Sergey Karabanov
O crescimento da obesidade no mundo
Há pouco mais de 40 anos, a obesidade não era um problema tão discutido. Primeiro porque o mundo não tinha tantas facilidades igual temos hoje em dia, logo, as pessoas, em geral, praticavam mais atividades físicas e comiam menos comidas industrializadas. Outro ponto relevante é o aumento do açúcar e farinha disponível nos alimentos. A indústria de alimentos tem explorado o uso de ingredientes que incentivam as pessoas a comerem mais. Um dos ingredientes que dão esse efeito é o açúcar.
Desde 1975, o número de pessoas obesas triplicou no mundo. Hoje em dia temos cerca de 2.1 bilhões de pessoas obesas ao redor do mundo, isso é equivalente a 30% da população mundial. Se olhando para a porcentagem você não achou um número tão grande, lembre-se que muitos dos países altamente populados são países com um grande nível de miséria, ou seja, a obesidade não atingiu ali de forma mais expressiva porque a pobreza extrema é forte.
Os 10 países com maior índice de obesos são: Estados Unidos, China, Índia, Rússia, Brasil, México, Egito, Alemanha, Paquistão, e Indonésia. Podemos ver que a obesidade não é um problema ditado pela renda se tirarmos os casos de extrema pobreza. Além do problema com a indústria alimentícia, é relevante levarmos em consideração a mentalidade consumista e a grande pressão social da imagem de uma pessoa magra e malhada.
Os problemas da obesidade
A obesidade é praticamente um pacote de malefícios. Um dos mais evidentes é a perda de ânimo e desempenho em atividades. Com um corpo que exige mais energia para se movimentar, tarefas que antes eram mais simples vão se tornando mais desgastantes e acabamos tendo uma preferência por evitá-las. Isso pode levar a um estágio de sedentarismo que vai agravar a situação de obesidade e aumentar os outros riscos para a saúde.
Uma alimentação rica em açúcares (glicose), pode resultar em um quadro de resistência do organismo à insulina. Quando esse problema deixa de ser agudo e passa a ser crônico, se torna um caso de diabetes tipo II. Nesse caso, é necessário que uma mudança alimentar seja feita o mais rápido o possível, limitando bastante a ingestão de açúcares e criando uma dependência de medicamentos para alguns casos.
Um problema que muitas vezes não tem o mesmo espaço na mídia é a perda de autoestima. Com um corpo que acaba sendo condenado pela sociedade, a pessoa que sofre com a obesidade vai aos poucos perdendo sua autoestima e começa a se tornar uma pessoa mais introspectiva. Não é raro achar relatos de casos de depressão relacionados a obesidade.
Além desses, temos muitos outros riscos para a saúde daqueles que estão acima do peso ideal. Esses riscos vão aumentando de acordo com a taxa de sobrepeso. As doenças mais comuns são as cardiovasculares. Elas aparecem por conta do acúmulo de gordura nas artérias e aumento da pressão sanguínea. Quando a obesidade se agrava com o sedentarismo, as chances de desenvolver esse tipo de doença aumentam muito.
Como evitar a obesidade?
Essa parte talvez seja muito bem conhecida. A resposta mais rápido que muitas pessoas teriam para essa pergunta seria algo do tipo "Comer menos e fazer exercícios físicos". Não é uma resposta errada, porém é algo muito vago e que parece difícil para as pessoas que realmente sofrem do problema.
A alimentação deve ser balanceada e em quantidades que gerem saciedade (evitando passar para um ponto em que se comeu demais). Também é preferível que se coma alimentos naturais e orgânicos para manter o corpo bem nutrido e funcionando em seu melhor. Ultimamente tem aparecido muitas pesquisas quebrando a indicação que comer pouco a cada 3 horas é melhor que fazer poucas refeições ao dia. Eu confio nas pesquisas recentes e prefiro fazer menos refeições ao dia que me deixam saciado por muitas horas. Recomendo que você consulte com um bom nutrologista e converse sobre essa possibilidade baseada em seu perfil de saúde.
Dietas bem baseadas tem algo em comum: todas elas funcionam. Entretanto, é raro vermos pessoas que seguiram a primeira dieta que viram pela frente e conseguiram chegar no peso desejado. Eu pretendo falar desse tópico em um artigo separado, porém já deixo aqui minha opinião de que a melhor dieta é aquela que você pode levar para a vida toda sem se sentir mal. Logo, faça testes e veja qual te faz sentir melhor com a mudança de estilo de vida.
Exercícios e atividades físicas são um grande problema no mundo atual. Com a disponibilidade de transportes e facilidades das máquinas, o homem quase não precisa fazer esforço físico para sobreviver. Por sorte, os esportes além de trazerem benefícios à saúde são ótimos meios de lazer. Aconselho que as pessoas vejam as possibilidades e tentem por si mesmas para ver os resultados. Aqui também é necessário o acompanhamento de um bom profissional da saúde e de educação física para evitar correr riscos desnecessários.
Por fim, acho válido lembrar que não existem fórmulas mágicas nem produtos especiais que façam as pessoas emagrecerem sem esforços. Muito menos produtos que trarão os mesmos benefícios que exercícios físicos. Existem produtos no mercado oferecendo a grande possibilidade de emagrecimento, porém, se analisarmos cautelosamente como esses produtos devem ser consumidos, eles são apenas uma dieta diferente com outro nome. Se eles funcionam para você e não trazem riscos de saúde (fato que seja comprovado por uma entidade séria e não pela própria empresa), não vejo problemas em continuar o uso, porém, ainda acredito que uma melhor alimentação traz melhores benefícios, visto que foi através da alimentação que o homo sapiens chegou no ponto que ele está hoje.
Notas finais
Controlar o peso para evitar a obesidade é diferente de procurar ser magro ou trabalhar o corpo para ser como modelos de capas de revistas. A pessoa pode estar feliz com seu corpo sem necessariamente estar sendo considerado como magro. Porém, o gostar do corpo não pode servir como uma desculpa para não tomar uma atitude que vá resultar em uma vida mais saudável.
É possível a pessoa estar acima da faixa de peso considerada como ideal e ter uma saúde muito melhor do que pessoas dentro de tal faixa. Tudo depende de bons hábitos alimentares e prática saudável de exercícios físicos. Sem exageros ou restrições severas é possível ter uma vida normal e saudável, porém temos que levar em consideração que os excessos carregados por uma vida toda não serão resolvidos em um mês. Ou seja, paciência e disciplina são conceitos chave.
Existe a diferença entre sobrepeso e obesidade. Sobrepeso é estar acima da faixa do peso indicado como ideal, enquanto obesidade é estar tão acima dessa faixa que a saúde do indivíduo corre sérios riscos. Como já mencionado, estar acima do peso por preferência estética, estilo de vida, ou qualquer outro motivo não é um problema, desde que a saúde esteja sendo bem cuidada. O mal surge quando o caso se torna de obesidade, visto que são raríssimos os casos de obesos que não correm nenhum risco de saúde pelo seu peso elevado.
Ótimo post! É muito importante refletirmos sobre a obesidade. Como causa e consequência. Na maioria dos casos de obesidade, em seu tratamento necessita de terapia. Evitar é possível. E tratar também. E as duas propostas partem do mesmo ponto de que é necessário intervir para melhor saúde do individuo, e reconhecimento da pessoa que para ela ter saúde é necessário se cuidar, e não acreditar que será só medicina e medicações que irão dar conta, começa pelos hábitos saudáveis no dia a dia. E como disse estamos falando de obesidade, sobrepeso é um sinal que temos que intensificar esses cuidado dos hábitos diários. Parabéns pelo post!
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Você sendo da área da psiquiatria, acredito que já estudou muito sobre os danos psicológicos que as pessoas que sofrem com obesidade passam. A pressão social é muito forte e faz com que o caminho até a recuperação pareça obscuro e impossível.
Eu sinceramente acredito que em muitos casos não é necessário receitar remédios para ajudar o tratamento da obesidade e luto muito para que esse tipo de terapia tenha cada vez mais espaço. Entendo que quando um paciente começa a ter uma influência sinalizadora muito forte, medicação é indicada para que um início de tratamento seja possível (ou, pelo menos, com dificuldade reduzida).
Porém, acredito que se a pessoa tiver aquele pico de iniciativa para vencer essa condição e for bem orientada por um profissional (ou grupo de profissionais) da saúde, ela consegue vencer a situação independente de remédios.
Por outro lado, quando a obesidade leva a um quadro de depressão, vira um ciclo vicioso. A depressão faz com que a pessoa se isole e use comida como conforto, e o ganho ou manutenção do sobrepeso mantém a pessoa em depressão.
Obrigado pelo comentário, @matheusggr! Me fez refletir um pouco mais sobre o assunto!
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Concordo em gênero em grau. São camadas de discussão. As pessoas que sorem com a obesidade, sofrem de diferentes dimensões, desde que a obesidade de certa forma, é devido um deslocamento da zona de prazer oral. O prazer pela comida acaba tendo, sem outra forma de aumentar o gasto energético, é um dos grandes fatores que levam ao quadro de obesidade.
E também a partir do quadro de obesidade, as pressões sociais e culturais aso muitas, o próprio individuo, acaba exigindo de si, além do que consiga sem ajuda fazer, gerando outras doenças e podendo chegar até depressão.
O caminho das medicações, e hoje em dia muito em alta da cirurgia bariátrica, tem indicações estritas, e não são para sobrepeso. Não é incomum após cirurgias bariátricas, o paciente voltar a ganhar peso, mesmo com mudança na anatomia, se não entender o que o está levando a ter uma ingesta aumentada e um gasto que não supre essa ingesta, o ganho de peso é inevitável.
É imprescindível profissionais de referencia para ajudar esse tratamento, e com conhecimentos diferentes, dentre o nutrólogo, nutricionista, psicologo, psiquiatra, fisioterapia, personal trainer, clinico geral, e muita força de vontade.
Eu como você, acredito que em muitos casos não deveria usar medicações, e em mais ainda as medicações aprovadas para obesidade. Mas acredito que a grande maioria, se beneficiaria de psicoterapia. As medi caçoes são sempre adjuvantes, e de indicações muito precisas, assim como a cirurgia. Muitos com ajuda conseguem sem precisar. Ainda no acervo medicamentoso, são drogas que devem ser usadas com muita cautela, e não fazem milagre. E o uso e prescrição dessas medicações devem ser acompanhados pelo profissional capacitado, é muito comum a auto medicação.
Vivemos um momento que muitos procuram o caminho da medicação, por acreditar ser um caminho mais fácil, para lidar com uma problemática, muito maior.
Eu que agradeço pela discussão!
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Por mais que eu queira continuar essa discussão, entendo que por comentários acaba sendo um pouco contra-produtiva. Então te agradeço mais uma vez pelas excelentes ideias e por trazer mais e mais conhecimento para a plataforma.
Entretanto, dou destaque ao problema da automedicação. Essa tem sido uma prática muito comum, ainda mais com a força da indústria farmacêutica fazendo pressão para as pessoas se sentirem doentes. Além do grande problema do não acompanhamento do tratamento por um profissional, a automedicação pode trazer danos irreparáveis em casos mais complicados.
Grande abraço!
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Gosto dessas discussões! Sao muito enriquecedoras as plataformas, e juntos elaboramos uma baita discussão. E certamento espero ter mais como essas. Automedicação é um grande problema, que tem grande contribuição das industrias, e vai além com questões culturais, e consequentimente humanas. Uma coisa é certa, e disse até isso hoje, e é um ditado popular muito assertivo, sempre prevenir é melhor que remediar. Abraço @alender.
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Muito legal vc discutir esse assunto aqui. O mais importante é não associar um corpo saudável com uma pessoa super magra como modelos ‘tratadas’ com photoshop. Na minha opinião, alimentação equilibrada e exercício físico é essencial para evitar doenças.
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Concordo! E acredito que o melhor é a pessoa ter uma ideia do que ela gosta de corpo, independente do que a sociedade julga como perfeito. Sei que é muito difícil não cair na pressão de seguir o sistema, mas acho válido a luta para alcançar essa meta.
Desde que se esteja com a saúde em dia, sair um pouco do 'peso ideal', seja para mais ou para menos, não é algo ruim, ao meu ver.
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A modelo da foto não é obesa, ela é linda!!! :)
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Hahaha! Foi essa a ideia!
Mostrar que não é preciso seguir esses padrões de peso que a mídia empurra para ser bonita.
E, independente do corpo, ninguém agrada todo mundo. Então acredito que o melhor é seguir uma aparência que si agrade e ser feliz!
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Percebi ... hahahah!
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Este ano, uma das minhas metas é me cuidar mais na alimentação. Não tanto pelo peso, não tenho facilidade para engordar, no entanto isso não exclui a possibilidade de doenças. Aposto no mais simples, nas "comidas de verdade" e comer menos, fazer jejum, coisas simples... =D
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Que legal estar pensando em se cuidar!
Eu passei uns meses meio desleixado com alimentação e estou correndo atrás também. Gosto de me alimentar bem e me sinto muito mais disposto.
Preciso perder um pouco de peso para voltar a ter um bom desempenho em esportes e para voltar a me sentir bem em minhas roupas!
Jejum é uma maravilha, tanto para manutenção do peso quanto para saúde em geral.
Obrigado pelo comentário! :)
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Estou cada vez mais pensando em escolhas saudaveis na minha alimentação. Por mais que eu tenha o peso controlado, a alimentação é sempre nossa melhor forma de prevenir doenças.
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Com certeza, @camillagomes! Boa alimentação é essencial para ficar longe de muitas doenças. Ter uma vida com baixo nível de estresse e praticar atividades físicas fecha o pacote saúde!
Parabéns pela iniciativa e força nessa luta!
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