Hoje acordei, ainda o sol não tinha nascido.
Na minha mente ou no meu coração, estava o sentimento de gratidão por ter percebido como a vida, nos últimos anos, me deu tantos "toques" para me mostrar que eu não estava a ser Eu. Por alguns anos eu, por insegurança, por falta de amor-próprio, por não acreditar no meu poder pessoal, deixei-me levar por uma corrente que me desviou de mim. E este desvio não se deu apenas na área pessoal ou na área profissional. Este desvio foi vivido em todos os aspetos da minha vida.
Na minha vida profissional esqueci-me de mim, quando, inconscientemente, me deixei levar pelas exigências de um programa que era preciso cumprir para que os alunos finalizassem o ano letivo com sucesso. Esqueci-me de mim quando tentei ser uma "boa" professora que correspondia aos critérios apresentados na avaliação de desmpenho docente. Apesar de saber que aquela avaliação não me estava a ajudar, minimamente, a evoluir enquanto docente eu deixei-me levar pela preocupação de corresponder aos seus parâmetros. Quando me esqueci de mim, também me esqueci dos meus alunos. Deixei de gostar do meu trabalho, deixei de conseguir ESTAR com os meus alunos.
Claro que a vida se encarregou de me dar muitas chamadas de atenção. O que é que eu fiz? Eu vitimizei-me, eu deprimi-me, eu fiquei doente com muita frequência. Achei que não queria mais ser professora, porque já não conseguia lidar com os alunos. Tudo me esgotava, não tinha segurança para falar com encarregados de educação, fui acusada de agredir alunos fisicamente e psicologicamente... Na verdade isso era o que estava a fazer comigo, ao manter-me num caminho de subjugação ao que "tinha que ser". Sem energia, eu já nem me lembrava como é que eu era, como é que eu fazia para ter ideias novas e ir com elas avante.
O medo de não ser aceite bloqueava-me e facilmente me deixava levar pelo que os outros pensavam.
Na minha vida pessoal, se me apaixonava, eu esquecia-me de mim. Com medo de que a outra pessoa perdesse o interesse por mim eu esquecia-me de mim para passar a ser alguém que eu achava que agradaria aquele por quem me apaixonei. Grande erro. Longe de mim, sem expontaneidade, sem capacidade para sentir...ninguém estava disposto a viver uma relação comigo. A não ser que... essa pessoa, inconscientemente fosse alguém que tirasse partido desse meu desvio. A vida trouxe essa pessoa para a minha vida. Ao mesmo tempo que me desviava na vida profissional, também me afundava na vida pessoal. A minha energia já estava longe, e eu só me movia arrastando-me, literalmente.
Do fundo, sem saber bem como, eu percebi que era preciso sair. Já não era possível suportar tamanho desgaste. Armei-me de coragem, apesar das incertezas, e quebrei com as amarras que me prendiam a uma vida que não era minha. De agora em diante, é a mim que tenho que dar ouvidos, é a mim que tenho que valorizar. Todos os outros beneficiarão deste amor que aprendo a nutrir por mim.
GRATA, VIDA, por esta oportunidade de ir ao fundo de mim e tomar consciência do meu propósito nesta vida. Grata pela oportunidade de me reencontrar COMIGO. Grata por me teres mostrado que até este grande desvio fazia parte do caminho que eu tinha que percorrer para assim despertar e contribuir para a minha ascensão enquanto ser do UNIVERSO.
AMAR-ME profunda e completamente, confiar em mim, acreditar no meu poder pessoal! Iluminar-me, elevar-me e ajudar outros a fazer o mesmo. Ser agente da minha felicidade e espalhá-la pelo mundo.
Zenna Alma