Segunda-feira, dia de
Se afogar na banheira
Recuperar o fôlego
Para a escravidão por vir
Terça-feira, dia de
Aproveitar a promoção
Para vender direitinho
Enriquecer o alto-escalão
Quarta-feira, nada de
Saideira, tem que cumprir
O horário extra do patrão
Já que o colega folgado faltou
Quinta-feira, dia do
Trabalhador incansável
Que só sonha com um emprego
Digno de folgar no sábado
Sexta-feira, dia sem
Folga, merecidamente
Gastando o pouco do pouco
Que se tem para sentir a vida
Sábado, dia para
Rir de piadas Horríveis
De patrões e madames
Aos montes, todos passeiam
Domingo, dia de guarda,
Antecipando a semana a seguir
Uma palavra não dita
Uma ideia não concebida
Que precisava ser expressa
Sem ser desenvolvida
Um mar de ideias a explicar
Que ainda preciso sentir
Antes de poder refletir
Portanto, escondo
Sem tempo, o impulso domina
Pela pressão da convivência
O ar é preenchido com aparência
E uma reservada de tempestade
Em um campo aberto sem ninguém
Cada pedra abriga uma história
Logo viajarei até este lugar
Para conhecer cada lenda