#FazendoHistória MARIA QUITÉRIA: O SOLDADO MEDEIROS

Olá amigos do Steemit,

Hoje falaremos sobre Maria Quitéria de Jesus Medeiros, primeira mulher soldado brasileira, ontem dia 21 de Agosto completou-se mais um aniversário de seu falecimento.

Fonte: Wikipédia

O Soldado Medeiros, na verdade era Maria Quitéria de Jesus Medeiros, a primeira mulher soldado brasileira, isso mesmo, foi a primeira mulher a ser reconhecida na unidade militar das Forças Armadas Brasileiras. Reconhecida e considerada heroína da Independência, uma baiana arretada, que sonhava além de seu tempo, e não concordava com a submissão das mulheres.

Filha de descendentes portugueses, Gonçalo Alves de Almeida, lavrador, e Quitéria Maria de Jesus, nascida em Feira de Santana, Salvador, em 27 de julho de 1792. Uma menina com caráter libertário, opiniões fortes, indomável. Por viver no campo, e não ter oportunidade aos estudos, que a época era privilégios de poucos, resolveu aprender a montaria, utilizar armas de fogo e caçar, mesmo assim, essas tarefas não a masculinizaram, abriram apenas novos horizontes. O que horrorizava sua madrasta e seu pai!

Almejou alistar-se, ao pedir autorização, teve o pedido negado pelo pai, resolveu fugir e abrigou-se na casa da sua meia-irmã e cunhado, Teresa Maria e José Cordeiro de Medeiros, que acreditaram em suas vontades, e ajudaram-na a travesti-la de soldado: cortaram seus cabelos, vestiu-se com as roupas do cunhado, e quando sentiu-se preparada, dirigiu-se a Vila de Cachoeira, alistando-se no Regimento de Artilharia, sendo identificada por “Medeiros”, permanecendo até ser descoberta pelo pai, em apenas duas semanas.

Seu pai foi à procura da “fugitiva”, porém Maria Quitéria teve um excelente defensor, o Major (avô do poeta Castro Alves) José Antônio da Silva Castro, comandante do Batalhão dos Voluntários do Príncipe D. Pedro I, que explicitou com elogios a sua facilidade com manejo das armas e sua magistral disciplina militar. Assim, impediu que Sr. Gonçalo Alves levasse-a para casa, dando continuidade a vida militar desta guerreira.

Incorporou-se a tropa, lutando com bravura nas batalhas de Ilha de Maré, Pituba e Itapuã; estava na batalha da foz do rio Piraguaçu (Baía de Todos os Santos), com água na altura do peito.

Recebeu o título de cadete, e permitiram a utilização de espadas e acessórios, no uniforme azul, acrescentou um saiote tipo escocês, capacete e penacho, deixando suas vestimentas mais afeminadas.

Maria Quitéria e suas vestimentas

Ela sabia o que queria, como agir, digamos que uma mulher empoderada para sua época, principalmente por viver em um ambiente machista, isso dava-lhe mais força para os enfrentamentos dos empecilhos que encontrava. Demonstrava mesmo com a voz doce, respeito, admiração e coragem.

Maria Quitéria, esta menina arretada, em 1823, foi homenageada e condecorada com a insígnia de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro, que ela recebeu no Rio de Janeiro, das mãos do imperador D. Pedro I.

Um Decreto da Presidência de 28 de junho de 1996, a reconheceu como Patronesse do Quadro Complementar de Oficiais do Exercito Brasileiro, sendo obrigatória a colocação de sua imagem em todos os estabelecimentos militares. Foi demorada, sua história calou-se, seu reconhecimento ainda é mínimo, porém, algo em homenagem a sua memoria e trajetória aconteciam depois de décadas no esquecimento.

Quando deixou o exército, a heroína da Independência voltou para casa, e casou-se com seu antigo noivo, abandonado quando fugia para alistar-se, tiveram uma filha, Luísa Maria da Conceição, ficou viúva, e mudou-se para Salvador.

Mesmo com tantos elogios do imperador, sendo ovacionada e reconhecida pela população, não teve direito nem a pensão do pai ao qual lhe tinha direito, mas resolveu não brigar por ele, ficando apenas com um pequeno soldo militar.

Enfrentou uma cegueira progressiva, vivia em uma pobreza extrema, como era discreta, morreu em 1853, desconhecida por vizinhos, aos 61 anos, não obtendo homenagens, e pompas em seu enterro, o mausoléu reservado para os heróis e inesquecíveis personagens da historia brasileira. E por fim, até o local do seu tumulo é desconhecido, infelizmente!

Recentemente, em 26 de julho de 2018 foi declarada Heroína da Pátria Brasileira, de acordo com a Lei Federal 13.697, com seu nome incluso no "Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria".

Maria Quitéria de Jesus Medeiros lutou pelo Exército em uma época que a mulher não possuía direitos, e viviam em intensa humilhação e submissão, e apenas 120 anos depois mulheres foram admitidas como militares. Ela possuía uma personalidade marcante, notável, e mesmo sendo analfabeta, sua inteligência clara e percepção aguçada ajudavam-na nos suas estratégias a atos de bravura, algo faltoso em muitos integrantes do exercito.

Vocês imaginaram o quanto Maria Quitéria deve ter sofrido, para buscar seus sonhos?
Uma pena esta história não ser lembrada nos dias atuais, que trajetória desta guerreira!

Esta postagem faz parte do projeto #fazendohistoria, uma excelente iniciativa, que busca uma sinergia na comunidade, e vasta troca de conhecimento. Obrigada @leodelara!

Valeu Steemit! Sucesso a nós!
Espero que gostem!
Abraços cordiais

Fontes:
https://bit.ly/2PuH0sz
https://bit.ly/2nW3gyO
https://bit.ly/2OVZa5i