Minha amiga,
Passei de "raspão" por guerra. Isto é, por países em guerra, mas sempre com a possibilidade de voltar calmamente ao meu país. Não passei por mais que falta de água, pouca comida e muita limitação de movimentos. Nada mais que ter que por o lençol nas janelas para não apanhar um tiro.
Aqueles que não compreendem o que é ser refugiado, ter que abandonar tudo e sem esperança de voltar são os que estão sentados no melhor do mundo e incapazes de olhar à volta. Mesmo os que no nosso mundo vivem mal e tudo reclamam não têm ideia do que é não ter nada. Experimentem só 24h sem água e sem saber quando a haverá. Nem falo do medo, dos tiros, não ter sequer uma aspirina.
Beijos
RE: GUERRA E PAZ - A minha escrita no meio da semana
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GUERRA E PAZ - A minha escrita no meio da semana
Querido amigo,
Cairia o Carmo e a Trindade se esses refastelados estivessem 24 horas sem água. Não vivendo a guerra na realidade, porque, como dizes, temos a pátria para regressar, acho que, com as nossas experiências, ganhamos sensibilidade e damos valor ao que nela temos. Ao mesmo tempo que desvalorizamos o supérfluo, que dele têm os refastelados que nos rodeiam. Acho que a nossa experiência nos faz pessoas melhores, mais humanistas, e ao mesmo tempo mais intolerantes para com quem se queixa de barriga cheia.
Mil beijinhos com saudades!
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