Falar somando

in pt •  7 years ago 
Estava lendo agora mesmo um post do @casagrande sobre questionar as próprias crenças. E ele colocou de um jeito tão bacana, no sentido do questionamento construtivo, que me inspirou. Lembrei de uma aula que tive no Instituto Appana, onde me formei como coaching, sobre o automatismo concordo/discordo, quase um vício de pensamento e linguagem.

A instrutora disse uma coisa que marcou muito: quando discordamos estamos combatendo/destruindo uma ideia, não estamos construindo. E claro, tem ideias que queremos mesmo que não existam, ideias que achamos ilegítimas, prejudiciais, violentas, etc, e as combatemos usando nossos ideias como referência. Não quero que confundam com a tolerância incondicional. Mas pensar nisso me fez questionar a contribuição de somente questionar e não somar (um hábito da minha maneira de pensar e falar até aquele momento). Pensei em alguns dos meus diálogos e tive uma clara percepção: para uma dada situação, alguém dava uma solução; eu questionava a solução, dando provas de que não funcionava assim. E pronto, acabávamos voltando à questão sem solução. Então passei a me concentrar mais em contribuir para as soluções ao invés de exterminar as tentativas alheias. Foi muito bacana e até hoje exercito somar e não apenas subtrair, inserindo então uma alternativa, uma solução ou mesmo uma nova perspectiva para aquele assunto.

Questionar é transformador, nos impulsiona para frente como indivíduos e sociedade. Mas as mudanças também conservam coisas. Eu mudo, mas conservo muito do que ainda me é útil, não me refaço completamente nova. E a nível social também, mudamos (bem mais devagarinho), mas conservamos o que já aprendemos. E assim a construção vai se fazendo.

Aproveito a oportunidade pra dar um salve para o @alyaugusto pela conversa construtiva sobre gênero!

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fonte

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Saudações, Barbarita.

As pessoas possuem um sistema de crenças e dentro desse sistema, cada crença possui uma força. Por exemplo, alguém pode acreditar de forma branda que Leite faz bem para saúde. Se essa crença for refutada por pesquisas e mostrarem que leite faz mal, essa pessoa tenderá á repensar sua crença sobre isso e mudá-la. Por outro lado, a pessoa pode ter uma crença fortíssima de que Deus existe e que a única religião que salva é o catolicismo. Caso ela encontre um muçulmano com crenças fortes de que Deus existe e a única religião que salva é a do Alcorão, ocorrerá um choque de crenças e possivelmente uma briga terrível.

Com isso, geralmente as pessoas, para não serem questionadas e atacadas, preferem procurar pessoas que pensam igual á elas, criando sempre bolhas culturais, onde apenas os próprios valores são vistos.

Isso gera uma certa intolerância e pouca capacidade de empatia e aceitação do próximo, gerando todas as guerras que vemos por aí, desde brigas entre vizinhos á guerras mundiais....

Boa noite e bom sono!

Oi @julisavio! Sim, é diferente a questão quando ideia tem lógica ou quando se trata de crenças. Acho que as crenças tem um papel importante e podem acontecer sem a intolerância, mesmo para os mais fanáticos. Mas quando não, aí é bem triste por conta dos exemplos que você trouxe.

Obrigada pela leitura e pela contribuição no comentário! <3

Parabéns! Seu post foi lido e comentado pelo projeto #ptgram power.

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Parabéns, seu post foi selecionado pelo projeto Brazilian Power, cuja meta é incentivar a criação de mais conteúdo de qualidade, conectando a comunidade brasileira e melhorando as recompensas no Steemit. Obrigado!

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Como dizem: "Pra que facilitar, se pode complicar?" Haha

Não sou nenhum perito nesses tipos de casos, você pode me dizer melhor a respeito. Nesse hábito de nós ao invés de pensar em solucionar, a gente questiona... Tem algo ligado com a pessoa ser muito reclamona? Pois eu vejo ser muito comum as pessoas reclamarem de tudo, e terem essa energia negativa, e toda vez que você chega com algo novo, conta uma ideia, a primeira coisa vão olhar as partes negativas ou dizer que não dá certo kkkk
E devido a esse tipo de maneira de pensar, agir e ao analisar as pessoas, tento me policiar para não ser mais uma assim hahaha.

Acho que seu link tem super a ver @hranhuk! Do mesmo jeito o foco não está na solução da questão ou do conflito, mas no problema, quase como um apego que faz ficar mais interessante permanecer onde está do que superar.

@barbaralisarti, eu sempre tenho alguns momentos em minha vida que faço uma análise imaginando se eu estivesse errado, tentando procurar em outras fontes coisas que me mostrem se realmente estou errado, ou se o caminho do que acredito ser o correto está ainda na minha frente.
É aquela coisa, é fácil você questionar outras pessoas, mas e quando você tenta questionar o seu próprio modo de pensar? A coisa muda, e muito! Até porque para algumas pessoas, isso é impossível. Normalmente após uma discussão eu tento verificar se as minhas premissas realmente estão coerentes, e por muitas vezes me senti em meio a vários questionamentos que me fazem mudar de opinião.
Um exemplo disso, é a minha visão sociopolítica, por exemplo. No começo era anarquista de esquerda, depois fui para a direita e hoje, sou totalmente libertário, pois compreendi qual era o real motivo pelo qual eu estava nos grupos políticos e entendi que se aqueles preceitos eram os que eu achava mais importantes, então preciso estar de acordo nos meus argumentos a respeito daquilo. Não tenho vergonha de dizer que estava errado, mas que não me venham tentando engolir alguma coisa, somente porque as pessoas acreditam que aquilo é o certo.

@robertoueti, acho que é super corajoso mudar de opinião, ainda mais política. A gente pode pensar erradamente que estamos invalidando tudo o que acreditamos e fizemos antes, deslegitimando tudo. Mas acho que não é isso... o exemplo que você trouxe descreve um processo de desenvolvimento, em que as ideias vão amadurecendo e o passo seguinte não poderia ser dado sem o anterior. Lembrei de uma frase com o que você escreveu: só se torna sábio quem consegue admitir que não sabe, então dá oportunidade ao aprendizado, por isso é preciso humildade. Obrigada por trazer seu exemplo!

Parabéns pelo artigo @barbaralisarti, me fez refletir. Eu sempre tive um costume estranho de debater ideias, no intuito de forçar a pessoa a pensar, se de fato aquela ideia era real, ou apenas um achismo. Forçava a pessoa a analisar o quão estava disposta a defender essa ideia, se era de fato convicção. Hoje já tenho feito isso de forma diferente, tentando ouvir e agregar ao assunto a partir do ponto discutido.

Oi James! Obrigada por passar por aqui e somar com seus pensamentos =)
Acho que sua intenção era provar a força da convicção e não anular, né?

@barbaralisarti Exatamente! ;D

Boa, @barbaralisarti! Eu tenho minha forma de ver o mundo, tu tens a tua e assim por diante, já imaginou se a gente vivesse tentando convencer os outros? Além de não ser produtivo, seria muito chato :D Muitas vezes, em vez de se posicionar contra ou a favor, o melhor caminho é construir algo novo a partir daí. Claro que temos valores que não abrimos mão, mas é preciso conviver e conversar mesmo discordando. Obrigado pela contribuição ;)

kkkkkkkkkk seria muuuito chato! Conseguiu resumir todo o pensamento em poucas palavras =]
Obrigada querido!

Acredito que é realmente bem construtiva a perspectiva exposta, mas tudo que foi dito acaba sendo de muito pouca utilidade, pois o que nos impulsiona na tentativa de destruir ideias, opiniões e teorias alheias é uma forte resposta emocional. Podemos ler muitos livros de auto-ajuda, muitos até cientificamente embasados, mas - sem um método ou prática para melhorarmos o controle emocional e tornarmos o novo comportamento um hábito - pouco avançaremos. Eu, por exemplo, não mais entro em debates no facebook, apenas costumo dar uma olhada nos posts, mas ainda sinto em mim aquele desconforto que vem lá de alguma parte da mente resmungando: quanta idiotice, que ridículo, que iludido é esse sujeito... Ainda não estou no ponto de ver algo positivo em tudo para conseguir fazer surgir algo de bom a cada post que vejo. Apenas tenho ficado calado, certo que tudo é tão complexo que posso estar errado nas minhas opiniões e que mesmo as idiotices que vejo podem dar certo em algum contexto, ou podem se inofensivas ou podem ser menos idiotas que as minhas... Mas, de qualquer forma, nada disso muda a resposta emocional que inicialmente tenho. Talvez, estar consciente das respostas emocionais negativas e não querer se livrar delas imediatamente seja um primeiro passo. Assim como o que você expôs no seu texto, este seria apenas um primeiro passo para sermos menos destrutivos em relação às ideias alheias.