te desejo uma excelente semana e volte quando quiser!

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Discordo de muita coisa nesse teu texto, mas achei interessante a maneira como ele foi construído.

Sobre o El País, li as extensas materias que andaram publicando. Não sabem nada de Brasil, e contam meias verdades, que mudam totalmente o sentido das coisas (na minha opinião).

Respeito sua opinião @joaohazim. Não sei qual sua opinião sobre o pleito eleitoral em si. Sob minha perspectiva, considero bastante coerente o que leio a partir do site do El País. Diferente de muitos jornais brasileiros de ampla circulação.
Já em minha posição Fernando Haddad não foi minha primeira opção. Contudo como historiador é inevitável perceber inúmeros indícios que evidenciam-se a cada dia. Deixamos de compreender a Historia Magistra Vitae (história mestra da vida) há muito tempo. Bem como muitos filósofos e teóricos da história já abordaram, a exemplo Reinhart Koselleck em Futuro Passado: Contribuições à semântica dos tempos históricos.
Contudo, não afirmo que o candidato, que me desrespeita como ser humano, repetirá a mesma história de Hitler. Como profissional que tem como objeto de trabalho as relações dos sujeitos no tempo, que transformamos em texto e chamamos de História, eu afirmo que "há perigo na esquina", como cantava já Elis Regina.
Não estaria cumprindo minha função social, tanto como cidadão quanto como historiador, sem me posicionar politicamente. Não me perdoaria, caso o que mais temo (e torço para que não aconteça) se concretizar sem que eu tivesse tentado, junto com centenas de milhares de pesquisadores e pesquisadoras brasileiros e estrangeiros que já abordaram em seus trabalhos a história do Brasil.
Como iniciei o comentário, respeito sua opinião. O que não respeito são as falas deste candidato em oposição ao Fernando Haddad e Manuela D'Avila, pelo fato dele não me respeitar como ser humano. Por ele ter realizado inúmeros falas que incentivaram ao ódio e nem se quer teve a capacidade de se retratar, afirmando que "o que que eu tenho a ver com isso?" ao ser questionado sobre as agressões e mortes Brasil a fora, seja por seus eleitores ou não. O ponto é que está sendo vinculado seu nome a essas agressões. Ainda que fossem falsas (o que não acredito por já ter presenciado violência verbal por seus eleitores aqui em Floripa), o mínimo que se espera de um candidato a presidência da República, independente de posição política, é que tenha o bom senso de explicitar seu descontentamento com tais atitudes. Ao invés disso ele se abstém de seu papel de formador de opinião, que tem todo e qualquer sujeito político em atuação.
Obrigado por seu comentário e até logo!

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A imagem que a esquerda pinta de Bolsonaro, é de que ele é um "fascista", porém ele é contra os princípios do fascismo em geral, desde 2010 quando me topei com a imagem de Bolsonaro pela primeira vez, ele já tinha discurso "anti-sindical", que é o aposto do fascismo que ama a ideia de sindicalismo para de certa forma controlar o mercado.
Hoje simplesmente esse adjetivo de "fascista" que a esquerda brasileira usa, é apenas uma forma de ofender um movimento de direita -assim como a direita ofende qualquer movimento de esquerda como comunista- e como já dizia o ministro de propaganda nazista Goebbels "uma mentira contada mil vezes se torna uma verdade", e essa "verdade" que as pessoas dentro e fora Brasil acabaram por conhecer