Estamos no mesmo barco e ele ainda flutua

in pt •  6 years ago 

Fico matutando com meus botões: por qual motivo milhares de jovens hoje estão tendo crises de ansiedade e depressão? Eu vejo isso todo dia, entre meus colegas e conhecidos, a indústria farmacêutica fazendo a festa e o povo todo viciado em bolas. O que mais me deixa dúvida, além disso, é por quê eu não tenho isso? Não que eu queira. Mas convivendo com tanta gente infeliz, compartilhando momentos com tanta gente viciada em bolas anti-depressivas, tendo as mesmas experiências (nervosismo da independência, notas baixas na universidade, matérias que exigem demais, etc). Por que a qualidade de vida da juventude está tão baixa?

Ora, porra! É difícil dizer (quem sou eu pra investigar esse fenômeno?). Durante muito tempo li os livros do psiquiatra Augusto Cury, era viciado nesse assunto. Percebi, entretanto, que toda essa obra (que vende igual água) é rasa. São só frases de efeito que, no curto prazo, podem ajudar alguém que esteja precisando, mas o autor não esclarece muito bem as causas do problema: por qual motivo somos a geração mais depressiva de todos os tempos?

Eu tenho meus pitacos que não são nada profissionais...muito menos fáceis de entender e explicar. O que aponta o Dr. Cury como a solução, desconfio eu que seja a causa de todos esse lamentáveis problemas: a busca pela felicidade. Ora, a geração que mais busca felicidade (e que tem mais meios para encontrá-la) é a geração mais infeliz. Rejeitamos os nossos pequenos passos e nem percebemos as pequenas coisas que podem nos fazer feliz.

Temos hotéis de luxo, carros e celulares que só faltam falar e pensar, palestras motivacionais, sexo livre (a meninada louca pra dar), novas maneiras de relacionamento (terceiro, quarto, quinto sexo), prazer o tempo todo: na música, na moda. O medíocre tornando-se a meta de vida. Concursos públicos que pagam bem e dão estabilidade. Juros baixos, prestação quilométrica, redes onde podemos nos conectar com o mundo todo. Netflix, big mac, instagram, PSOL, DCEs divertidíssimos, spotify, veganismo, etc...MACONHA...Como esquecer da maconha?! Legaliza já, aí todos morrem de tédio e infelicidade.

A banda Engenheiros do Hawaii, no seu primeiro álbum, lasca um refrão que, de certa forma, traduz o meu sentimento: "Eu sempre quis viver no velho mundo/ na velha forma de viver". Ao fim e ao cabo eu já vivo assim: a atenção às pequenas coisas, a paixão pelos ideias possíveis, metas claras de vida (levando em conta os possíveis fracassos), paciência, datas comemorativas, admiração pela grandeza, não esperar nada de ninguém, muito menos do governo. A minha felicidade, ou pelo menos a não necessidade de ficar usando bolas e maconha, tem uma causa: valores. Aquilo no que acredito é uma âncora, que me prende diante da realidade.

Seja profundo.20180429_140823[1].jpg

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