Serei muito sincero: Se você culpa o Nordeste, está caindo no conto daqueles que verdadeiramente roubaram a eleição. E digo roubaram porque a essa altura do campeonato já deveria estar claro para todos que Jair Messias Bolsonaro já deveria ter sido eleito com a maioria absoluta dos votos (algo entre 60 e 65%), eliminando a necessidade do segundo turno. Se isso é verdade, o que houve então? Por que as pesquisas (de praticamente todos os institutos) mostravam o candidato do PSL com 40/41% dos votos válidos na véspera da eleição, enquanto o resultado final da apuração trouxe seus números para 46% dos votos válidos? Se o Nordeste não é o vilão da história, então quem é? Quem está comandando o Brasil? E quais as implicâncias disso?
Pensem bem e se atentem aos fatos: Bolsonaro ganhou na maioria das capitais nordestinas. Teve uma votação histórica, derrubando os números do PT na região. Vimos ao longo das semanas de campanha inúmeras mobilizações espontâneas tanto nas capitais (foi o Nordeste que "inventou" a recepção épica em aeroportos a Bolsonaro), quanto no interior (inúmeros vídeos com carreatas tidas como inéditas mesmo em cidades menores). Mesmo perdendo, em todos os estados da região Bolsonaro ficou na 2ª posição, auxiliando significativamente seu desempenho nacional. Houve um esforço da população nordestina que deve ser reconhecido, especialmente se considerarmos o histórico de assistencialismo estatal, criando um curral eleitoral que foi conquistado pelo Partido dos Trabalhadores a partir do governo Lula, o baixo acesso à informação e à internet e parca educação formal nos rincões dos estados mais pobres do país, e a fragilidade da população local frente aos coronéis em suas campanhas, que continuam abertamente com sua política de compra de votos e terrorismo psicológico ao demonizar rivais do PT, 'avisando' os eleitores que seus míseros privilégios, como o Bolsa Família, seriam prontamente retirados deles.
Some-se a isso a já conhecida doutrina comunista praticada sem qualquer impedimento nas escolas, em detrimento da qualidade do ensino, e casos onde campanha de Bolsonaro foi proibida de ter acesso, como em diversos bairros de Fortaleza, por ninguém menos que o PCC, o Primeiro Comando da Capital, principal organização criminosa do país. O establishment e representantes da Velha Política, por sua vez, também se utilizaram das mais diversas ferramentas para minar o resultado do deputado federal na região. Só escapou de fato quem teve acesso pleno à internet, recebendo informações de veículos de comunicação independentes de direita ou liberais ou então pelo Whatsapp, por meio de grupos de debate, memes, vídeos e informações viralizadas no boca-a-boca por meio do aplicativo.
Ainda assim, tudo indica que todas as armas usadas pelos adversários do "mito", como é conhecido por seus admiradores, não seriam suficientes para evitar uma vitória ainda no primeiro turno. Para isso, as entranhas do sistema estabelecido precisavam de garantias. Precisavam impedir situações como essa. Um sistema que permita ao Deep State brasileiro, as pessoas que de fato puxam os cordões, se proteger.
Uma frase famosa, frequentemente atribuída de maneira errônea a Stalin (é muito anterior a ele, remontando, em registro, a um editorial do The New York Times em Maio de 1880), diz "Não importa quem coloca os votos na urna [de uma nação], desde que eu os conte", resume bem o tema.
O Brasil hoje, é o único país em todo o mundo que utiliza um sistema 100% eletrônico para votação, que não é auditável, não é transparente, é gerido por uma entidade que não presta contas à população, cria suas próprias regras e as julga, possuindo total autonomia para fazer do sistema eleitoral uma verdadeira caixa-preta.
Para melhorar o processo para o cidadão, Bolsonaro foi autor de um projeto de lei que instituía uma impressão ao final do voto, que era conferida pelo eleitor, sem que ele tivesse contato manual com a mesma, para que pudesse autorizar a computação final de suas escolhas na urna. O projeto de lei foi finalmente aprovado pelo Poder Legislativo, em uma minirreforma política em 2015.
Poucos meses atrás, em junho, o artigo foi suspenso pelo Supremo Tribunal Federal, por 8 votos a 2, com argumentos estapafúrdios facilmente rebatíveis por especialistas da área (tanto de tecnologia quanto de direito), que se pronunciaram ao longo do processo. Uma das principais alegações dos ministros foi o custo do sistema, tido como inviável aos cofres públicos - na ordem de R$ 2 bilhões. Não lhe parece estranho o STF julgar sobre questões orçamentárias? Curiosamente isso não impediu que o STF aceitasse de mãos abertas um aumento salário que teve o impacto direto de R$ 950 milhões, e que tende a causar um efeito indireto ainda maior em cascata, considerando-se que os salários dos ministros do STF servem como base para o cálculo dos salários dos funcionários públicos dos poderes executivo e legislativo. Antes mesmo do aumento, os magistrados já ganhavam mais que seus pares europeus, o que contribui para que o Poder Judiciário do Brasil seja o mais caro do mundo. Mas para os excelentíssimos ministros, o problema é a impressora da urna. Esse e outros problemas, como a empresa que elaborou o software das urnas ter como origem a Venezuela, um dos países menos democráticos do mundo no momento, e com o governo aliado da esquerda brasileira, a falta de uma atualização do hardware das urnas, gerando controvérsias quanto à inviolabilidade do voto contra hackers, e por aí vai.
A verdade é que o sistema todo está corrompido e precisa ser revisto. As impressoras são meramente paliativas e garantem apenas parte da segurança do processo. Mas por outro lado poderiam claramente comprometer o sigilo do voto. Alguém que compra o voto, agora poderia ter a comprovação por meio de uma foto do comprovante feita pelos celulares mais simples. Também não garante que os votos possam ser alterados ainda na seção ou manipulados pelos poucos membros do TSE que têm acesso à apuração. Em 2014, o principal responsável, o presidente do TSE Dias Toffoli tem em seu currículo ter sido advogado particular do PT. Naquele ano, depois de uma suspeita parada técnica na apuração sem qualquer explicação, a candidata Dilma Rousseff, do PT apareceu na frente no 2º turno, para não sair mais da liderança e ganhar com estreita margem sobre seu adversário, Aécio Neves, do PSDB. Nesse ano, o fato que gerou perguntas foi o de que, ao contrário de outras vezes, os dados da apuração não estariam mais disponíveis imediatamente, senão que só seriam liberados 2 ou 3 depois, sem maiores explicações.
Qual a chance de alguém poder transformar o sistema, se todos os acessos a ele estão hermeticamente controlados? Como defender a democracia, se não sabemos como os votos são contados? Por que os ministros do STF rejeitaram com tanta determinação uma medida que visa aumentar a confiabilidade no sistema? Se o sistema causa tanta suspeição popular, por que não trabalhar para melhorar essa percepção?
E a pergunta mais importante de todas: se Jair Messias Bolsonaro não ganhar, o que as Forças Armadas farão?
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