Não é novidade alguma para nós, entusiastas da tecnologia descentralizada e do crescimento da liberdade humana, que vez ou outra alguma figura antiga e influente do mercado tradicional palpite sobre o mercado de criptocurrencies, seja para o bem, seja para o mal. Quais os reais interesses por trás dos grandes investidores que torcem contra a tecnologia?
Warren Buffett, um dos mais famosos investidores do mundo e CEO da Berkshire Hathaway, companhia de investimentos e gestão de empresas com valor de mercado próximo a US$ 310 bilhões, disse recentemente à rede norte-americana CNBC que o Bitcoin não passa de "um delírio que atrai charlatães".
Por que, muitos se perguntam, pessoas como Buffett seriam absolutamente contra uma tecnologia disruptiva, segura, acessível e de capacidades transfronteiriças inestimáveis? Será que tamanha birra vem das empresas a favor das quais investe seus muitos centavos?
O investidor veterano tem participação de cerca de 23% das ações do The Washington Post, um dos periódicos norte-americanos mais difundidos no país. Além disso, possui participação aproximada de 16% sobre as ações da emissora de centro-esquerda NBC.
A NBC, em linhas gerais, possui um discurso mais neutro e factual sobre o mercado de criptocurrencies. Um bom exemplo seria o artigo: "Por que todo o ódio contra o Bitcoin?". Por outro lado, o The Washington Post possui artigos bastante explícitos no que se refere à opinião do veículo, como: "Bitcoin ainda é um desastre total" ou "A única moeda pior que o Bitcoin é a da Venezuela".
Por certa dedução lógica, podemos entender que, ainda que seja grande investidor dos dois veículos supracitados, ambos possuem linhas ideológicas completamente distintas no que se refere a um mesmo assunto. Portanto, as chances de que o bilionário dê pitacos a fim de direcionar a linha editorial dos jornais são pequenas, parece.
Buffett possui cerca de 14% das ações da American Express, uma das pioneiras a incorporar-se à tecnologia blockchain e criar parceria com a carteira de Bitcoin Abra, em meados de 2017. Essa foi a primeira parceria realizada entre criptomoedas e uma bandeira de cartão de crédito, enquanto empresas como Visa e MasterCard torcem o nariz à desregulamentação do mercado, apesar de flertarem com o blockchain.
Ele também possui envolvimento financeiro com gigantes da tecnologia, como a IBM, que realizou parceria em meados de 2017 com a Stellar Lumens (XLM), a qual registrou valorização aproximada de 150% poucas horas após a confirmação da parceria.
A conclusão que mais parece flertar com o bom senso seria de que as empresas que Buffett escolhe para investir, ao contrário do famoso "oráculo" não pararam no tempo e percebem o valor evidente das criptomoedas e da blockchain no crescimento de um ecossistema saudável e seguro de negócios.
Após a Berkshire Hathaway ter investido recentemente cerca de US$ 300 milhões em algumas fintechs de pagamento, parece que o discurso cáustico pode vir a mudar em breve, uma vez que qualquer coisa relacionada a blockchain e fintechs nunca foi bem vista pela empresa.
Buffett admitiu há tempos atrás que empresas de tecnologia não fazem parte de sua área de conhecimento. Talvez o "veneno de rato" não seja o Bitcoin, mas o discurso deliberadamente achista de um senhor conhecido há décadas por suas decisões consistentes e acertadas.
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