Para pegar o contexto geral do que escreverei aqui, sinta-se a vontade para ler os breves textos anteriores.
O Problema não é a Corrupção (PARTE 1)
O Problema não é a Corrupção (PARTE 2)
Nesse momento, deixamos a corrupção "de cima", dos governantes, e passamos a olhar para o ambiente da população em geral.
Será que o problema da corrupção no Brasil encontra causas na "natureza ou cultura brasileira de corrupção" ?
A natureza humana desde os tempos mais primórdios, se adapta ao ambiente. Diferente do que muitos possam pensar a adaptação ao ambiente não é uma "prova a favor de Darwin", muitas variáveis ainda estão envolvidas, mas isso seria assunto para outras postagens.
Mas é fato que como espécie, nós seres humanos nos adaptamos. Estamos presentes em quase todo o planeta onde é possível que nosso corpo biológico tenha as mínimas condições de viver e se reproduzir e isso acontece porque mesmo diante de todos os problemas e dificuldades que se apresentam em ambientes inóspitos e perigosos, muito quentes e secos, muito úmidos ou extremamente gelados, ainda assim somos dotados de inteligência para contornar dificuldades.
Nos primeiros dois posts vimos que a corrupção não é o problema em si mesma, mas sim um sub-produto de um Estado monstruosamente grande. Muitos argumentam que o governo é corrupto porque o povo é corrupto... Será que é tão simples assim ?
Vamos considerar alguns países cujos índices de corrupção são bem menores que no Brasil.
Nova Zelândia, Dinamarca, Singapura, Finlândia, Noruega, Canadá, Reino Unido, Alemanha, Austrália, Hong Kong, EUA, Estônia, Chile.
Todos os países listados acima tem um Estado BEM MENOR do que no Brasil e muito mais liberdade econômica e liberdade de mercado! TODOS!
Será mesmo que são as pessoas desses países que tem no DNA uma cultura e uma educação que não lhes permite serem corruptos ?
Será que não existem corruptos nesses países ? Sabemos que sim! Mas algo impede que isso se espalhe nesse lugares...
Considere os cidadãos desses países, tendo que lidar com:
- Uma das maiores cargas tributárias do mundo, 5 meses de trabalho por anos exclusivamente para pagar impostos;
- Empresas estatais que são mantidas e sustentadas com dinheiro de impostos exorbitantes da população;
- Estas mesmas empresas oferecendo ou um serviço ruim ou médio (Caixa, Correios, Petrobrás, Eletrobras, estradas esburacadas, educação pública falida, etc...);
- Leis trabalhistas que mantêm um alto índice de desemprego e que ataca a iniciativa empreendedora;
- Empreendedores são vistos (segundo as leis do Estado) como exploradores apenas;
- Regulamentações que beneficiam empresas amigas do Estado/Governo e dificultam a concorrência resultando em monopólios privados que são mantidos pelas fortes relações com o Estado e que não tem compromisso com os consumidores;
- Uma classe política formada por diversos partidos políticos (que supostamente vivem em oposição), que luta para manter esta estrutura que esmaga a população.
Será mesmo que vivendo anos e mais anos em um ambiente extremamente difícil como este do Brasil, australianos, americanos,noruegueses, canadenses, conseguiriam manter sua nobre educação e cultura de respeito ???
Tenho lá as minhas dúvidas!
Imagino que outros fatores culturais (me refiro aí a valores familiares e tradicionais) de alguns destes povos seriam uma vantagem para que resistissem firmes por algum tempo, mas dado tempo suficiente, iriam sucumbir as dificuldades e contornar a situação devido a sua natureza humana que tenta se adaptar ao ambiente.
É incrivelmente injusto que se compare o povo brasileiro que vive sendo diariamente esmagado por uma elite da classe que deseja manter e aumentar o poder do Estado com outros cidadãos que vivem em países onde podem se preocupar e praticar atos mais nobres, éticos e morais.
Este texto obviamente não é uma defesa a atos de corrupção, antes, é a tentativa baseada em fatos de encontrar a raiz do problema e espalhar essa informação para que os brasileiros saibam que tem o mesmo potencial que outras nações de construir uma nação mais livre e um ambiente melhor para as próximas gerações.