#Filosofando# O LUTO: A VIDA PASSA, MAS AS PESSOAS ESPECIAIS SERÃO ETERNAS

Amigos do Steemit, precisei sumir por um tempo, para que assim, pudesse viver meu luto (ainda continuo), e tentar eternizar os melhores momentos e as mais suaves lembranças do meu guerreiro, meu Vovô José.

Confesso que não é fácil, não está sendo fácil, porque o Luto não vem com um manual, ele sempre nos “pega” de forma inesperada, até de surpresa. Proporcionando uma dor no peito que parece queimadura, arde, dilacera, já que, eu não queria acreditar, era difícil aceitar. Todos possuem um propósito na terra, uma missão na vida, e por um instante, pensava que a dele não fora cumprida, ainda faltava algo, algum detalhe, mais alguns aninhos de vida. Seria eu tão egoísta? Nem eu mesma sei, apenas estava a sentir, talvez refletir.

A DESPEDIDA
No final, ele foi encaminhado aos cuidados paliativos, que traduzindo do latim, significa manto, cobertor, para proteger indivíduo das intempéries, uma proteção contra o sofrimento de uma doença grave, que ameaça a continuidade da vida, porém proporciona um conforto temporário, que protela, mitiga a dor, mas que com o tempo sabíamos que a morte chegaria. Não havia mais nada a fazer, a solução era rezar e aguardar, pedindo luz ao caminho que ela já começava a trilhar, contudo, nunca deixamos de acreditar num possível milagre. No mesmo dia do seu falecimento, algo me levou a vê-lo no hospital, naquela tarde sentia algo estranho, um sentimento inexplicável. Ao adentrar em seu quarto, olhei em seus olhos e me despedi, sentia-o cansado, exausto, e balbuciei as seguintes palavras, com uma força que compenetrava em mim:

• Vovô, o Senhor precisa descansar. Pode ir, vai em paz. Obrigada por me aguardar e poder vê-lo, mesmo que seja a última vez.

Vi cair uma lágrima dos seus olhos e um singelo balançar de cabeça. Sim, ele me disse Adeus (até logo) com seus olhos. Naquela mesma noite, ele desencarnou. E iniciou seu novo recomeço!

APRENDI
Que a doença não encontra-se apenas em livros, sites, laboratórios, nos hospitais, naquelas longas definições. Elas existem, e quando aparecem nos tiram da realidade, porque pode abarcar alguém da nossa família, não apenas o nosso vizinho ou alguém que nunca sonhamos em conhecer. Ao bater a nossa porta, encontrando um casulo, para se alastrar, produz uma canção única, denominada “sofrimento”. E é a partir deste momento, que teremos que nos adaptar a melodia, e de certa forma sintonizar. Nossos sofrimentos são únicos, cada um tem o seu modo de transcorrer. Aprendendo o valor do ser humano até o seu último minuto.

O DIA-A-DIA
A morte nos paralisa, desta forma, é preciso enfrentá-la diariamente, preenchendo nosso tempo. Nossos sofrimentos não envelhecerão, mas existe a necessidade de nos libertarmos da perda, e compreender os caminhos para enfrentar estas circunstancias da vida, não nos limitando, e muito menos dificultando nosso ser. Porque as coisas não acontecem como determinamos, pois não somos donos do tempo. Podemos até fazer pedidos ao tempo, porém, o dono do nosso destino saberá o melhor momento de agir, e o horário ideal da nossa viagem. Talvez escrever para vocês aqui, seja mais fácil, saibam que tento a todo instante pregar ao meu dia-a-dia.
Vou ser sincera, às vezes, meu Luto aparenta ser uma montanha russa no escuro, que desço através de uma queda vertiginosa, e que tento não descarrilhar. As minhas lágrimas ainda não cessaram, necessito enxugá-las, para renovar e olhar o futuro, o presente (principalmente), pensando positivamente, e lembrando que no dia da nossa morte, nos encaminhamos ao nosso Despertar!

CONSELHO
Não percamos tempo, deem valor às pessoas quando estão ao nosso lado, em vida. Saibam ser gratos pela vida que esta pessoa proporcionou a você, no meu caso, meu avô deu a vida a minha mãe também.
Somos sabedores de que a vida um dia acaba, não estaremos preparados para perder alguém. Nenhuma teoria poderia explicar o luto, apenas a experiência de quem vive, sabe e aprende. E não ache que você saberá viver o próximo Luto, porque todos irão morrer um dia, quem convive conosco. O luto é como o amor, cada um vive ao seu jeito, é uma experiência viva. E cada momento será único!
Há fases no Luto, assim, vivenciem todas elas, pois necessita-se vivê-lo, para aprendê-lo. A sociedade não tolera tristeza, as redes sociais apoiam você superficialmente, mas o Luto deve ser vivido, para que ele não volte a bater a nossa porta cobrando uma recaída, e a nossa entrega em um buraco negro. E tudo isto, dependerá sempre nós, nosso elo mais forte!

Aqui deixo um pequeno desabafo. Obrigada pela leitura!
Abraços cordiais!

E lembrem-se que, cada um, dá um sentido a sua perda, e isto, é muito particular!