Pra começar, diferentemente do Banco Central do Brasil, o Fed opera de forma descentralizada. Ou seja, os EUA são divididos em doze distritos, e cada um tem o seu próprio Fed.
Outra diferença é a participação da iniciativa privada no sistema. Os bancos centrais norte-americanos são constituídos também por bancos comerciais de cada região, que integram o corpo executivo da instituição. Por aqui, nada de instituições privadas no BC!
Além disso, o Federal Reserve tem os seus títulos em uma instituição separada, o FOMC (Federal Open Market Committee, ou Comitê de Mercado Aberto). O FOMC atua na compra e venda de títulos do governo e também exerce a política monetária nos Estados Unidos.
Por fim, vamos para a diferença mais importante: a independência. O modelo americano pressupõe total independência política do governo ao conduzir a política monetária, mantendo os preços estáveis e o nível de emprego. O governo não tem qualquer influência sobre as decisões do Fed.
Já por aqui, ainda estamos engatinhando. O Bacen sempre esteve vinculado ao Ministério da Economia, o que já levou a críticas de interferência. Na tentativa de mudar isso e blindar a autoridade monetária brasileira, foi sancionada, em fevereiro de 2021, uma lei que dá mais autonomia ao Banco Central.
Lei estabelece que o presidente e diretores do BC terão mandatos fixos de quatro anos, não coincidentes com o do Presidente da República. O Presidente Bolsonaro sancionou a Lei Complementar 179/2021, que estabelece a autonomia do Banco Central.
A principal novidade é a adoção de mandatos de quatro anos para o presidente e diretores do Bacen. Esses mandatos vão acontecer em ciclos não coincidentes com a gestão do presidente da República, se assemelhando ao modelo americano.
Essa medida tem por objetivo, além de dar autonomia e independência, incentivar que a instituição pense mais a longo prazo, como já acontece nos Estados Unidos.