#FazendoHistoria# 100 ANOS: JACOB DO BANDOLIM #DicionariodaMusica#

in pt •  6 years ago  (edited)

Amigos do Steemit, hoje falaremos sobre o gênio e autodidata, Jacob do Bandolim, para matar a saudade do seu incrível chorinho!


Fonte: https://bit.ly/2OivFtG

Em 2018, ele completou 100 anos, o mestre do Choro carioca, Jacob do Bandolim. Mesmo com seu temperamento difícil, o talento extraordinário levantou voos inesquecíveis. Tornou-se o melhor instrumentista brasileiro. Tenho certeza que você, em algum momento já escutou suas lindas músicas. Eu particularmente, adoro “Noites Cariocas”.

Nascido em 18 de Fevereiro de 1918, no Rio de Janeiro, Jacob Pick Bittencourt, mais conhecido Jacob do Bandolim, foi compositor, músico e bandolinista brasileiro de choro. Filho da judia polonesa Raquel Pick (omitiu por vários anos, a verdadeira história de sua mãe, uma “polaca”, trazida ao Brasil, para trabalhar como prostituta) e do capixaba Francisco Gomes Bittencourt. Cresceu na Lapa boêmia, vislumbrou-se com aquele mundo, o Carioca de Laranjeiras, logo interessou-se pela música. Sua mãe, deu-lhe um violino, não gostava de utilizar o arco, como não adaptou-se começou a tocá-lo usando grampos de cabelo, dedilha-lo também era necessário para sentir a musicalidade tão presente naquele instrumento. Tempos depois, ganhou seu primeiro bandolim, estilo cuia, napolitano, descobrindo sua queda e paixão instrumental.

Jacob não teve professor, sempre foi autodidata. Treinava repetindo os trechos de músicas que ouvia em casa e nas ruas. Estudava velhos métodos, aprendia os macetes no bandolim, ele era diferenciado, adentrou-se a “jazz bands” de amadores. Em dezembro de 1933, se apresentou pela primeira vez na Rádio Guanabara, ainda como amador, com o conjunto Sereno, ambientado por amigos. Tocaram juntos, o choro Aguenta Calunga, de autoria de Atílio Grany. Jacob, que nessa época ainda tocava de ouvido, não gostou de seu desempenho, frustrado ficou, e decidiu praticar ainda mais, sua marca era ser perfeccionista. Em 1947, gravou seu primeiro disco na Continental, um choro intitulado “Treme-treme” e uma valsa do Bonfiglio de Oliveira, chamada “Glória”. Dois anos depois, transferiu-se para a RCA Victor, e para sempre permaneceu, de onde jamais saiu.


Fote: https://bit.ly/2Di7kmI

Fundou em 1964, o grupo Época de Ouro, um conjunto regional de choro. Obteve uma imensa importância no movimento de resistência do choro na década de 1960. Com sua formação mais bem-sucedida, Época de Ouro era composto por Dino, César e Carlinhos nos violões, Jonas no cavaquinho, Gilberto no pandeiro, Jorginho no ritmo, e ele, no bandolim. Jacob refletia um brilho, devido ao seu talento e a cumplicidade dos outros componentes, que ajudavam com maestria no sucesso no grupo. Acontecimentos repetitivos, com o regional de Benedito Lacerda, e depois, com os grupos de Altamiro Carrilho, todos que acompanhavam Jacob, tornavam-se coadjuvantes, ninguém conseguia ofuscar o seu brilho.


Noites Cariocas

Avesso às modernizações mercadológicas, não aceitava influencias externas, e que a imensidão do gênero devia unicamente aos fundamentos fixados por três gêneros: Pixinguinha, Pixinguinha e Pixinguinha. Decretou a morte do choro em 1967, em um evento no Museu da Imagem e do Som, porque para ele, a tradição começava e acabava ali, sem devaneios, sonhos. Criticava piamente, o movimento influenciado pelo jazz, os “modernizadores”, como o veterano Donga. Jacob não conseguia visualizar, mas em 1969, década após a sua morte, houve um tremendo renascimento promovido pelos jovens chorões.

Jacob morreu no dia 13 de agosto de 1969, aos 51 anos, nos braços da sua esposa Adília, após sofrer um segundo enfarte. Morreu feliz, realizou sonhos, e antes, havia passado uma bela e última tarde, no bairro de Ramos, em visita a seu amigo compositor e maestro Pixinguinha.

São de sua autoria clássicos do choro, como Vibrações, Doce de Coco, Noites Cariocas, Assanhado e Receita de Samba. O inesquecível conjunto Época de Ouro, permanece em atividade até hoje. Jacob do bandolim, é aquele tipo de músico que marca a sociedade para sempre, deixando um legado que ultrapassa gerações, deixando cicatrizes devido ao seu talento e de sua personalidade. Pode-se dizer que não há bandolinista surgido depois que tenha trabalhado seu próprio estilo sem dever alguma coisa a ele, à sua técnica, sua inventiva, sua sensibilidade, sua disciplina e seu perfeccionismo.

Salve Jacob do Bandolim, um gênio da musicalidade brasileira!

Obrigada pela visita e abraços cordiais. Sempre maravilhoso compartilhar informações com vocês...

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Que ótima lembrança. Gosto imensamente de Jacob do Bandolim. Gênio demais.

Eu sempre coloco para tocar uma música dele (não das mais rápidas) para tentar acompanhar no pandeiro.

O choro de certa forma seria a música erudita tipicamente brasileira e Jacob o nosso Bach.

Muito obrigado pelo excelente artigo. Vou por na vitrola para escutar agora mesmo. :D

Ptgram

Tenho um amor enorme pelo chorinho @pedrocanella. Eu e meu noivo tentamos sempre comparecer, quando marcam eventos por aqui, um pouco raro hoje em dia, por isso, nada de perder certas oportunidades...rs Jacob do Bandolim, inesquecível e eterno, não entra em nosso contexto esquecê-lo. Olha só, pandeiro? Pedro e suas surpresas...risos Que bom, fazê-lo sentir a vontade de escutar o gênio...Obrigada pelo elogio sobre o artigo ; )

Tenho muitos amigos músicos que tocam chorinho. As vezes me arrisco a tocar com eles. Conheço bem a técnica de batucar, mas se a música for rápida, os músculos da mão se cansam e começo a "ralentar", isto é, vou em um ritmo mais lento, arrastado.... hehe. Para corrigir isto só treinando e tocando todo dia.