Como sempre acontece e é esperado com os temas polêmicos, recebi alguns vídeos nessa minha postagem anterior "O aborto ontem e hoje" que supostamente contra-argumentariam ele. E nessa postagem quero deixar aqui o que penso sobre um deles:

Basicamente o vídeo defende as ideias a seguir:

Aborto é homicídio

No vídeo ele dá a entender que aborto é homicídio, e que portanto o aborto seria a principal causa de feminicídio por conta dos fetos do sexo feminino que morrem quando se pratica ele. Mas o problema é que aborto não é homicídio. Tanto não é que matar mulher grávida não é considerado duplo homicídio. Ponto final. Então equiparar o aborto ao homicídio não é “dizer o óbvio” como ele diz no vídeo, mas muito pelo contrário, é agir com desonestidade intelectual.

O corpo do feto não é seu corpo

Não é que seja parte do corpo dela, mas é algo que está DENTRO do corpo da mulher. E até onde eu sei não existe o direito de viver dentro do corpo de uma outra pessoa sem o consentimento dela.

Cortar o braço porque não quer mais ele

Realmente isso dá uma bela discussão moral e legal. Mas a minha posição quanto a isso é o seguinte. Acho imoral cortar o próprio braço sem ter uma boa justificativa plausível pra isso. Porém, não considero essa imoralidade punível. Pois uma coisa é a moralidade, e outra coisa é a punibilidade dela. Nem toda imoralidade é punível.

Só desenvolve um cérebro humano quem já é um ser humano.

Aqui ele não conseguiu compreender a diferença entre algo potencial e factual. É óbvio que toda célula totipotente humana tem potencial pra desenvolver um cérebro humano. Mas nem por isso ela já pode ser considerada um ser humano. Inclusive já é possível desenvolver cérebros em laboratório:

https://super.abril.com.br/saude/cientistas-criam-cerebro-em-laboratorio/

Então não, algo ter o potencial pra desenvolver cérebro humano não o torna já um ser humano.

Espero ter esclarecido alguns pontos do vídeo. E se você gostou dessa polêmica e quer me trazer novos argumentos para serem discutidos, deixe eles aí nos comentários.

Gostou da leitura e quer mais? Aí vão algumas sugestões:

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