Capítulo 4 - Família

in steemitexclusivo •  2 days ago 

Existem momentos que o tempo não existe, que não vale mensurar, que não importa contar ou qq outra inferência além do sentir. Esse tempo é um simples agora, em sua essência com coisas ruins, histórias tristes, problemas reais, com alguma carga tão genuína de significância que, é um sonho real.

Sonho que faz chorar, sorrir, que paira, se coubesse fazer, um infinito de surrealidades naquilo que ninguém liga, como disse anteriormente, mensurar. Como aqueles que ninguém bate foto, ou tão igualmente registrado e borrado em papéis, como aqueles entre quatro paredes instintivos definidos por quem sabe o que quer, como aqueles desvendados num momento mágico ou trágico marcados pela realidade crua, nua, do acaso.

Nesses, que horas chega e se vai? Um começo e término sem fim? Aquele fechar de olhos enigmático que o que está dentro ressoa, reverbera como o que está fora ou vice versa, aquele que não falta ninguém, mesmo que não haja outras tantas cias, "a gente", que continua "a gente" mesmo com tantas outras. Aqueles que, não tem ir embora, não há depois, não há passado, futuro, ou até mesmo esperança, amor. O sacrifício é um escudo, uma parte de nós a espada e a guerra a plenitude do conflito sem paz.

Um humor contagiante nos reverencia, os seus olhos me olhando falar com atenção dentre outros contatos, sinto-me abraçado. A piada sem graça encontra nas tuas feições o meu destino, o nosso sangrento destemor viabiliza sangrias, deixamo-nos lá, e lá, crescemos e morremos e nascemos quantas vezes for. Não há retratação, conclusões ou mesmo desejos, somos inteiramente comuns, com sonhos comuns, problemas irremediáveis, com afirmações erradas, limitantes e incongruentes, incapazes de tanto, como bem adequados ao impossível que vier.

No seu canto sou vaia, no universo o imprevisto, no brilho a penumbra, no palácio o indefinido, no povo o rosto, no céu o ar, na terra a pegada, no mar as ondas, no fogo a forja, no impacto o ão, na morte a ida, na vida a ode, no passado o caminho, no presente a respiração, no futuro a tensão, no não a observação. Dentro daquele espaço, as conversas de lida soam como orações, as bençãos desastradas são sensatas e sem rodeios, os abraços apertos sinceros de partida, os beijos determinados a pagar o bem com alegria.

Em família, o som parece ser um soninho, com olhar entre aberto entre a verdade e a imaginação, a atmosfera de cuidado respeito relampejada por fatos e distrações, qual nome de onde não há por que ter medo (?), do lugar onde os contatos e confissões são como soam, das memórias que a todos transportam, das histórias que a todos movem, dos estados que a todos desencadeiam. A beleza desgovernada nos candeia, tornando-nos professores do sol como tantas outras noutros lares, quanta ciência mora em cada fogueira viva de dois, de três, de dez, de mil(!) que suporte a insuficiência de si mesma(?). O fim, que também, não existe.

Os desapontamentos e infelicidades trazendo sofrimento reais de dissabor, de dor, de incômodos. Aqueles apertos nada amenos dentre noites intermináveis, de choro engasgados e mágoas incuráveis. De vitórias que apenas lágrimas podem descrever, de pódios não ocupados por falta de opção, de sonhos deixados para trás, de humilhações e derrotas, de tripudiação, de melancolias, de disritmias, de revelação. A parte que mais, é momentânea e eterna, compartilhada ou secreta, é visceral e base. Sustenta tudo.

Quantos momentos mais impossíveis de contar? De confusões e perdões desproporcionais, furtivos? De saudade deliberada, auspiciosa? De graça íntegra nítida vivaz? De cura, torpor, redenção? De unidos indeléveis na dor, seguimos. Juntos até o momento que for, vivendo da consistência de realizar um passo de cada vez como a certeza de que um "s" e posteriormente "o" no "sorri", veste-se o presente de alegria! Na propriedade imaginária de que aqui é tudo o que temos, importa, ocupemo-lo com o erro de sermos nós, juntos, num todo que evoca o "eu", sejamos mais e mais, nós; cada um com os seus, constelações, inestimáveis, indomesticáveis, famílias, famílias, de pé!

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