Era frequente sonhar que voava.
Tão simples que era, abria os braços, o vento enchia um bochecho de ar e soprava-me suavemente, dava um pequeno saltinho para cima e já estava. Lá ia eu, tão bom, tão leve como os balões que ofereciam nas festas de Natal da empresa do pai. A copa das árvores, o telhado de casa, as casas dos meus amigos, outras casas mais à frente, a minha rua, outras ruas, a escola e eu lá em cima a fazer como fazem as gaivotas quando pousam o peito no ar e abrem as asas ao vento enquanto suavemente deixam de ter peso. Adorava passar por cima das árvores e voltar a mergulhar em direcção ao chão. Era tudo tão real que lembro-me de uma vez ao passar a rasar um Jacarandá tão tão lilás, ter rasgado os calções num galho que se esticou para me acenar, a mãe iria zangar-se, os calções novos, ai ai...! Ela acabaria por entender, afinal não é todos os dias que um Jacarandá nos acena. Não me lembro como acabavam esses sonhos. Não me lembro se acabavam, não sei se alguma vez acabaram. Deve ser por isso que estou aqui de braços abertos à espera de uma brisazinha de vento.
Tenham um excelente sábado!
muito bom o testo.
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Obrigado Cláudia :)
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Bom texto. Estou a ficar fã dos teus textos amigo! Abraço :)
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Obrigado amigo!
Tenho por aqui mais alguns ;)
Abraço e bom sábado
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