O Paradoxo da Arma de Destruição em Massa Alienígena

in pt •  6 years ago  (edited)
Acho que foi depois de ler uma revista em quadrinhos do Conan (o bárbaro), história que deveria ser muito ruim, pois não me lembro quase nada dela, foi então que passei a usar a ideia de mundos imaginários em alguns dos meus passatempos. Lendo a revista, eu tinha me encantado com um mapa onde estava descrito o mundo onde ocorria as aventuras do Conan. Havia continentes, lugares (nações) com nomes criativos e diferentes, além de muitas informações sobre aquele mundo. Acho que a cidade onde vive o batman também é algo assim. Eu sempre achei o batman um personagem meio besta. Aquele jeitão pesadão e a parafernália e vestimentas que o acompanham destoam do que, na minha mente, é necessário para alguém ser rápido e ágil como deveria ser para vencer vilões perigosos e traiçoeiros. Mas, do pouco que tive paciência de assistir dos filmes dele, o que mais me lembro é do clima de Gothan City (como na história do Conan, só mesmo o mundo imaginário do personagem para mim foi interessante).

Naquela época, um dos meus passatempos era jogar bola sozinho no terreiro lá de casa - terreiro que tinha um chão de cimento, paredes para eu simular umas tabelas, postes do varal para simular zagueiros e outra parede para ser o gol. Antes de começar o jogo, eu tentava imaginar o mundo imaginário onde ocorreria os jogos. Os times teriam que ter nomes diferentes, nomes que não parecessem brasileiros (e nem mesmo parecessem terráqueos!). Então, eu ficava parado tentando imaginar nomes... E isto custava um bom tempo. Era uma tarefa bastante difícil. É engraçado ver que, antes da era internet, eu já estava voluntariamente experimentando o "sofrimento" que muitos devem experimentar hoje na hora de pensar numa outra senha para outro serviço (mais uma senha que tem que ser única, com maiúsculas, números e caracteres especias etc.). Jogar bola sozinho, tabelando com paredes, driblando objetos e fazendo um gol bem colocado no cantinho (no canto do terreiro) era bem divertido, talvez até um pouco mais divertido depois da "pequena" tortura tentando imaginar nomes criativos para times e jogadores de um mundo além dos limites da via láctea.

Um outro passatempo, ocorria antes de cair no sono. Ficava imaginando um mundo em guerra (paradoxalmente imaginar batalhas e guerra antes de dormir era relaxante, pois ainda não tinha lido muito sobre os horrores delas). Acho que influenciado pela história muitas vezes contada sobre como os vietnamitas venceram os americanos, eu gostava de imaginar uma guerra assimétrica (só nas minhas leituras mais recentes, descobri que os americanos não perderam militarmente a guerra). Assim, o "mito" da vitória do mais fraco, utilizando táticas de guerrilha influenciavam as batalhas que imaginava ocorrer num mundo distante (enquanto não caía no sono). Estranhamente, estes pensamentos nunca iam muito longe, pois logo eu caía no sono e as histórias nunca progrediam. Não iam nada além de imaginar alguma arma diferente sendo usada, uma tática surpreendente, umas explosões e rajadas de metralhadora. Parece que não ficar pensando em nada pessoal, fazia o sono vir mais rápido. A guerra no mundo imaginário era sempre rápida e sem sofrimento e horrores (e era melhor que contar carneirinhos).

Ainda hoje, de vez em quando penso num mundo imaginário em guerra. Atualmente, vejo um mundo onde se descobre uma reação química que permite um explosivo tão poderoso que equivale a uma bomba atômica média (superexplosivo que nossos cientistas diriam não ser possível, pois ligações químicas não podem armazenar tanta energia por mol de matéria). Mas, no mundo que vejo, ainda num estágio equivalente à humanidade dos anos 1920, os habitantes do mundo imaginário tem um grande poder de destruição e sem os problemas gerados pelos explosivos nucleares (contaminação radioativa). O que eles fazem com isso? Como isso influencia a evolução tecnológica deles?

Vejo o primeiro a descobrir como fazer o superexplosivo partindo para o contra-ataque contra o poderoso estado imperialista que avança numa guerra de extermínio. Justa reação, mas que termina com imensas explosões em forma de cogumelo sobre cidades e complexos industriais inimigos, poderosas explosões que fazem o mar agitar-se ficando branco e matando tudo num raio de quilômetros só para destruir um submarino, enfim pouca tática, pois pode-se destruir o inimigo sem grande precisão. Mas, rapidamente, o sono vem e não vejo mais nada daquele mundo distante, onde o máximo em explosões convencionais foi alcançado, onde guerras mundiais cíclicas dizimam a população, porém sem nunca significar um apocalipse, permitindo, assim, que os habitantes sobreviverão para ver o sol deles virar uma estrela vermelha.

Parece que naquele mundo distante, seres inteligentes ainda estarão acompanhando em radinhos valvulados os jogos de times com nomes interessantes, num tempo em que nós humanos já teremos sido varridos da superfície do planeta pelos nossos cogumelos radioativos.
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