O processo de cura é cheio de desafios.
Primeiro que tenhamos a consciência de que precisamos de nos comprometer com a cura das nossas emoções passamos por fases muito difíceis na nossa vida. Na primeira fase, por ignorância, vamos colocando nos outros a responsabilidade do que estamos a viver. Depois, porque nos questionamos, porque surge alguém que nos traz alguma luz, porque não encontramos mais saída nessa "cura superficial", porque já chegamos a um estado de saúde muito debilitado, acabamos por procurar soluções que nos levam ao conhecimento profundo de quem somos.
Aí é que começa o grande desafio.
Nessa fase passamos a compreender que, enquanto seres humanos, somos compostos por mente, corpo, alma...
Descobrimos ou passamos a acreditar realmente que já vivemos outras vidas e que dessas vidas passadas trazemos feridas para curar...
Passamos a compreender que somos energia, que atraímos o que vivemos. Sim, somos 100% responsáveis pelo que vivemos, pelo que nos acontece de bom e de mau...
Ouvimos que conviveremos com determinado tipo de pessoas enquanto precisarmos que assim seja...
Expressões como "ordem divina", "amor incondicional", "seres de luz", "poder pessoal", "o poder da intenção", "prosperidade", "abundância", "meditação", entre muitas outras, começam a fazer parte do nosso dia a dia. Para quem tivesse andado afastado da sua espiritualidade, como eu, soa estranho e leva algum tempo até que nos permitamos aceita-las em nós.
O processo continua e vivemos momentos em que recebemos informação nova a cada dia, seja através da leitura de obras, seja através de vídeos que hoje podemos ver na internet a todo o instante, seja no encontro com outros, nos cursos que vão surgindo e que vamos querendo fazer.
Aprender tudo isto não nos dá a arma definitiva para verdadeiramente superarmos o sofrimento que vivemos. Durante uma boa parte deste processo vamos aprender como resgatar o nosso poder pessoal. E há muita resistência que vem da nossa mente, do nosso ego. Uma resistência que foi aprendida ao longo de muitas vidas, para nos proteger, aparentemente, do sofrimento. Uma resistência em nos permitirmos ser quem realnente somos. É nessa resistência, que está em nós e não nos outros, como tentamos desculpar-nos muitas vezes, que reside a maior fonte de sofrimento.
A mente, o ego, ensinaram-nos a não sentir. Porque sentir dói.
As emoções que carregamos connosco e que nem sempre lhes identificamos uma razão, levam-nos pelo caminho que viemos trilhar em cada vida. Estas emoções são um poderoso íman, que atrai até cada um de nós o que precisamos para serem saradas. Falo de emoções baseadas no medo, na culpa, na vergonha...
E como tudo tem um propósito, até aqueles que são nossos pais, irmãos, tios, primos, filhos, colegas de trabalho, namorados, companheiros, professores, padeiro, médico... (todos com quem nos cruzamos), estão na nossa vida com o propósito de nos ativar feridas adormecidas, e assim podermos passar à sua cura.
E agora? Agora vamos lá refletir sobre cada uma das nossas reações, sobre cada pessoa que nos tirou de sério, que nos fez sentir humilhados, que nos fez sofrer, que nos fez sentir rejeitados, culpados, enverganhados. Isso gera revolta, porque achamos que não tinham o direito de nos fazer passar por esse sofrimento. Perguntamos à vida, porque é que tinha que acontecer connosco.
Tudo isto é resposta do ego.
Porém, a alma não dorme e fala-nos através do coração. Quando percebermos que o nosso coração também fala, vamos vibrar pelo amor. Aí entendemos a importância de darmos valor ao que sentimos e passamos, aos poucos, a estar atentos a cada sinal.
Aquele que acusamos de injusto, passa a ser alguém que nos traz uma informação preciosa sobre o que temos para curar.
Eu mesma, durante uns anos revoltei-me por ter vivido uma relação com uma pessoa que conseguiu fazer com que eu passasse a viver com a culpa. Hoje sei que eu tinha a culpa dentro de mim, adormecida, e atraí essa pessoa para que a culpa passasse a fazer parte dos meus dias e eu tivesse consciência que tinha que me libertar dela.
Hoje, essa pessoa ainda me tenta ferir, ainda me tenta fazer sentir culpada. Hoje, eu ouço essa pessoa e já não me revolto, não mais me justifico. Hoje sinto-me feliz porque aceitei a minha responsabilidade em ter atraído alguém assim. Se ainda tenta ferir-me com sentimentos de culpa é porque ainda tenho que me libertar dela.
Ao mesmo tempo que eu vivo o meu processo de cura, também essa pessoa o vive. Mas isso está apenas nas mãos dessa pessoa. Tenho consciência que o comportamento que tem para comigo é fruto do sofrimento, é fruto de ignorância e resistência. É fruto de uma não responsabilização relativamente a tudo que vive. Só essa pessoa poderá aceitar despertar... aceitar libertar-se do sofrimento em que vive.
E assim aprendo o que é a COMPAIXÃO, aprendo o que é o PERDÃO.
Ouve o teu coração e faz crescer o AMOR em ti.
Permite-te libertares-te da culpa, do medo, da vergonha...
Encontra-te com a tua ALMA e leva aos outros a tua essência livre.
É do teu contributo único que o mundo precisa.
Quando ouvires algo que te "morda", sente e deixa que se liberte.
Encontra a PAZ que está dentro de ti e ilumina o teu caminho e o de quem se cruza contigo.