Entenda Porque Você Deveria Migrar do FaceBook + Sugestões

in pt •  7 years ago  (edited)

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Não é de hoje que a rede social FaceBook vem sofrendo várias e duras críticas sobre como manter seguro os dados de seus usuários. Além disso, também há muitas críticas a respeito da autonomia e independência que o usuário de fato tem dentro da rede social. Seguem aqui alguns artigos sobre isso:

Zuckerberg admite: Facebook coleta dados mesmo de quem não é usuário

Ao rastrear não usuários, Facebook alimenta amplo debate sobre privacidade

Facebook será alvo de ação coletiva por uso de tecnologia de reconhecimento facial

Anúncios polêmicos do Facebook são pagos por grupos "suspeitos"

Esses são apenas alguns dos problemas publicamente divulgados…

Agora começarei o meu relato pessoal sobre a minha experiência com o FaceBook. Entrei para o FaceBook em 2010. E antes disso, eu já tinha alguns anos de Orkut. Gostava muito da interação que o Orkut proporcionava, e como estava sabendo da popularização e grande aumento de usuários no FB, me cadastrei nele também. Bem, no início parecia muito bom. Consegui me conectar a muitos assuntos que me interessava, a amigos, na grande maioria os que eu conhecia mais na rede do que pessoalmente.

No entanto, passado alguns anos, comecei a notar algumas coisas muito estranhas nas postagens do FB. E isto começou principalmente nas vésperas das eleições brasileiras em 2014. Tirando o básico sobre anúncios estranhos ou anômalos que aparecem na nossa linha do tempo, comecei a ver que as postagens do FB tinham uma estrutura limitante bem rígida. Por exemplo, lembro-me claramente, e acredito que é assim até hoje, que se você comenta algo em uma página com muitos membros/seguidores, as chances de verem o seu comentário é mínima. O que descobrir ao tentar comentar numa página do FB do Aécio Neves, foi que além do meu comentário não constar como recente, apenas os meus próprios amigos poderiam visualizá-lo e curti-lo. Eu lembro de ter feito diversas vezes o seguinte teste: comentava na página e/ou numa postagem muito visualizada e acompanhada, abria outro navegador, entrava no mesmo link sem logar em conta alguma, e tentava achar o meu comentário. Nunca tive sucesso em achá-lo. Achava estranho que ao comentar em posts tão movimentados, não recebia nenhuma curtida ou resposta.(Atualização: hoje em dia parece que o FB simplesmente não coloca os comentários mais recentes acima, como padrão, você terá que selecionar isto numa caixa de diálogo próximo dos comentários, e escolher visualizar os "mais recentes".)

Outra questão que me incomodou muito: era impossível encontrar grupos do FB com mais de 1 milhão de membros. Aliás, talvez mais no início isso fosse possível, mas parece que o FB impede os grupos de atingirem tamanhos muito grandes. Penso que fazem isso para limitarem as interações das pessoas, e de certa forma controlarem o fluxo de conteúdo para grandes quantidades de usuários.

A barra de pesquisas do FaceBook é extremamente limitada. Na maioria das vezes você não consegue retornar a um conteúdo que você visualizou antes.

Se você não souber configurar direito suas opções de privacidade, e não me lembro desta questão ser tratada com a devida importância pelo próprio FB, você correrá o risco de te colocarem em grupos estranhos, te marcarem em fotos não autorizadas ou postagens/comentários estranhos, e isto aparecerá na sua linha do tempo.

Outro dia, quis compartilhar no FB um video muito interessante. Copiei o link, e saí colando nos grupos nos quais eu estou, e que considero ligados ao assunto do video. Depois do quinto compartilhamento, o FB não deixou mais eu postar nos grupos. Mesmo nos grupos moderados em que o moderador precisa aprovar o conteúdo antes.

Agora gostaria de tratar de um assunto que considero ser o mais importante: o FB parece não dar a mínima para nós, como produtores de conteúdo, e como donos dos nossos dados pessoais. Eles dizem: “entrem para o FB, é grátis, você poderá se conectar a todos os seus amigos e etc...”, mas, ao preencher os seus dados pessoais e se cadastrar no FB, você está disponibilizando os seus dados para a plataforma. Tais dados são seus e intransferíveis. E então você começa a adicionar familiares, amigos, todos os seus contatos, interesses, fotos, vídeos e etc…começa também a curtir páginas, comentários e etc... tudo isso é uma base de dados perfeitamente acessível para os controladores da plataforma, da forma que eles considerarem mais oportuna. Mas vale lembrar que esses dados todos são seus, tanto como produtores deles, como disponibilizadores deles na rede. E agora perguntamos: será que os usuários não deveriam ter uma contrapartida mais justa, ao compartilhar, produzir e disponibilizar todos esses conteúdos nas redes e no FB? Por exemplo, o FB poderia ceder uma porcentagem de suas rendas obtidas com os anúncios. Ou poderia dar algum retorno para uma postagem criada por você e que obteve muitas visualizações, curtidas e/ou compartilhamentos. Enfim, tudo isso poderia ser diferente neste sentido.

Ao analisarmos isto, precebemos que o FB é um modelo super tradicional de negócios, e que é configurado para conseguir enormes quantias de lucros para poucas pessoas. Continua sendo um concentrador de renda às custas da grande maioria. Obviamente que ao se registrar você concorda com os termos deles. Mas talvez muito dessa nossa falta de percepção de como uma rede social deveria mesmo ser, seja porque o FB nunca teve um rival à sua altura. Bom, pelo menos, ainda não.

Para começarmos a realmente entender como deveria ser uma rede social mais justa, igualitária e equilibrada, devemos olhar para algumas alternativas interessantes que vem aparecendo nos últimos anos. Devemos olhar como estas alternativas funcionam: como tratam os seus usuários, os dados deles e como são configuradas na internet.

Uma tendência que vem ganhando mais força, ainda mais depois do advento da Blockchain, das criptomoedas e do Bitcoin, é a questão da descentralização. Dar uma maior liberdade e autonomia para os usuários das redes, e procurar descentralizar os armazenamentos dos dados. Bem, vamos começar agora listar algumas interessantes alternativas, bem como algumas de suas principais características:

Steemit

Steemit.png

Site
Página da Wikipedia em inglês

Bem, se você está lendo este texto, já está no site da Steemit. A Steemit é uma rede social em formato de Blog, onde você pode seguir outros usuários, ser seguido também, pode acompanhar um Feed de postagens, pode recompartilhá-los e etc… assim como no FB.

No entanto, a grande diferença, está na conexão da plataforma com a criptomoeda Steem. Na sua conta da Steemit, você terá um certo limite de Steem Power, que é usado quando você vota em outros conteúdos (análogo a curtida do FB). O Steem Power regenera com o tempo. Quando você transfere um pouco dele para as postagens que você vota, aquela postagem receberá mais relevância, e o autor dela receberá algumas unidades de Steem de acordo ao número de votações que recebeu. Igualmente quando você Resteem uma postagem (análogo a compartilhar no FB), você divulga aquela postagem para os seus seguidores. Também é possível ganhar Steems ao votar em postagens que se tornarão populares mais tarde. Ao ser um dos primeiros a votar, você também ganhará alguma coisa em proporção aos votos posteriores. Assim, os usuários da rede influenciam com as suas votações, os conteúdos, e os autores da rede.

O usuário pode depois resgatar os seus Steems para usá-los tanto dentro da plataforma, como para sacar para uma carteira virtual externa e usar em outras negociações.
É uma forma bem prática de dar algum retorno aqueles que produzem conteúdos de qualidade na rede.

Artigo do Guia do Bitcoin sobre a Steemit

Meu perfil na Steemit

Minds

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Site
Página do Wikipedia em inglês

Assim como a Steemit, a plataforma Minds.com se apresenta como uma rede social alternativa e com um alto grau de empoderamento do usuário. Funcionando muito similarmente à Steemit, no Minds você pode compartilhar e recomendar conteúdos. Você pode obter recompensas na forma de Minds Tokens enquanto participa da plataforma: você pode ganhar tokens por se registrar, postar, aprovar, comentar, decodificar e etc… Estes tokens são aceitos dentro da própria plataforma, para serviços como o Boost, Wire, Plus e mais… Basicamente o Boost é um serviço de promoção de conteúdo dentro da plataforma: você promover qualquer conteúdo para ter mais visibilidade. O Wire é uma ferramenta de crowdfunding e pagamento em P2P, que permite a você mandar os seus tokens para outras iniciativas dentro da plataforma. E o Plus é uma assinatura paga do Minds.com, você paga ela com os seus próprios tokens e recebe alguns benefícios extras.
O visual e design do Minds é impressivo, bem mais vistoso que a da Steemit. Se você quiser estar habilitado a receber as recompensas em forma de tokens, deverá confirmar o seu telefone na tela de cadastro. O Minds também fornece um chat em tempo real, o messenger deles, o qual fazem questão de ressaltar que as mensagens são encriptadas e muito mais bem protegidas do que o messenger do FB.

Artigo do site Observador sobre o Minds

Meu perfil no Minds

MeWe

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Site
FAQ em português

A rede MeWe vem também crescendo como opção ao FaceBook. Segundo o site dela, o forte é a privacidade e proteção dos dados dos usuários. No site de perguntas frequentes acima estão diversas explicações sobre a Mewe, como essa:

O que é MeWe?

A MeWe é a rede de comunicação privada mundial. Nós viramos a mesa para o Facebook e outras empresas de mídia social, com um serviço revolucionário que enfatiza a privacidade e o compartilhamento social onde as pessoas podem ser verdadeiras, sem censura. Sem espiar. Sem cookies. Sem compartilhamento de dados.

A plataforma também promete liberdade de compartilhamento, melhoria no sistema de permissões, onde o usuário poderá configurar quem pode ver o que, armazenamento do seu conteúdo na nuvem e muito mais.

Artigo da Gazeta do Povo falando da MeWe

Meu perfil na MeWe

Diaspora*

Diaspora-logo-roboto.png

Site
Wikipedia em inglês

Deixei esta sugestão e análise por último porque a rede Diaspora* possui algo muito forte em termos de descentralização. No próprio site, eles mencionam que os pontos fortes dele são: Descentralização, Liberdade e Privacidade:

Descentralização
Em vez dos dados ficarem em grandes servidores centrais, controlados por uma grande organização, a diaspora* roda em servidores independentes ("pods") localizados em várias partes do mundo. Você decide em qual servidor quer se registrar – talvez o seu pod local – para se conectar facilmente à comunidade mundial da diaspora*.

Liberdade
Você pode ser quem quiser na diaspora. Diferente de algumas redes, você não precisa usar sua identidade real. Você pode interagir com as pessoas da forma que escolher. O único limite é sua imaginação. A diaspora também é software livre, isto é, você é livre para decidir como vai usá-la.

Privacidade
Na diaspora* você possui os seus dados. Você não abdica dos seus direitos em favor de uma corporação ou outra parte interessada. Além disso, você decide quem vê o que você compartilha, com os Aspectos. Na diaspora*, seus amigos, seus hábitos e seu conteúdo são da sua conta... não da nossa!

Esta ideia de descentralizar os dados, é o mesmo que ocorre com os arquivos torrents. Tal forma de armazenar dados, é a mais protegida, livre e eficiente possível num ambiente de rede.

Também vale ressaltar que o site conta com tutorias bem completos e em português, você pode acessá-los aqui.

E uma curiosidade sobre o nome escolhido para a plataforma, retirado do site:

A palavra "diaspora" se refere à dispersão de sementes (ou pessoas) em uma grande área. É por isso que o nosso símbolo é o dente-de-leão – o asterisco no nosso nome representa uma semente fofa dessa flor. Chamamos as contas individuais na diaspora* de "seeds" ("sementes" em inglês) e os servidores que reúnem essas contas de "pods" ("vagens" em inglês). Logo você se acostuma!

Meu perfil no Diaspora*

Conclusão:

As redes sociais precisam evoluir e se desenvolver no sentido de descentralizar e diluir para atingir todas as camadas das pessoas do mundo. Precisam oferecer mais opções de empoderamento individuais e coletivos: tantos os perfis individuais como as páginas de grupos precisam de melhorias, para terem uma interação mais pura, eficiente e ampla. E claro, precisam deixar bem claro que os usuários são os donos reais de seus conteúdos e informações fornecidas.

Se você realmente não está satisfeito com o FaceBook, como acredito que seja o caso de muitas pessoas neste momento, algo que você pode fazer agora mesmo é testar uma destas redes sociais diferentes, e ver com a qual você se sente melhor. Divulgue ela, promova, no próprio FB se possível. Assim provocaremos algumas mudanças e debates importantes.

Não poderia encerrar esta postagem sem mencionar um link importante que encontrei durante as minhas pesquisas para escrever todo este texto. Uma ferramenta muito útil para as nossas análises das redes sociais. Uma lista delas:

Em portugues
Em inglês

Espero ter fornecido um bom material para vocês pensarem e se aprofundarem.

Gratidão a todos!

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Parabéns @paulomurilo. Muito bom post.

Com certeza vou espalhar essas informações com muitas pessoas.
Sou novo no steemit e estou gostando...

Tem também a plataforma social Onstellar, o diferencial dessa é que a plataforma é focada em assuntos de espiritualidade, ufologia, mistérios antigos etc. Aqui o link: https://www.onstellar.com/

Obrigado pela dica Rodrigo, vou atualizar o post.