Em 2016, Ivo Ferreira colheu os aplausos do Festival de Berlim com Cartas da Guerra, filme baseado no livro “D’este viver aqui neste papel descrito: Cartas da Guerra” de António Lobo Antunes, no qual o escritor expõe as cartas que enviou à sua esposa durante a guerra colonial em Angola. No mesmo ano, o filme haveria de ganhar 9 prémios Sophia da Academia de Cinema Portuguesa. Agora, segundo o Público, o cineasta português regressa a Berlim para apresentar Sul, a primeira série de televisão portuguesa a ser selecionada para a CoPro Series Pitches, o mercado de coproduções que, anualmente, elege oito séries para serem exibidas a uma das audiências mais importantes do mundo. O objetivo passa por tentar seduzir a plateia repleta de produtores internacionais, agentes de vendas, distribuidores, operadores de televisão, financiadores e, quem sabe, atrair uma plataforma de streaming como a Netflix, que tem vindo a vincar a aposta em produções europeias.
Realizado por Ivo Ferreira, o policial noir arranca com a descoberta do cadáver duma mulher na margem do rio Tejo, durante um verão de calor intenso. Como cenário, a Lisboa emaranhada na crise financeira trazida pela troika. Durante 10 episódios, o espectador poderá visitar os centros de emprego a abarrotar, os leilões de imóveis penhorados, os bastidores do poder político e dos bancos falidos, ao mesmo tempo que segue um inspetor da Polícia Judiciária anti-social e niilista interpretado por Adriano Luz. O guião foi coescrito por Edgar Medina e Guilherme Mendonça, que contaram com a colaboração do cronista e escritor Rui Cardoso Martins, e a banda sonora ficou a cargo dos Dead Combo.
“É uma enorme oportunidade dramática, porque transporta personagens, sensações, momentos que são particularmente bons e fortes de trabalhar”, referiu Medina, que também abraçou o cargo de produtor. “Como contadores de histórias, temos também uma certa dimensão de vampiros”, acrescentou, referindo-se aos efeitos da crise financeira no quotidiano das pessoas e às histórias daí extraídas.
Produzida pela Arquipélago Filmes, a série deverá ir para o ar na RTP em 2019 e, caso a aventura por Berlim corra bem, poderá alcançar a audiência internacional, assim como um maior investimento.
“Para pessoas do cinema de autor como nós, a grande angústia não é tanto comprar o carro, comprar a casa – é fazer aquilo de que gostamos nas melhores condições possíveis”, afirmou o fundador da Arquipélago. “A ambição desta série é muito maior do que o orçamento que tem neste momento.”
O próximo filme do realizador, Hotel Império, protagonizado por Margarida Vila-Nova, estreia ainda este ano e tem como cenário a cidade de Macau.
A ver se fico atento para ver quando sair.
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Tudo aponta para meados de 2019. Alguns colegas que se encontram no Festival de Berlim dizem que a apresentação da série correu bastante bem e existe até a possibilidade de internacionalização. Quem sabe não venhamos a ter uma série portuguesa numa plataforma de streaming como a Amazon ou a Netflix. Seria extremamente positivo. Sem dúvida que o Ivo Ferreira é o homem indicado para levar o projeto a bom porto. Aguardemos.
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Pios, li no artigo. Eu não conheço bem o trabalho dele... enquanto esta séria não fica disponível, vou ver se dou uma olhada na filmografia.
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Força. Caso tenhas o tempo contado, aponta para o 'Cartas da Guerra'. É um excelente filme, um trabalho artístico de topo.
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