Intuição, argumenta Gerd Gigerenzer, diretor do Instituto Max Planck para o Desenvolvimento Humano, é menos sobre "saber" a resposta certa e mais sobre entender instintivamente qual a informação que não é importante e pode, portanto, ser descartada.
Gigerenzer, autor do livro "O poder da intuição: O inconsciente dita…decisões", diz que ele é simultaneamente intuitivo e racional. "No meu trabalho científico, eu tenho palpites. Eu não posso explicar sempre porque é que eu concluo que um determinado caminho é o caminho a traçar, mas eu confio e sigo em frente. Eu também tenho a capacidade de verificar esses palpites e verificar o que os mesmos representam. Essa é a parte científica. Porém, relativamente à minha vida privada, eu confio no instinto. Por exemplo, quando eu conheci a minha esposa, eu não fiz cálculos. Nem ela ".
Digo isto porque recentemente um dos meus leitores, Joy Boleda, fez uma pergunta que me fez parar para pensar:
E a intuição? Nunca foi representada como uma forma de inteligência, o Sr. pensa que uma pessoa que recorre à sua intuição para resolver os seus assuntos, tem mais inteligência?
O meu "instinto" diz que sim, especialmente quando estamos a falar de pessoas que já são por natureza, intelectualmente curiosas, rigorosas na procura de conhecimento e dispostas a desafiar as suas próprias suposições.
Colocando tudo isto numa perspetiva mais simples. Caso alguém se sente numa cadeira e meramente confie na sua intuição, essa pessoa não está efetivamente a exercer um grau elevado de inteligência. Mas se essa mesma pessoa aprofundar a avaliação desses assuntos e estudar as suas inúmeras possibilidades, estará assim a exercer inteligência quando o seu instinto lhe disser o que é - e não é - importante.
Traduzido para português por José Peixoto do artigo original publicado pela Forbes.com intitulado “ Intuition Is The Highest Form Of Intelligence”.