Contexto de Nascimento da Prospera!

in prospera •  7 years ago 

Depois que escrevi o post sobre o Steemit Brasil, muitas perguntas sobre a Prospera surgiram.

Como eu disse no post, pretendo compartilhar muito sobre o assunto e acredito que a melhor forma de conhecer é simplesmente entrar no site procurar uma comunidade de interesse e interagir.

Porém, algumas pessoas gostam de entender um pouco mais antes de trocar com outras pessoas e eu acredito que fomos todos educados para acreditar que precisamos nos "preparar" muito antes de "viver".

Só deixo um alerta para esse sensação de ser incompleto ou de que ser incompleto é um problema a ser consertado, essa percepção nos exclui e diminui o campo de possibilidades, e muitos passam a vida toda se preparando e/ou achando que não são bons o suficiente para falar o que pensa, interagir, perguntar e etc. Esse assunto rende muita conversa, e vale muito a pena de ser explorado em outros momentos.

De qualquer forma, coloco abaixo parte do texto que tinha colocado como link no post anterior, para que tenha mais visibilidade (texto original).

Contexto : que problemas queremos resolver? Porque a Prospera deve existir?

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A internet é um ambiente de conexão global que rompe com o padrão de conectividade do coletivo para passar a nos conectar de forma sistêmica. Isso exige de todos nós um enorme esforço de adaptação que desconstrói o padrão anterior para incorporar o novo.

Estamos transitando da era industrial para uma sociedade em rede.

Vivemos uma mudança de era.

Essa mudança traz uma série de implicações econômicas, empresariais, políticas, filosóficas e até existenciais.

Há a necessidade de desenvolver uma nova inteligência para aprender a lidar como um novo padrão.

A lei de Moore exponencializada pela lei dos retornos acelerados deflaciona o custo de transação e, portanto, tem o potencial de incluir todos os seres humanos em um ambiente de abundância onde os recursos são acessíveis na hora em que são necessários.

A firma, como definiu Ronald Coase em 1937 em “ A natureza da firma ”, não se sustenta mais como sendo o padrão organizacional que oferece o menor custo de transação.

O padrão organizacional em rede reduz drasticamente o custo de transação tanto pelo pelo aumento da capacidade de processamento do chip pelo mesmo custo quanto pela eliminação dos processos seletivos, da cadeia de comando e controle, dos cargos padrão, do caixa e orçamento, das decisões coletivas, do planejamento e metas, da propriedade e das relações lineares.

Com a boa notícia da redução de custo vem a má notícia da necessidade de se adaptar organizacionalmente ao novo padrão.
Se todos os elementos estruturantes da sociedade industrial são eliminados na sociedade em rede fica a dúvida de como se organizar daqui para frente ou até mesmo devemos nos perguntar: “Para que se organizar? ”

Os motivos que sustentam a necessidade de se organizar continuam os mesmos.

Nos organizamos para dar materialidade a uma iniciativa. Não importa qual seja o conteúdo dela. Pode ser empresarial, social, artístico, educacional, científico, religioso, esportivo etc. . O que importa é que nós nos organizamos para que a iniciativa exista. Viva e sobreviva. Aquilo que não está ordenado é o caos; é o campo de possibilidades. Não existe ainda. Para que algo exista materialmente é preciso sair do campo de possibilidades através das escolhas. O caos das possibilidades se organiza quando nos comprometemos com uma escolha.

A questão está na forma de se organizar.

A organização de modelo industrial se organiza excluindo e a de modelo em rede, incluindo.

Essa é a origem de todos os problemas pois quando se exclui se objetiva e quando se inclui, se subjetiva.

Ao objetivar saímos do campo de possibilidades e entramos no campo das escolhas.

As escolhas são um escasseamento do campo de possibilidades e é por isso que as organizações de modelo industrial operam no paradigma da escassez.

Todos os elementos estruturantes da organização de modelo industrial escasseiam o campo de possibilidades através da exclusão:

  • O processo seletivo escasseia a possibilidade dos problemas da organização serem resolvidos pelos excluídos no processo de seleção;
  • A cadeia de comando e controle escasseia a possibilidade das necessidades da organização serem atendidas por aqueles que foram excluídos no processo de nomeação dos responsáveis;
  • O cargo padrão escasseia o campo pois exclui a possibilidade da pessoa responder às necessidades da organização explorando as suas características únicas e que não são padronizáveis;
  • O caixa e o orçamento centralizados limitam a disponibilidade de recursos da organização aos recursos centralizados pois excluem a possibilidade de utilização dos recursos abundantes que estão disponíveis de forma distribuída em rede.
  • Os processos coletivos de decisão impõe decisões únicas para o coletivo através da construção de consensos o que limita os caminhos possíveis àqueles que forem consensuados. Exclui a possibilidade das pessoas explorarem os caminhos que não obtiveram consenso;
  • O conceito de propriedade, de natureza pública ou privada, limita o acesso somente àquilo que somos proprietários e portanto exclui a possibilidade de acesso a tudo aquilo que não somos donos.
  • As relações lineares limitam as possibilidades de interação do campo a papéis previamente definidos por uma linha imaginária que estabelece o NÓS e o ELES como, por exemplo, fornecedor-cliente, professor-aluno, produtor-consumidor, mestre-aprendiz, etc. Isso escasseia os caminhos pois exclui a possibilidade de exploração das relações exponenciais que não tipifica previamente nenhum NÓ da malha.
  • Em rede não há NÓS e ELES. Só há um único NÓS. Cada NÓ pode exercer o papel que lhe couber melhor a cada momento. Pode exercer a sua responsabilidade sistêmica, respondendo com a própria habilidade às necessidades emergentes do sistema.

Em uma organização de modelo industrial, o conjunto das práticas exclusivas geram escassez e inflacionam o custo de transação. Sua sobrevivência corre risco em um mundo onde as novas organizações incorporam padrões de rede que, por serem inclusivos, operam no paradigma da abundância arcando com um custo deflacionário de transação.

A organização de modelo industrial se organiza excluindo e a de modelo em rede se organiza incluindo mas incluir não é uma tarefa fácil.

Não estamos acostumados com ela.

Fomos educados para nos proteger do meio em que estamos inseridos.
Fomos educados para nos excluir do meio.

Temos medo daquilo que está “ lá fora ”, daquilo que é desconhecido, do que não conhecemos, do que é diferente de nós.

A inclusão gera diversidade e portanto nos impõe a necessidade de convivência pacífica com as pessoas que são diferente de nós.

O bônus da inclusão é a abundância e o ônus é conviver com quem é diferente da gente.

Não sabemos fazer isso pois fomos educados com a ideia de que “não tem pra todo mundo”. É uma ideia perversa pois embute a ideia de que “pode ser que tenha para você”.

Não tem pra todo mundo mas se você corresponder ao padrão pode ser que tenha para você.

Todas as pessoas criadas no modelo industrial são preparadas para competir no funil do processo seletivo e, correspondendo ao padrão, ganham.

Chegam nesse lugar de sucesso que é onde tem para elas também.

Esse é o nosso treino, a nossa prática, a nossa inteligência.

Competir com o diferente para ganhar uma fatia dos recursos escassos.

A organização de modelo em rede opera com a perspectiva da abundância que vem com a inclusão e diversidade.

Isso nos impõe a necessidade de aprender a aceitar a ideia de que tem pra todo mundo e que o outro diferente é o caminho para a abundância.

Mas temos medo do outro diferente.
Como superar o medo que nos faz competir com o que é diferente e vem “lá de fora”?

Como superar o medo de que “o outro” tome decisões que comprometam a sobrevivência da organização e consequentemente a minha?
Como superar o medo das coisas que devem ser feitas não serem feitas pelo outro?
Como superar o medo de que o outro tire o meu lugar?
Como superar o medo de que o outro me exclua?
Como superar o medo da exclusão?

É esse o contexto de nascimento da prospera.

Seus elementos estruturantes não impõe, pela forma organizacional, nenhum tipo de exclusão.

O campo de possibilidades está sempre aberto, não havendo portanto, nenhum tipo de escasseamento por nenhum tipo de processo de exclusão.

É uma organização que visa lucro.

Tem o objetivo de integrar investidores, trabalhadores e empreendedores que queiram se organizar em rede e operar com custos de transação deflacionários baseados no paradigma da abundância.

O comportamento é um atributo da forma da organização e não uma intenção baseada em valores e princípios morais.
Valores e princípios morais são conteúdos de um ambiente corporativo e não de um colaborativo.

"O comportamento colaborativo emerge da percepção de que a forma da organização é inclusiva e portanto não há a possibilidade de exclusão."

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Acompanhei pelo Facebook o começo das casas abertas colaborativas Laboriosa e outra que não me lembro, achei muito interessante as ideias. Sucesso e boa sorte mais uma vez!!!

Obrigado, Wagner!

interessante, dei uma lida no site e agora, vou ler com mais calma novamente, no meu caso nem é preparar, mas priorizar, enfim, grato por compartilhar!!

Isso ai! Cada um faz do jeito que é melhor para si! Gratidão!