Há quem goste e há quem não dê a mínima para o trabalho dele (por motivos óbvios, ou não)... Mas o fato é que um dos álbuns mais aguardados do ano finalmente já pode ser ouvido pelo grande público ao redor do mundo e Kanye West definitivamente não decepciona, provando que valeu à pena esperar e ignorar o atraso do seu mais recente trabalho: Jesus Is King.
Apesar de ser uma figura polêmica e que costuma falar mais do que o necessário (geralmente causando polêmicas gratuitas com essas atitudes), não há como negar que ele é um dos rappers mais competentes, influentes e importantes atuantes no mercado fonográfico. Isso faz dele uma persona icônica em um meio tão competitivo e de certa forma, desleal (mas esse não é o lugar e nem o momento para esse tipo de debate).
Com um jeito meio particular de expôr a sua música, ele sempre procura alguma maneira de se reinventar e isso lhe garante uma singularidade difícil de ser copiada por outros artistas (ainda que muitos sejam influenciados pelo trabalho dele). Através dele, um gênero musical (Rap) que ainda é muito rechaçado (seja pela crítica especializada ou por uma parcela do público) se esforça para manter-se em um patamar elevado e garantir um espaço em meio a multidão.
Jesus Is King chegou para cristalizar uma faceta que ele já vinha, há algum tempo, demonstrando para o seu público (uma conexão mais direta com o seu lado mais religioso) e com uma vibe mais introspectiva, intimista e repleta do combo redenção + rendição - que por sinal, se baseia em muita auto crítica -, West entrega um de seus melhores e mais significativos álbuns, regado sob uma ótima qualidade de produção (no sentido amplo de sua concepção).
Apostando tudo em temas universais como Fé, Batalhas Espirituais e Positividade, as canções que abraçam todo o álbum em seus restritos 27 minutos são extremamente diretas em suas mensagens. Não há uma única letra que seja irrelevante ou mal articulada com seus respectivos arranjos musicais... Muito pelo contrário, toda a arquitetação sonora desse é muito bem pensada em todos os seus detalhes mais significativos.
Escolhendo apresentar esse novo álbum como algo que pode ser considerado uma maneira de escancarar a sua fé, West se despe de qualquer aparente cinismo que possa ser considerado típico de uma contemporaneidade inclusive, ele faz questão de imprimir a digital de um artista que, aparentemente, está buscando - acima de tudo - um caminho de auto conhecimento que eleve o seu espírito.
A narrativa do álbum tem uma relevância consistente e todas as composições (repletas de participações especiais... potencializando ainda mais o resultado final) são apoiadas por um ritmo consciente da identidade que possui e que flerta, principalmente, com beats suaves e acordes consideravelmente mais simplórios (uma escolha assertiva para esse tipo de abordagem gospel escolhida pelo rapper).
Talvez, dentre todas as qualidades desse trabalho, a mais notável seja a maneira como todas as músicas são contextualizadas e conectadas. A impressão que fica marcada na mente e nos ouvidos é a de estar acompanhando uma peça ou filme musical que segue uma linha onde os fatos são exponencialmente distribuídos considerando a sua relevância particular.
Obrigado por postar! Esse comentário é o novo bot que dará upvote 100% para todos os posts que usam a tag #pt.
Downvoting a post can decrease pending rewards and make it less visible. Common reasons:
Submit
Ótima resenha, vou ouvi-lo agora. :)
Downvoting a post can decrease pending rewards and make it less visible. Common reasons:
Submit
Opa! Obrigado, @aiuna. Espero que tenhas curtido o álbum! ;)
Downvoting a post can decrease pending rewards and make it less visible. Common reasons:
Submit