É incrível como as pessoas que pensam parecido são parecidas. (parece óbvio isso, mas nem sempre é assim).
Sim meu caro, isso é uma história de um homem e uma mulher. Mas pode ser a sua história, talvez seja, talvez tenha sido ou talvez será.
Ele pensava que era forte, na sua cabeça vazia tinha a idéia de que havia se blindado com o tempo das artimanhas do mundo. Sempre sorria, não importava como estava o tempo lá fora.
“Lagrimas? Não as tenho, nunca tive, e até hoje não aprendi a lavar os olhos por dentro”. Dizia.
Ela era parecida, tinha milhões de coisas na cabeça, era uma menina em corpo de mulher (cabe um parêntese aqui pra grifar a palavra “corpo”).
Como parecidos? Ele não tinha nada e ela tudo.
Sim, exatamente. O fato de ela pensar tanto nas pessoas, mas tanto, até ao ponto de chorar suas mágoas, seus anseios, não deixava tempo pra ela chorar as próprias frustrações. (Ah! Agora eu entendi.)
Então se conheceram, e dividiram os pensamentos. (Os dela).
! A mágica aconteceu! Tudo bem, meia mágica. Porque ela era uma bruxa, que quebrou a blindagem dele. Mas ficou nisso. Ela tinha uma vida, suas coisas, seus planos. E ele não cabia aí. Mesmo assim ele procurou uma maneira de entrar e se abrigar no menor canto vazio do coração dela. Não rolou!
Aos poucos foram encontrando afinidades. Sons, palavras, gostos. (Menos os de comida).
Aos poucos eles foram se aproximando, e ela se afastando. Medo? Indecisão? Mexeu contigo moça? Talvez.
Hoje pode se dizer que eles se despediram com frases monossilábicas. “Hum, aham, pdc.”
Ele ainda olha pra ela, da mesma forma que olhava antes. Enquanto ela dorme.
A vida é muito curta, e a eternidade demasiada longa. Às vezes perdemos pra vida, mas ganhamos na morte. A velha amiga.
Ah! Se eu tivesse pensado um pouco mais. Se eu não tivesse medo das pessoas.
Sim... isso foi uma despedida, e digo agora, essencialmente, especialmente, diretamente pra você.
Eu espero o tempo que for preciso. Se cuida. Não chore mais.