“Papagaio-Parkour”, Tipos de Papagaios (pipas), Por uma Cidade sem Cerol

in pt •  7 years ago 

TIPOS DE PAPAGAIOS

  1. Papagaio: o mais fácil de fazer. Ótimo para dar buscadas. Manobrabilidade superior.

  2. Pipa: meio difícil de fazer. Precisa de cola e papel especial. Ótima para dar buscadas. Manobrabilidade muito boa.

  3. Sureco: simplíssimo, mas tem que ter as manhas para fazer com o arco na “finura” exata para ficar estável e não ficar rodando (além de lembrar de deixar o plástico meio frouxo para gerar aquele ronco muito massa nas puxadas e buscadas.
    O sureco é ruim para dar buscadas, mas bom para dar mergulhos rápidos e profundos. Possui manobrabilidade média, porém é bem furtivo, e, o melhor de tudo: “ninguém vai te pegar pela rabiola, se você tiver com um sureco”.

  4. Sapa: feita geralmente com papel comprado e bem colorida (às vezes com rabo de papel ou em corrente). Coisa para mauricinhos que não sabem fazer o próprio papagaio?

  5. Sapa-sureco ou sureco-sapa: a versão feita com corpo e cabeleira num único plástico dá a este papagaio a capacidade de produzir um chiado somando àquele ronco das puxadas e buscadas profundas. E tudo sem perder as capacidades e características do sureco.

Nota: Papagaio e pipa, também, podem ser usados como termos genéricos para qualquer tipo.

  1. Lampião: parecido com a pipa, mas bem mais simples (apenas duas taquaras). Possui as mesmas qualidades da pipa, mas é meio feioso (lembra um papagaio mal feito).

  2. Colibri: muito complexo para fazer. Praticamente sem nenhuma agilidade. Nem entendo por que alguém o faz. Talvez para concurso ou desafio de fazer uma caixa voadora. Tive até dificuldade de esboçar sua forma tridimensional de forma coerente.

  3. Águia: à primeira vista parece uma ótima ideia. Mas nunca vi uma que realmente voasse bem.

E ressaltando: Nunca use cerol, galera!

Sobre como manter a graça da brincadeira, pois concordo que é muito chato fazer papagaio só para ficar olhando ele ficar voando parado no céu, acho que tínhamos que mudar a cultura em relação ao tipo de competição.

Eu sugeriria criar uma cultura que promovesse algum tipo de competição envolvendo manobras. No lugar das disputas que chamávamos de laçadas antigamente (muitas vezes envolvendo cortar a linha do oponente) teríamos uma brincadeira que vou chamar de “papagaio-parkour”, nesta brincadeira os moleques teriam que demonstrar sua habilidade brincando em locais repletos de “armadilhas e obstáculos”, com o objetivo de ser radical e nunca deixar o papagaio embolar ou cair.

Teríamos um espetáculo de papagaios dando buscadas e realizando manobras, dançando, mergulhando e brincando; se largando no ar como se com a linha arrebentada, e até tentando ir ao máximo contra o vento.

Lembrando que ainda valeria a lei dos tempos de criança: Papagaio que arrebenta a linha ou cai não tem dono. É do primeiro que pegar!

Além da competição de manobras e exibicionismo, ainda teremos outras:

Numa das modalidades, a meninada teria que fazer os papagaios no local. Assim, manteríamos viva a cultura existente em torno da brincadeira. Lembro, ainda, de algumas manhas e macetes: se o papagaio ficar tremendo: o problema é linha muito centralizada na barbela. Se subir até rodar: rabiola pequena. Se subir e ficar muito fraco, ou mesmo rodar: linha muito alta na barbela. Se tá dando de lado, está assimétrico, a solução: cabelinho num dos lados.

E, ainda, teríamos a modalidade envolvendo os papagaios “rústicos” que nós, meninos pobres, fazíamos com o plástico amarrado ao arco e taquara. Papagaios feitos sem usar nenhuma cola ou papel comprado (coisas que não tínhamos dinheiro para comprar na época).

Talvez, até poderia se criar um concurso de miniaturas de papagaios. Pequenos papagaios. Quanto menor melhor. Inspirando numa mania que eu tinha de fazer papagaios minúsculos para soltá-los com linha de costura.

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