Crônicas de ninguém
Capítulo 1 – Ninguém na sociedade
Tudo que buscamos na vida, ou pelo menos deveríamos, ou pelo menos os que têm uma mente focada, bom senso e um bom coração deveriam, é pensar em fazer algo que possa agregar, contribuir com a sociedade atual, onde podemos melhorar em alguma coisa o ambiente no qual viverão os nossos filhos.
Na atual sociedade, este movimento globalizado, onde ser zumbi é ser descolado e vestir-se bem é ser retrógrado, onde beber e fumar são ter personalidade, onde alguém de muita classe vai te ditar em qual época do ano é mais conveniente usar uma calça rasgada, onde ninguém liga para se a pessoa ao lado estar incomodada com qualquer coisa que se faça ou não.
Vivemos reféns de um sistema emburrecedor mundial, apáticos a essa situação, pedindo a Deus que intervenha a qualquer momento, mas não sabemos nem fazemos nada a não ser esperar.
Em um outro universo paralelo, onde uma caneta valia como arma, e o que se escrevia era lido por alguém, talvez as devidas informações pudessem chegar a algum lugar, tirando e salvando dessa bela poça de lama, um ou outro curioso. Hoje essa alternativa, tem se tornado inviavelmente dispensável extinta.
Somos "ninguéns" e somos suspeitos de cúmplices da situação. Graças a Deus, temos ainda vivos, bons pensadores, aqueles que fazem a diferença no que escrevem e opinam, no entanto fatalmente estes são tido como loucos os quais ninguém quer mais ouvir.
A música de hoje? A letra tem duas linhas, as melodias foram substituídas por dois acordes e um fundo musical bem produzido. Os ditos cantores usam Auto-Tune (Um sistema para afinar a voz), os sons são computadorizados, os samples, tomaram o lugar dos bons percussionistas, a música que emocionava, hoje faz rebolar, mexer a cabeça, apenas batidas graves e bem definidas com raras exceções obviamente, que quase sempre são releituras.
Se incomodar com isso é absolutamente normal. Mas como influenciaremos essa tal geração? Vamos descer ao nível do português “bem fazido” pra pelo menos sermos em parte compreendidos, aconselhando nas esquinas e nas escolas, ou essa lerdeza na mente podemos atribuir aos illuminate com algum produto químico no arroz, chumbo despejado nos ares ou qualquer coisa do tipo?
Se temos estudo, somos ignorados como nerds intelectuais, se apenas temos boa razão, somos ignorados por sermos ninguém. Quem convencerá o povo de que pularam o ensino fundamental no básico e estão colocando retardados para, quem sabe num futuro próximo, atender um filho nosso em um posto de saúde desses por aí.
Entendo que o teor do texto não seja atrativo, mas se você esta aqui até agora pense, somos ninguém, tentando convencer a nova geração, de que podemos fazer um mundo melhor, se realmente nos esforçarmos o suficiente pra isso.
Enquanto isso, seguimos contentes e felizes, carregando dentro de si o pouco de dignidade que resta na cultura e na língua portuguesa brasileira.
Obrigado por ler até aqui! Esse artigo é parte do livro “Crônicas de ninguém”.