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Sinopse: Carrie é uma jovem tímida, perseguida pelos colegas, professores e impedida pela mãe de levar uma vida comum. Quando estranhos acontecimentos começam a acontecer em seu entorno, ela descobre que possui poderes tel cinéticos e quando os jovens mais populares da escola a humilham diante de todos durante o baile de formatura, as coisas fogem do controle.
Stephen King é um escritor de horror/suspense de mão cheia. Seus livros apresentam sempre algo de inovador e colocam o leitor em um universo novo e cheio de surpresas. No entanto, suas adaptações cinematográficas nem sempre seguem a mesma linha, perdendo-se em suas próprias construções narrativas... Felizmente, Carrie, a Estranha quebra todas as regras ruins, e se sobressai magistralmente como um das melhores adaptações literárias do autor.
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Sombrio. Violento. Hipnótico... Esses três adjetivos são mais do que suficientes (embora existam tantos outros) para tornar mais visível o roteiro (e adaptação do projeto em si, enquanto filme completo) de um dos mais impressionantes espetáculos da sétima arte. No que diz respeito ao horror/suspense, é uma das obras cinematográficas que nunca será esquecida.
Imortalizado pela chocante - no melhor sentido da palavra - atuação de Sissy Spacek em um ápice de qualidade brutal onde cada gesto, cada olhar representa uma emoção diferente (por sinal, que ainda é capaz de impactar nos dias atuais), o filme é carregado de uma forte dramaticidade (abrindo margens para diversos tipos de debates) com elevados níveis de tensão e momentos impressionantes.
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Refém das motivações psicóticas de sua mãe, uma religiosa fervorosa que não enxerga limites, Carrie é criada em uma "bolha". Não tem amigos. Não sai para se divertir. Não tem uma vida normal. Resta-lhe apenas o sonho de um dia poder viver como qualquer outra adolescente.
As regras rígidas que ela precisa seguir entram em choque quando a jovem descobre ter estranhos poderes e utiliza-os para se impor contra as ordens da mãe. Dessa forma - e impulsionada por um convite de um jovem para o baile de formatura da escola - ela cria a voz ativa e começa a tomar suas próprias decisões vislumbrando um futuro melhor.
Quando tudo sai errado no baile, Carrie se vê vítima de uma armação dos colegas que a odeiam e isso acaba desencadeando um sentimento de fúria que a jovem não consegue controlar. Esse é o cenário perfeito para que ela descarregue em todos a sua raiva e faça justiça com as próprias mãos.
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Brian De Palma dirige esse filme com uma qualidade invejável. O trabalho dele não é menos do que sensacional. Cada take parece ter sido pensado e filmado de uma forma minuciosa. Há uma preocupação extra até com os ângulos das câmeras, que são responsáveis por oferecer ao público uma visão mais detalhada e abrangente dos fatos.
Ele trabalha junto a um competente elenco de apoio que conta com nomes relevantes, dentre eles (além da própria Spacek, obviamente) Amy Iribing, John Travolta e Piper Laurie. Seus personagens são muito bem traçados, bem delineados e junto aos demais integrantes do elenco (que entregam performances satisfatórias), ocupam papéis relevantes para a o funcionamento da trama. No entanto, que rouba a cena é Spacek... E tudo brilha ainda mais quando ela divide a tela com Laurie (que interpreta magistralmente o papel de sua mãe), onde são gerados os embates mais desafiadores e desesperadores da trama.
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Há quem considere o ritmo do filme um pouco lento. De fato, a história só esquenta mesmo no terceiro ato, mas tudo o que acontece anteriormente (inclusive, fatos decisivos para poder entender a trama em sua plenitude) é justamente o combustível que serve para inflamar por completo o clímax do filme (que tem um dos finais mais incríveis do cinema).
O filme cresce organicamente, e o público vai se envolvendo com a história a medida em que tudo se desenvolve de maneira gradual e intensa. A produção é cheia de detalhes que oferecem uma imersão naquele mundo estranho e complexo, vivenciado por uma jovem conturbada e sem muita esperança de ter uma vida ao menos comum.
Transportando os eventos da época para a nossa sociedade atual, esse filme é um ótimo exemplo de bullying e - excluindo a parte sobrenatural da trama - em como esses tipos de situações podem se tornar decisivos na criação de personalidades violentas, e posteriormente, culminar com situações trágicas em diversas esferas.
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Carrie, a Estranha é um filme incrivelmente necessário para todos os amantes do Cinema (vale o registro em frisar que esse é um dos melhores trabalho do De Palma) e que coloca o tema "sobrenatural" em um patamar exclusivo de qualidade que definitivamente não pode dividir espaço com a grande maioria das produções atuais que seguem (ou tentam seguir) o mesmo segmento.
Esse filme é muito bom!
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Spoiler alert - Assisti varias vezes esse filme quando estava aprendendo inglês, até gostava desse filme, mas agora só de ver as imagens aqui na postagem, já sinto um tédio, acho toda a estoria do filme sem sentido, a Carrie, na verdade, mesmo com uma mãe mala, mesmo assim, não tinha muita justificação para agir como agia e o pessoal que trolava ela menos ainda, bom mas dai o filme não teria sentido de existir... odeio aquela parte que os troladores matam porcos somente pra tirar sangue....
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