Capitão Fantástico: comédia dramática para rir e refletir um pouco sobre a vida
Um lugarzinho no meio do nada ou longe o suficiente do barulho da cidade. Lá, não tem grandes preocupações, o dia passa bem devagarzinho e todos os afazeres rendem. Desde o amanhecer até o anoitecer, a natureza canta e cheira. Tudo é tão cheio de vida em cada canto. Difícil de explicar, mas fácil de compreender. Tão poético, pense na Pasárgada, de Manuel Bandeira, assim construa a sua própria.
Abreviando a tentativa da resenha metafórica. Esse lugar pode ser muito bem o sítio ou chácara distante da cidade em que já visitou. Tempos atrás, daria para acrescentar nessa descrição: sem nenhum acesso à internet e com poucas chances de luz elétrica. Hoje em dia, como a área rural já se modernizou, não é mais uma contextualização generalizada. De qualquer forma, ainda dá para dizer longe da sociedade do consumo.
Exatamente isso, a linha narrativa do longa-metragem Capitão Fantástico (2016), de Matt Ross. Aplaudido de pé em Cannes, o filme aborda um estilo de vida mais simples. Ambientado no noroeste da América do Norte, a história acompanha a vida de um pai hippie (Viggo Mortensen) e seus seis filhos sendo criados em uma fazenda. Lá, eles vivem bem, com uma alimentação saudável, sem internet ou luxos. Apesar disso, conseguem desenvolver várias aptidões, que vão desde o domínio de línguas até os conhecimentos acadêmicos.
Indicado ao Globo de Ouro, Mortensen (o Aragorn de O Senhor dos Anéis) e seus filhos em cena do filme (Foto: Divulgação)
Classificado como comédia dramática, o filme não tem grandes reviravoltas ou conflitos. Ainda assim, existem situações engraçadas, curiosas e alguns alardes. A maior instabilidade é a morte da mãe. Nesse momento, todos são obrigados a viajar para a cidade para reencontrar e lidar com o avô materno milionário. Além disso, o filme também traz um pouco de reflexão sobre sonho de revolução, baseado nos princípios de sociedade ideal de Noam Chomsky, filósofo americano.
De tudo, o que mais me chamou a atenção foi a abordagem do estilo de vida mais simples. Gostei bastante do enredo e vi poucos comentários na época, assistiria novamente!
Assista o trailer
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Muito boa a sua percepção! Um filme que nos faz refletir muito sobre a liberdade ... Que se tornou luta!
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Obrigada Teka!
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Belo review.
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Obrigada por comentar!
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Gosto muito dessas interpretações bem direcionadas e conclusivas, excelente post @leticiachiantia!
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Obrigada por comentar!
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Eu gostei muito desse filme, achei especialmente tocante a situação da mãe, seus conflitos e dores. Assistiria de novo também!
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Uma boa história mesmo. Obrigada por comentar!
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Um grande filme, realmente. Mas gostaria de expor um detalhe importante dessa história, que é o "os dois lados da moeda", apesar da família ter uma relação feliz e natural (um sonho para alguns) a mãe das crianças, uma depressiva, instável acaba por se suicidar. Em determinado momento um dos filhos culpa o pai por insistir nessa vida utópica mesmo a mãe não sendo feliz completamente. Fica claro que o problema não é o estilo de vida em si, mas a doença dela. Em muitas partes do filme os filhos confrontam o pai por não acharem justo ele ditar que tipo de vida eles terão, sentindo falta de coisas básicas como comer em uma lanchonete, comemorar uma festa comum (como o Natal) e não o aniversário de Noam Chomski como se fosse um feriado, o filho mais velho desejava ir para uma faculdade e as escondidas mandava carta para as mesmas. O filme deixa claro em sua jornada até o final feliz, que o outro extremo (essa visão neo hippie, vida orgânica, caçando, vivendo em eco-casa, estudando por conta sem contato com a sociedade) não é o melhor quando se isola a possibilidade de aprender a conviver. As duas coisas são necessárias, a sociedade burra, suja e difícil, e também a paz, a natureza, a educação de qualidade de um pai atencioso e profundamente responsável. Quando enfim, temos uma adaptação e o pai aceita uma vida natural, porém dentro da cidade, as coisas tornam uma harmonia melhor na família do filme.
Não deu pra evitar um spoiler, ainda que não houvesse surpresa de fato. Mas, em resumo, um filme poderoso, muito, muito bom!
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Concordo com esses pontos que citou. Realmente, existe uma parte exagerada explorada no filme. Acho que uma tentativa de causar um drama, caso contrário ficaria uma história simples sem contradições, nesse caso nem discutiríamos a respeito (acho). Talvez, tenha sido uma estratégia. De qualquer forma, concordamos que é um bom filme. Obrigada pelo comentário :)
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VETE A VIVIR A CUBA ?
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